A Polícia Civil de São Paulo tenta identificar o segundo policial militar suspeito do assassinato do adolescente Guilherme Silva Guedes , de 15 anos. O jovem
Redação Publicado em 18/06/2020, às 00h00 - Atualizado às 10h13
A Polícia Civil de São Paulo tenta identificar o segundo policial militar suspeito do assassinato do adolescente Guilherme Silva Guedes , de 15 anos. O jovem desapareceu na madrugada do último domingo, da porta de casa, na Zona Sul da capital paulista, e apareceu morto a tiros na divisa com o município de Diadema. Na noite desta quarta-feira o sargento Adriano Fernandes de Campo, do Batalhão de Ações Especiais de Polícia da Polícia Militar (Baep), de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, foi preso pelo crime. A Justiça havia decretado a sua prisão preventiva.
A identificação do sargento foi feita a partir da análise de câmeras de segurança que gravaram o adolescente pela última vez numa rua próxima à casa onde morava com a avó e tia maternas, no bairro Vila Clara . Segundo o Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), Guilherme some das imagens e na sequência aparecem dois homens.
Um deles, de acordo com a investigação, é o sargento , que aparenta segurar uma arma. A polícia ainda não identificou o outro homem que, segundo a apuração, também é PM . A principal linha de investigação do DHPP é a de que os dois PMs estavam de folga e fazendo ‘‘bico’’ de segurança numa empresa privada quando suspeitaram que Guilherme pudesse estar envolvido num furto.
“Ele (sargento) faz a segurança de uma empresa nas proximidades da casa do garoto, onde estava havendo constantes furtos. Aí acho que ele quis dar uma lição na meninada da região e acabou pegando o Guilherme. E junto com o segundo (policial), que a gente ainda não identificou, acabou cometendo esse crime”, afirmou o delegado Fábio Pinheiro Lopes, diretor do DHPP.
Mas segundo os investigadores, o adolescente não tinha nenhuma passagem criminal anterior e dificilmente estaria envolvido em algum delito. “Parece que teve um furto e os meninos correram em direção àquela viela. Deve ter sido acionado pelo porteiro. Foi procurar e achou quem? Guilherme lá na porta. Pegou o Guilherme na porta da casa dele. Ele morava ali onde foi arrebatado. Não tinha antecedentes. Nunca teve passagens pela polícia”, disse Pinheiro.
E, de acordo com a investigação, mesmo que qualquer outra pessoa tivesse furtado algo na empresa, a atitude correta dos PMs seria a de pedir apoio à polícia, que levaria o suspeito a uma delegacia. “Independente de ter sido autor ou não do furto, isso não é conduta que alguém deve fazer”, frisou o delegado.
Guilherme estava na frente da casa da avó, no bairro Vila Clara , quando sumiu. Testemunhas contaram que um grupo de adolescentes passou correndo por ele, possivelmente fugindo dos policiais, e um deles o alertou, pedindo para que ele entrasse em casa. O menor teria dito que continuaria ali por não ter feito nada de errado.
O jovem foi encontrado com dois tiros na cabeça, um em uma das mãos e vários ferimentos na divisa com Diadema , município vizinho da capital. Perto dele estava uma tarjeta com a patente e o nome de guerra de um policial militar. O DHPP não confirmou se o objeto pertence a um dos PMs investigados.
Também não há confirmação oficial se o sargento identificado pela investigação já foi ouvido pelo DHPP no inquérito que investiga o crime de homicídio, ou pela Corregedoria da Polícia Militar , que apura se, mesmo de folga, os agentes cometeram crime militar. Caso as investigações confirmem haver indícios da participação dos PMs no crime, eles podem ficar presos até serem, posteriormente, julgados. Desde que Guilherme foi encontrado morto, uma série de protestos tem se repetido na região de Vila Clara.
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