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Review: Madden NFL 22 aproveita bem a nova geração, mas segue limitado

Madden NFL 22 é a estreia da tradicional franquia de futebol americano dentro da nova geração de consoles. Claro, a edição do ano passado pode ser jogada no

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Redação Publicado em 20/08/2021, às 00h00 - Atualizado às 12h08


Madden NFL 22 é a estreia da tradicional franquia de futebol americano dentro da nova geração de consoles. Claro, a edição do ano passado pode ser jogada no Xbox Series X|S e PlayStation 5, mas o novo game foi o primeiro a ser lançado já com os consoles atuais disponíveis no mercado. Madden NFL 22 tem lançamento marcado para 20 de agosto no PlayStation 5, Xbox Series X|S, PlayStation 4, Xbox One e PC.

O ge teve acesso antecipado ao game graças a uma chave oferecida pela EA, e pôde testar a versão completa do jogo em um PlayStation 5. O novo Madden tem novidades que saltam aos olhos logo de início, seja para o bem ou para o mal. Confira o Review:

De volta ao gridiron

Como já é quase clichê em algumas franquias, Madden NFL 22 começa já com uma partida de introdução: uma revanche do Super Bowl LV entre Tampa Bay Buccaneers e Kansas City Chiefs. No comando de Patrick Mahomes e cia., o jogador já se depara com mudanças nítidas na interface do game.

O que mais se destaca visualmente é a barra de “momento”, ou Momentum, no termo original, que fica logo acima do placar. De acordo com o andar da partida e o ânimo dos torcedores, os times podem desbloquear pequenos buffs para ajudar durante o jogo. Chegar ao máximo dessa barra, inclusive, faz até com que a câmera pré-snap trema, em uma tentativa de transmitir o desconforto do quarterback para o controle.

Barra de Momentum em destaque em Madden NFL 22 — Foto: Reprodução/EA Sports

Barra de Momentum em destaque em Madden NFL 22 — Foto: Reprodução/EA Sports

É bem claro, logo de início, que esse recurso é extremamente desbalanceado. A ideia de reproduzir a atmosfera hostil de um Arrowhead Stadium (Chiefs) ou Lumen Field (antigo CenturyLink, do Seattle Seahawks) é excelente para uma experiência imersiva. Pensando pelo lado competitivo, entretanto, não é tão agradável assim.

O grande problema é que há alguns buffs que passam do ponto de deixar o jogador desconfortável: bloqueios menos eficientes e drops dos recebedores estão entre os efeitos causados pela barra de Momentum, favorecendo bastante o time que está na frente.

Isso tudo passa pelo que a EA chama de Dynamic Gameday, mecânica que leva em conta a vantagem de se jogar em casa, o Momentum e até mesmo fatores atualizados com base na vida real. Antes da temporada começar, é natural que o mais observável seja justamente a barra de Momentum, mas fica a curiosidade para como essa inteligência artificial se comportará ao longo do ano.

Adam Thielen tenta recepção em Madden NFL 22 — Foto: Divulgação/EA Sports

Adam Thielen tenta recepção em Madden NFL 22 — Foto: Divulgação/EA Sports

No mais, a interface de gameplay não é tão nova assim. Madden já está bem confortável com sua jogabilidade há algumas edições, e não apresenta grandes adições para este ano.

Entrando na nova geração

Jogando no PlayStation 5, o usuário vai perceber rapidamente que há um uso bem generoso do alto falante no DualSense. A caixa de som toca inúmeros barulhos que dão uma ambientação bacana para as partidas, seja com apitos do árbitro ou até com barulhos de colisão e a respiração ofegante de um atleta enquanto corre.

Ainda no DualSense, o feedback háptico é bem utilizado pelo game: a vibração acompanha as passadas de uma corrida, e também transmite as colisões entre jogadores. Os novos gatilhos também se adaptam a algumas situações: o R2, responsável pela corrida dos atletas, fica “travado” ao receber um bloqueio, por exemplo.

Madden NFL 22 é o primeiro game da série lançado dentro da geração de PlayStation 5 e Xbox Series X|S — Foto: Divulgação/EA Sports

Madden NFL 22 é o primeiro game da série lançado dentro da geração de PlayStation 5 e Xbox Series X|S — Foto: Divulgação/EA Sports

A questão gráfica não chega a impressionar tanto — pra ser justo, avanços gráficos logo no início de uma geração de consoles não costumam ser tão gritantes assim. Ainda assim, a EA usou muito bem os outros recursos de ambientação para tentar transportar o jogador ao estádio.

Aproveitando o assunto mais “técnico”, a experiência online deixa a desejar: as jogadas funcionam de maneira bem fluida e não senti nenhum lag gritante. A mecânica de chutes, entretanto, depende bastante de precisão no momento de apertar os botões, e foi bastante prejudicada pela latência nas minhas gameplays.

Modo Franchise repaginado

Alvo de críticas e campanhas no último ano, o Franchise chega com novidades substanciais, mas que ainda parecem pouco para convencer o fã: com nova interface mais simplificada, o núcleo do novo Franchise está no planejamento semanal que o jogador deve fazer.

