A menor temperatura do Brasil em 2024 foi registrada em Urupema, Santa Catarina, causando congelamento de lagos e sensação térmica de -20°C
Sabrina Oliveira Publicado em 30/06/2024, às 17h00
O Brasil registrou a menor temperatura do ano neste domingo (30), com -7,2°C em Urupema, Santa Catarina, conforme informado pelo Climatempo. A estação de monitoramento da Epagri/Ciram, responsável pelo acompanhamento das condições climáticas no estado, registrou essa temperatura por volta das 6h da manhã. No Morro das Antenas, ponto mais alto da região, a sensação térmica chegou a impressionantes -20°C. A cidade presenciou geadas intensas e até mesmo partes de cachoeiras e lagos congelados.
Outras cidades da região serrana de Santa Catarina também registraram temperaturas negativas. São Joaquim marcou -5,6°C, Urubici registrou -5,3°C e Fraiburgo atingiu -3°C. O frio intenso já era esperado para este domingo, devido à chegada de uma frente fria no Centro-Sul do país. Esta primeira frente fria do inverno quebrou uma sequência de dias quentes que prevaleceu no Brasil desde o início de maio, especialmente na região central do país. Durante esse período, a umidade relativa do ar se manteve muito baixa, com algumas áreas registrando índices abaixo de 20%.
No Sul do país, as temperaturas mínimas deste domingo foram 9°C em Florianópolis, 2°C em Curitiba e 4°C em Porto Alegre, de acordo com a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). No entanto, o frio deve durar pouco no Centro-Sul do Brasil. A partir de terça-feira (2), a frente fria avançará para o oceano, permitindo que as temperaturas voltem a subir.
O meteorologista Cesar Soares explicou que apenas a região Sul deve continuar com temperaturas mais baixas durante o mês. Este inverno, segundo Soares, será caracterizado por temperaturas acima da média e pouca chuva. Uma nova frente fria está prevista para o fim da segunda quinzena de julho, e outra, mais intensa, é esperada para a virada de julho para agosto.
Dois principais fatores explicam as temperaturas anormais e as chuvas irregulares previstas: a persistência dos bloqueios atmosféricos, que impede a chegada de massas de ar frio ao interior do país, e as águas aquecidas do Oceano Atlântico, que interferem na atmosfera e alteram os padrões climáticos esperados para um inverno sob a influência do fenômeno La Niña. La Niña, normalmente associado a frentes frias mais fortes, está apresentando comportamento atípico devido a esses fatores.