Pacientes da Santa Casa de São Paulo, no Centro da capital paulista, enfrentaram mais de oito horas na fila para marcar exames, cirurgias e consultas neste
Redação Publicado em 11/12/2021, às 00h00 - Atualizado às 21h57
Pacientes da Santa Casa de São Paulo, no Centro da capital paulista, enfrentaram mais de oito horas na fila para marcar exames, cirurgias e consultas neste sábado (11).
Diante do sol forte, a fila chegou a virar uma das esquinas e continuava dentro do hospital.
A balconista Silvia Mathias saiu de Mauá, na região do ABC paulista, para agendar uma tomografia para filha, mas desistiu quando chegou no hospital.
“Desisti porque é muita gente. O moço lá da porta falou assim, que tem gente chegando uma hora da manhã aí. Agora eu tô indo pra casa, amanhã eu volto. Desempregada, pagar a condução de novo para poder vir”, afirmou.
“Tá lotado isso aqui. Tem condições ficar o dia inteiro pra marcar uma consulta? É muita humilhação”, reclamou uma outra mulher.
A reportagem do SP2 conversou com pessoas que vieram bem cedo e muitas horas depois ainda esperavam pelo atendimento. A mãe do analista fiscal Mário Roberto Reis precisa de um exame.
“Chegamos as sete e meia da manhã, ela tá lá dentro até agora. Tem diabete, não pode ficar sem comer. É muito desumano isso”, afirmou o analista fiscal.
“Tem gente cadeirante, tem gente com bengala, tem diversos problemas, diversas comorbidades, é muito triste aqui dentro. É muito difícil”, lamentou o rapaz.
Com dificuldade para agendar atendimento, essas pessoas receberam mensagens do hospital por e-mail, celular ou num papelzinho com a informação de que neste sábado (11) e domingo (12) tem um plantão de agendamento presencial das 7h da manhã às 15h.
A mensagem avisava que os pacientes que forem fazer o agendamento por e-mail, “terão longos atrasos de mais de 60 dias”.
“Agora você imagina uma pessoa doente, tendo que vir ficar. Eu tô aqui desde as sete e meia da manhã, mas tem gente que tava de muleta, que tava ruim mesmo. Estou vindo marcar pro meu marido, que eu nem deixei ele vim na fila”, disse a dona de casa Silvana Martins.
Depois de 8 horas na fila, o Luciano e a Ana finalmente conseguiram marcar uma consulta médica.
“Não era pra gente tá aqui e ninguém. não é humano com ninguém. Sofrimento todo desse povo, ninguém merece”, afirmou Ana Lúcia Leme.
“Fiz uma cirurgia em julho e aí fui encaminhada de volta pra cirurgia. e aí eu vim hoje marcar. Só que eu não sabia que estava assim. Porque eu nem posso ficar em pé. Aí eu fiquei em pé na fila até as dez e meia, passei mal, me levaram pro pronto socorro, me mandaram de volta pra fila agora. Vai ficar até que horas? Até eu conseguir marcar”, contou a cuidadora Marilene Santos Souza Esteves.
Por meio de nota, a Santa Casa informou apenas que está retomando progressivamente a rotina de atendimento ambulatorial e que, neste final de semana, faz um mutirão para otimizar o atendimento dos pacientes preferenciais.
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G1