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Bullying

Adolescente espancado na baixada santista teria passado pelo 'banheiro da morte'

A professora, diante da situação, teria se limitado a dizer: "Ah, lá fora vocês se entendem, aqui não"

Escola Estadual Professor Júlio Pardo Couto, em Praia Grande. - Imagem: Reprodução / Google Maps | Reprodução / X (twitter)
Escola Estadual Professor Júlio Pardo Couto, em Praia Grande. - Imagem: Reprodução / Google Maps | Reprodução / X (twitter)

por Marina Milani

Publicado em 23/04/2024, às 08h37


A morte precoce do adolescente Carlos Teixeira, de apenas 13 anos, após ser brutalmente agredido por colegas dentro da Escola Estadual Professor Júlio Pardo Couto, em Praia Grande, revelou uma triste realidade de violência e negligência que assombra os corredores da instituição de ensino. O episódio trágico lançou luz sobre um ambiente escolar marcado pelo medo e pela impunidade, especialmente em relação a um local conhecido pelos alunos como o "banheiro da morte".

Carlos, segundo relatos de seu pai, Julisses Fleming, vinha sofrendo perseguições e bullying por parte de colegas desde fevereiro. Imagens obtidas pela equipe de reportagem mostram o jovem sendo encurralado no referido banheiro por um grupo de alunos, enquanto um deles aplica um golpe de enforcamento, sufocando a vítima, enquanto outros o empurram.

"Aqui é o banheiro da morte, quem entrar aqui, a gente mata", relatou um aluno em áudio enviado à reportagem. A professora, diante da situação, teria se limitado a dizer: "Ah, lá fora vocês se entendem, aqui não".

A angústia e o temor que permeiam os corredores da escola foram evidenciados pelos relatos de outras famílias. Tatiane Boeno, mãe de um estudante de 14 anos que também frequenta a escola, revelou que seu filho foi vítima de agressão no mesmo local, por sete colegas, resultando em hematomas e arranhões por todo o corpo.

"Aqui é perigosíssimo. Todas as brigas são resolvidas lá, pois não tem câmera. Eles [os agressores] esperam o aluno que querem fazer bullying entrar e, então, atacam em bando. São sempre os mesmos", afirmou Tatiane.

A ausência de câmeras de segurança no ambiente escolar tornou-se um ponto de preocupação, evidenciando a vulnerabilidade dos alunos a ataques físicos e ameaças. 

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