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Pai que matou a filha e feriu ex estava proibido de se aproximar da família

A decisão judicial, datada de 10 de setembro, foi assinada pelo juiz plantonista Fernando Moreira Gonçalves diante de uma ocorrência policial registrada pela

Pai que matou a filha e feriu ex estava proibido de se aproximar da família
Pai que matou a filha e feriu ex estava proibido de se aproximar da família

Redação Publicado em 06/10/2016, às 00h00 - Atualizado às 19h11


Juiz havia decretado que ele ficasse a pelo menos 500 metros das vítimas.
Homem ainda baleou ex-sogra e ex-cunhada antes de cometer suicídio.

O técnico em informática David da Silva Medrado, de 35 anos, que matou a filha, de 7 anos, e atirou contra a ex-mulher, de 32, estava proibido de se aproximar da família. A medida protetiva foi expedida pela Justiça menos de um mês antes do crime, ocorrido nesta quinta-feira (6). O homem também baleou a ex-cunhada e a ex-sogra e depois cometeu suicídio.

A decisão judicial, datada de 10 de setembro, foi assinada pelo juiz plantonista Fernando Moreira Gonçalves diante de uma ocorrência policial registrada pela vítima por injúria, ameaça e roubo. No despacho, o magistrado ordena que David mantenha uma distância mínima de Lídia Gomes Reis Medrado e de toda sua família. Além disso, proíbe que ele faça qualquer tipo de comunicação com a mesma.

Para justificar sua decisão, o juiz salienta que a proibição busca “trazer a paz e a tranquilidade moral e psicológica da vítima e das pessoas que convivem com ela”. Alega ainda, que a situação visa diminuir os riscos da mulher que sofreu a violência.

“No caso em tela há indícios de que a vítima está em situação que merece ser amparada, para evitar que eventual mal maior venha a ocorrer”, diz a medida.

O crime foi cometido no Setor Crimeia Leste, na região norte da capital. Segundo a polícia, David aguardou o ex-sogro sair da residência para comprar pão e entrou na casa, às 5h45 desta quinta-feira. Após pular o muro, ele abriu fogo e atirou contra si próprio.

Boletim contra o ex
No dia 9 de setembro, Lidiane esteve na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), um dia antes da emissão da medida, para registrar uma queixa contra ex-marido. De acordo com a delegada Ana Elisa Gomes, ele não aceitava o fim do relacionamento.

“Neste dia, o David foi ao trabalho da Lidiane. Depois de xingá-la e ameaçá-la de morte, ele roubou o celular dela. Em seguida, ele foi ao colégio da filha, pegou a menina e sumiu com ela durante todo o dia, entregando-a depois. Até oferecemos abrigá-la, mas ela não quis”, disse ao G1.

Ana Elisa afirma também que foi ela própria quem sugeriu o pedido de medida protetiva. A mulher revelou que já havia passado por outros episódios de violência com o ex anteriormente.

Pai que matou a filha e feriu ex estava proibido de se aproximar da família em Goiás (Foto: Reprodução)

Juiz emitiu medida protestiva para evitar que ‘mal maior’ pudesse ocorrer (Foto: Reprodução)

Feridos
As três pessoas feridas foram encaminhadas ao Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). Segundo a unidade, Lidiane foi baleada no quadril, nas nádegas e de raspão na cabeça. A ex-cunhada do atirador, Lídia Gomes Reis, de 29, foi ferida no ombro. Já a ex-sogra, Maria de Jesus Reis, de 59, também foi baleada, mas não há informação sobre o local do ferimento.

Lidiane tem estado de saúde considerado grave. Ela está sedada e internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Lídia tem o mesmo quadro clínico e passa por uma cirurgia. Já Maria de Jesus também é operada, mas está regular.

Investigação
O delegado Francisco Costa, da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), relatou que David já entrou na casa atirando. “Ele pulou o muro, entrou na cozinha com as duas armas em punho e utilizou as duas, atirou na ex-cunhada, foi até o quarto onde estava a ex-mulher, a ex-sogra e a criança e atirou contra elas. Depois, se matou. Não houve discussão”, revelou.

Costa contou que, além das pessoas que foram baleadas, ainda tinha duas crianças, filhas da ex-cunhada e outra irmã da ex-mulher, que não foram atingidas pelos tiros. “Segundo familiares, ele não aceitava o fim do relacionamento e vinha fazendo constantes ameaças”, disse o delegado.

Corpos de pai e filha serão encaminhados ao IML, em GoIânia, Goiás (Foto: Murillo Velasco/G1)

IML esteve no local para recolher os corpos do homem e de sua filha (Foto: Murillo Velasco/G1)

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