Uma jovem de 19 anos, moradora de Porto Alegre, registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil por lesão corporal na noite de segunda-feira (8). Segundo o
Redação Publicado em 10/10/2018, às 00h00 - Atualizado às 15h53
Uma jovem de 19 anos, moradora de Porto Alegre, registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil por lesão corporal na noite de segunda-feira (8). Segundo o relato, ela vestia uma camiseta com os dizeres “Ele Não”, contra o candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL), quando foi abordada e agredida por três homens.
O caso aconteceu no bairro Cidade Baixa. A jovem descia de um ônibus, a caminho de casa, quando foi abordada pelos homens que passaram a questioná-la sobre o uso da camiseta. Os suspeitos teriam agredido a jovem com socos e marcado a barriga com riscos de canivete.
A ocorrência foi encaminhada para a 1ª Delegacia de Polícia Civil, que informou nesta quarta-feira (10) que o caso começou a ser investigado. Policiais buscam câmeras de segurança para tentar identificar os agressores.
Boletim de ocorrência foi registrado na noite de terça-feira (9) em Porto Alegre — Foto: Reprodução/Polícia Civil
O delegado Paulo Cesar Jardim, titular da delegacia, também pretende ouvir a jovem agredida assim que ela tiver condições de falar.
O caso ganhou repercussão nas redes sociais nesta segunda. Após três horas no ar, o post de uma jornalista de Brasília, que conversou com a jovem agredida, tinha mais de 10 mil compartilhamentos. Foi ela quem convenceu a menina a procurar a polícia.
“Ela foi agredida, humilhada no meio da rua. E como se não bastasse, dois homens seguraram seus braços, enquanto o terceiro cravava uma suástica na sua costela. Uma suástica…”, escreveu Ady Ferrer no Facebook.
O delegado responsável pela investigação explica que o desenho marcado na pele da jovem seria uma suástica ao contrário. “Se fosse alguém ligado a um grupo neonazista, faria o desenho correto”, entende Jardim, ainda sem concluir o caso.
Ady conta ainda que a jovem agredida também estampava a bandeira LGBT na mochila. E que muitas ofensas que ela ouviu foram nesse sentido. “Foram ofensas duras demais para retratar em um texto, duras demais para mulheres lésbicas ouvirem e lerem.”
A jornalista disse ao G1 que a jovem agredida não quer ser identificada e nem falar com a imprensa, pois está muito abalada. Ady ainda disse que também é LGBT e que seu medo aumentou após saber da história e “comprová-la como verdadeira.”
Jornalista relatou o caso nas redes sociais — Foto: Reprodução/Facebook
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