Redação Publicado em 05/07/2022, às 00h00 - Atualizado às 14h04
Convidado no último sábado para o Le Mans Classic, evento bienal de carros antigos no Circuit de la Sarthe na França, Nelson Piquetse pronunciou pela segunda vez sobre os comentários racistas e homofóbicos contra Lewis Hamilton. Dessa vez, porém, o ex-piloto contrariou o próprio pedido de desculpas feito anteriormente ao afirmar que não disse nada de errado. O tricampeão mundial justificou o uso do termo “neguinho” por também adotá-lo para “amigos brancos”, e também garantiu não se importar com as acusações.
– Isso é tudo besteira, eu não sou racista. Não há nada, nada que eu disse errado. O (termo) que eu usei é uma palavra muito suave, até usamos com alguns amigos brancos – disse Piquet, em entrevista ao “Motor Sport Magazine”.
O ex-piloto da F1, que foi chamado para pilotar um Porsche 914/6 GT de 1970 no evento em questão no último fim de semana, ainda minimizou o caso:
– Eu realmente não me importo, isso não atrapalha minha vida. Estou aqui com meus amigos, estamos nos divertindo, é isso.
Entretanto, Piquet passou a ser alvo de ações públicas cujo pedido de indenização é de R$ 10 milhões, além de denúncia ao Ministério Público. O Núcleo de Enfrentamento à Discriminação (NED) do MPDFT confirmou o recebimento da queixa, que segue em análise, mas não deu detalhes da acusação.
O caso tomou notoriedade mundial no começo da última semana, quando o trecho de uma entrevista feita com Piquet no fim de 2021 foi divulgado na internet. No recorte, ele se refere a Hamilton como “neguinho” por pelo menos duas vezes ao avaliar a batida do britânico com Max Verstappen – genro do tricampeão – na edição passada do GP da Inglaterra.
O brasileiro chegou a divulgar uma nota sobre o episódio; apesar de pedir desculpas, ele diminuiu o peso do termo utilizado – que considera uma “expressão coloquial”. Na mesma semana, outro trecho da mesma entrevista foi divulgado pelo portal Grande Prêmio. Neste, o tricampeão repete a expressão racista e ainda tem uma fala homofóbica, além de ofender os ex-pilotos Keke e Nico Rosberg.
“O Keke? Era uma b… Não tinha valor nenhum. É que nem o filho dele (Nico), ganhou um campeonato, o neguinho (Hamilton) devia estar “dando mais c…” naquela época e estava meio ruim”, disse o ex-piloto
Nelson Piquet, tricampeão da F1, no Circuito de Spa-Francorchamps, na Bélgica — Foto: Joe Portlock/Formula Motorsport Limited via Getty Images
Doutor em Direito e autor do livro “Racismo Recreativo”, Adilson Moreira explicou que termos como o utilizado por Piquet, embora façam parte da linguagem coloquial brasileira, são adotados para diminuir pessoas negras. O especialista detalhou ainda que o racismo atua como um mecanismo que segrega minorias raciais à margem da sociedade, fazendo uso, inclusive, da linguagem para desqualificar um povo moralmente.
Hamilton é o primeiro e hoje o único negro do atual grid da F1, além de também ser o único com vitórias e títulos na história da categoria que já teve, em 2016 e 2017, o alemão Pascal Wehrlein – titular na Fórmula E atualmente.
Piquet ainda alegou que suas falas foram distorcidas e, embora tenha inicialmente dito que as acusações de racismo não o prejudicaram, ele admitiu posteriormente que teve problemas:
– Eu usei essa palavra quase um ano atrás, numa entrevista, e eles inventaram isso. Isso me causou alguns problemas, mas para ser honesto, eu realmente não me importo.
Lewis Hamilton no pódio do GP da Inglaterra de 2022 — Foto: Clive Mason/Getty Images
Recém-nomeado cidadão honorário do Brasil, o heptacampeão da Mercedes repostou um fã que questionou, de forma irônica, “quem é Nelson Piquet?”. Depois, pediu por mudanças de mentalidade em português e finalizou as postagens cobrando ações efetivas contra a discriminação no esporte.
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