O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou ao prédio da Justiça Federal, em Curitiba, às 13h40 desta quarta-feira (14) para ser interrogado. A audiência – referente a um processo da Operação Lava Jato – está marcada para as 14h.
![Comboio com Lula chegando ao prédio da Justiça Federal, em Curitiba, para o interrogatório marcado para as 14h desta quarta-feira (14) — Foto: Giuliano Gomes/PRPress](https://spdiario.com.br/media/uploads/legacy/3/4/d8da22b7cbef67d8fa77780d75e2811cb8b7aa0e.jpg)
Comboio com Lula chegando ao prédio da Justiça Federal, em Curitiba, para o interrogatório marcado para as 14h desta quarta-feira (14) — Foto: Giuliano Gomes/PRPress
Esta foi a primeira vez que o ex-presidente deixou a Superintendência da Polícia Federal (PF), onde está preso desde abril. Não houve bloqueios no trajeto até o local do interrogatório.
Apoiadores do ex-presidente estão em frente à sede da Polícia Federal, onde Lula está preso, e ao prédio da Justiça Federal, onde acontece a audiência.
![Apoiadores do Lula estão no entorno do prédio da Justiça Federal, onde o ex-presidente será interrogado nesta quarta-feira (14) — Foto: Giuliano Gomes/PRPRess](https://spdiario.com.br/media/uploads/legacy/8/8/e0df4dc3c8c88a11ce4829d9518802c01de32b61.jpg)
Apoiadores do Lula estão no entorno do prédio da Justiça Federal, onde o ex-presidente será interrogado nesta quarta-feira (14) — Foto: Giuliano Gomes/PRPRess
A oitiva será conduzida pela juíza federal Gabriela Hardt. Lula é réu nesta ação penal. Ele responde pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Conforme o Ministério Público Federal (MPF), o ex-presidente recebeu propina de empresas como a OAS e a Odebrecht por meio da reforma e decoração no sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), que frequentava com a família. Outras 12 pessoas são rés neste processo.
Os valores foram repassados ao ex-presidente em reformas realizadas no sítio, de acordo com os procuradores do MPF. Segundo a denúncia, as melhorias no imóvel totalizaram R$ 1,02 milhão. Ex-executivos da Odebrecht afirmaram que o departamento de propina da empresa bancou parte das obras.
Lula nega as acusações e afirma não ser o dono do imóvel, que está no nome de sócios de um dos filhos do ex-presidente.
![PMs cercam o prédio da Justiça Federal para interrogatório do Lula — Foto: Giuliano Gomes/PRPress](https://spdiario.com.br/media/uploads/legacy/d/1/b2b2bff0fcde889fdc58b1a0994af9ecea63d7a1.jpg)
PMs cercam o prédio da Justiça Federal para interrogatório do Lula — Foto: Giuliano Gomes/PRPress
O empresário Fernando Bittar, um dos donos do sítio, responde por lavagem de dinheiro. Interrogado pela Justiça, na segunda-feira (12), Bittar disse que achava que Lula faria o pagamento das obras na propriedade.
O pecuarista José Carlos Bumlai, que é amigo de Lula e réu por lavagem de dinheiro nesta ação penal, também será interrogado nesta quarta-feira, antes de Lula. Estes são os últimos depoimentos da ação, que depois vai para a fase final.
Juíza substituta
Os interrogatórios, que começaram na semana passada, estão sendo comandados pela juíza federal Gabriela Hardt, substituta na 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba.
![Gabriela Hardt assume temporariamente os processos da Lava Jato — Foto: Reprodução](https://spdiario.com.br/media/uploads/legacy/7/c/194457aca29b3194a70c29c3ad258b01ecf8c9f1.jpg)
Gabriela Hardt assume temporariamente os processos da Lava Jato — Foto: Reprodução
Sérgio Moro era o juiz federal responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, porém, ao aceitar o convite do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para ser ministro da Justiça, se afastou do cargo.
Em 5 de novembro, Moro comunicou que tiraria férias por 17 dias e que pedirá exoneração perto da posse, ou seja, no início de janeiro.
Gabriela Hardt começou a trabalhar com Moro em 2014 e, desde então, já o substitutiu em audiências.
Seleção do novo juiz
A seleção do novo juiz é de responsabilidade do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).
Com a saída de Moro, o TRF-4 deve abrir um processo informando que há uma vaga aberta. Quem pode participar são os juízes federais da região sul do Brasil. Entre os interessados, assume o juiz que tiver o maior tempo de magistratura.
![Sérgio Moro, ao lado de Paulo Guedes, deixando a casa de Jair Bolsonaro, no Rio, quando aceitou o convite para ser ministro da Justiça — Foto: Henrique Coelho/G1](https://spdiario.com.br/media/uploads/legacy/3/d/989bacb4a60f048145b16f012f8bed2d84817994.jpg)
Sérgio Moro, ao lado de Paulo Guedes, deixando a casa de Jair Bolsonaro, no Rio, quando aceitou o convite para ser ministro da Justiça — Foto: Henrique Coelho/G1
Lula preso
O petista está preso uma uma sala especial na PF, na capital paranaense.
Lula cumpre pena de 12 anos e 1 mês de prisão pela condenação no caso do triplex em Guarujá (SP). Ele foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
![Lula quando foi preso, em 7 de abril deste ano — Foto: Ricardo Moraes/Reuters](https://spdiario.com.br/media/uploads/legacy/8/3/3e2e3818f314e5acf2e0c8785cd13e8c473cb236.jpg)
Lula quando foi preso, em 7 de abril deste ano — Foto: Ricardo Moraes/Reuters
A denúncia foi aceita em agosto do ano passado. Ao todo, são treze réus.
Segundo o Ministério Público, Lula recebeu propina do Grupo Schain, por meio do pecuarista José Carlos Bumlai, da Odebrecht e da OAS como pagamento por contratos dessas empresas com a Petrobras.
Os valores teriam sido repassados por meio de reformas no sítio de somaram R$ 1,02 milhão. As obras começaram quando Lula ainda era presidente.
O sítio está em nome de Fernando Bittar e Jonas Suassuna, sócios de um dos filhos do ex-presidente.
Ao aceitar a denúncia, o juiz Sérgio Moro disse que as provas permitem a conclusão que Lula se comportava como proprietário do sítio e que as reformas foram feitas para beneficiar o ex-presidente.
Moro destacou que bens pessoais de Lula e dos parentes dele foram encontrados no imóvel e que veículos utilizados por Lula teriam comparecido 270 vezes ao longo de seis anos no sítio.
Agentes do ex-presidente instalaram câmeras de segurança no imóvel.
O ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, que tenta fechar um acordo de delação, disse que o pedido da reforma partiu do ex-presidente, e que os dois falaram pressoalmente sobre o projeto.
Fernando Bittar disse à juíza Gabriela Hardt que Lula e Dona Marisa queriam a reforma porque presicavam guardar objetos ganhos pelo ex-presidente.