A ferramenta permite focar seus treinos de acordo com suas prioridades para o próximo jogo, elevando atributos específicos em detrimento de outros. Por exemplo, caso você vá enfrentar um time com ótimo running back, mas que não oferece muito perigo no jogo aéreo, o seu treino defensivo pode ser focado em impedir avanços terrestres, melhorando os números de seus jogadores nesse aspecto. Por outro lado, sua defesa de passes não vai ter um upgrade considerável.

Menu do modo Franchise em Madden NFL 22 — Foto: Reprodução/EA Sports

Menu do modo Franchise em Madden NFL 22 — Foto: Reprodução/EA Sports

Outra adição que já vinha sendo requisitada há tempos é a possibilidade de realizar scout de atletas universitários. A EA finalmente deu ouvidos aos fãs e inseriu a possibilidade dentro do novo Franquia.

O modo ainda é repleto de adornos como entrevistas que mudam um ou outro aspecto do jogo, metas que se traduzem em pontos para serem utilizados como upgrade na comissão técnica e afins. O frustrante, entretanto, é que tudo ainda depende muito do gameplay base, dentro do campo.

Você até pode simular as partidas, mas não há uma opção que te coloque, de fato, na pele do técnico: o responsável por chamar as jogadas e definir o que seus jogadores irão fazer. Se você quer chamar jogadas, você também deverá executá-las, comandando seu ataque ou defesa.

Defensor tenta superar bloqueio em Madden NFL 22 — Foto: Divulgação/EA Sports

Defensor tenta superar bloqueio em Madden NFL 22 — Foto: Divulgação/EA Sports

Para um jogo tão tático como futebol americano, é até estranho que essa opção ainda não exista, considerando que tanto FIFA quanto eFootball PES já as possuem em seu repertório.

No fim, não adianta ser um gênio do gerenciamento se você não tiver habilidade para tomar as decisões certas dentro de campo. Talvez até ajude, mas você vai ver seu trabalho acontecendo na forma de barras coloridas, que ilustram os avanços de cada time no modo simulação; seria interessante observar jogada a jogada e poder analisar o que deu certo e errado.

Face of the Franchise mais burocrático

O Face of the Franchise de Madden NFL 21 podia não ser lá uma aula de como se construir um enredo, mas tinha seu carisma: uma história com rivalidades, tensões, e bem equilibrada entre gameplay e cutscenes. O modo não teve a melhor das recepções e foi repaginado nesta nova edição, minimizando bastante a veia narrativa.

A história começa em tons similares, com o protagonista seguindo o caminho pré-Draft e conhecendo seus primeiros patrocinadores e participando de treinamentos particulares com equipes da NFL. O “clímax” é em um flashback do College Football Playoff, o mata-mata do futebol americano universitário, onde o jogador assume o controle de sua universidade escolhida nos dois últimos jogos da temporada, buscando o título.

Modo Face of the Franchise de Madden NFL 22 começa com boa história, mas se torna burocrático — Foto: Reprodução/EA Sports

Modo Face of the Franchise de Madden NFL 22 começa com boa história, mas se torna burocrático — Foto: Reprodução/EA Sports

Depois disso, seu jogador é draftado, levando em conta sua performance nas partidas e treinos até aqui. Daí pra frente, entretanto, a narrativa passa a ser bastante secundária.

O Face of the Franchise fica burocrático, se resumindo a cutscenes que mal têm dublagem e ao gerenciamento de sua carreira, além de alguns diálogos bastante repetitivos e desinteressantes. Na edição passada, a história dava saltos consideráveis no tempo para seguir a narrativa; no novo Madden, isso não existe, e as temporadas avançam semana a semana.

No fim, o modo se torna quase redundante com o Franchise, que possui a opção de controlar apenas um jogador ao longo de sua carreira. A curta narrativa do Face of the Franchise não é suficiente para compensar o gerenciamento avançado e a profundidade oferecida pelo outro modo de jogo.

Vale a pena?

Além dos modos já citados, também há o Ultimate Team, que foi totalmente esquecido neste ano e não recebeu mudanças significativas além de layout. Por fim, há o The Yard, o “modo VOLTA” do Madden, que chega como uma campanha nesta edição.

A proposta do The Yard é até divertida, com regras adaptadas em uma partida de 6 contra 6, mas as missões da dita campanha são bem longas e logo se tornam bem repetitivas. O apelo deve ser maior para grupos de amigos que queiram jogar juntos, assim como o próprio VOLTA de FIFA.

Dito isso, há sempre a questão de valer a pena gastar seu rico dinheirinho no novo game — a versão de PlayStation 5, pra se ter ideia, sai por R$ 338,90 na PlayStation Store.

Há alguns anos, Madden NFL não é uma franquia tão atrativa para novos jogadores e pessoas que não conhecem tão bem o esporte. O futebol americano não é tão acessível assim, e o game é repleto de mecânicas que requerem algum conhecimento tático para aproveitá-las ao máximo.

Não é novidade que comprar o Madden do ano já no lançamento é recomendado apenas para fãs de longa data do futebol americano e da franquia, que já conhecem as nuances do jogo e querem ter todas as atualizações que aconteceram entre as temporadas. Se você ainda não é tão habituado ao esporte, ou nunca jogou Madden na sua vida, é melhor pensar em uma edição passada ou aguardar por uma boa promoção.

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Fontes: Ge – Globo Esporte.

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