A jovem que foi acorrentada pela mãe dentro de casa e recebeu alta da Santa Casa para continuar tratamento contra drogas, em Sorocaba (SP), conseguiu fugir a
Redação Publicado em 02/08/2017, às 00h00 - Atualizado às 14h56
A jovem que foi acorrentada pela mãe dentro de casa e recebeu alta da Santa Casa para continuar tratamento contra drogas, em Sorocaba (SP), conseguiu fugir a caminho de uma consulta, nesta terça-feira (1º). Horas depois foi localizada no Jardim Nova Esperança, em um local conhecido como “minicracolândia”, conforme informou o presidente do Legislativo, Rodrigo Manga (DEM).
De acordo com a prefeitura – que mantém um convênio com a instituição responsável pela paciente – a jovem fugiu do veículo durante uma parada. Ela era levada à Policlínica para fazer tratamento odontológico.
Após saber do sumiço da jovem, a mãe procurou ajuda do vereador Manga, conhecido na luta contra dependência química. A partir do contato, a equipe passou a verificar os grupos de usuários mapeados pela cidade e a encontrou no bairro onde mora a família, próximo a linha férrea.
A paciente deve ser levada para a casa da família. Posteriormente, deve retornar ao procedimento na clínica de recuperação, onde o recomendado – segundo a mãe – é permanecer por cinco meses.
Em nota, a Prefeitura de Sorocaba disse que aguarda que ela continue com o tratamento e, por meio da Secretaria de Igualdade e Assistência Social, mantém-se a disposição para dar suporte à família e prestar assistência e atendimento.
Antes de ser internada na Santa Casa, a adolescente chegou a sumir outras duas vezes de associações em que passou, após o caso da família ser descoberto pela Guarda Civil Municipal. Entretanto, nesta segunda-feira (31), assim que recebeu alta do hospital, a garota falou ao G1 sobre a oportunidade de combater o vício.
O sopro nas velas do primeiro bolo de aniversário apagou as chamas e deveria ter apagado o passado no mundo das drogas. Aos 18 anos, a jovem deixou a ala da Santa Casa de Sorocaba no 44º dia de internação, em clima de festa e seguiu direto para a clínica.
O G1 acompanhou com exclusividade a saída da adolescente do hospital. Mãe e filha, que preferiram ter as identidades preservadas, comemoraram o fim da internação compulsória. Um dia antes da recaída, a paciente saiu da unidade sorridente e de mãos de dadas com quem não arredou o pé do quarto hospitalar.
A jovem agradeceu também uma pequena surpresa organizada por colegas que conquistou na unidade: uma festa de aniversário de 18 anos, no domingo (30).
“Teve festa e presente. Foi legal! Fizeram bolo, salgado, brigadeiro, beijinho e me deram um monte de presente. Esse conjunto que eu estou usando, o anel, o relógio e brinco. Todo mundo do hospital, meus amigos”, contou a garota.
A celebração na data de nascimento foi a primeira na vida. Na ocasião, a mãe, auxiliar de cozinha, disse que a renda da família é baixa e nunca conseguiram comprar um bolo para comemorar a data.
O vício com drogas e álcool causou o abandono dos estudos, ainda no ensino fundamental. Na época, ainda segundo a mãe, ela ajudava os irmãos em tarefas diárias, além de até ter concluído cursos como “designer de sobrancelhas”. Ainda durante a despedida do hospital, a paciente revelou o que pretendia para o futuro.
“Quero estudar, trabalhar, ser feliz, ficar longe das drogas e de amizades ruins. Longe de vagabundo.”
O caso da família foi acompanhado pelo Conselho Tutelar em uma luta judicial para conseguir uma vaga para a jovem em um clínica na região. No início, na Santa Casa, a paciente apresentou resistência e pedia para “ir embora” a todo momento, segundo a mãe. No entanto, com o avanço do tratamento, ela melhorou.
“Nós sofremos e chegamos a um ponto que ela não sabia o fazia e batia em todo mundo em casa.”
O caso veio à tona depois que uma equipe da Guarda Municipal recebeu uma denúncia de que uma adolescente, na época com 17 anos, estava acorrentada em casa. Na residência, os agentes encontraram a jovem presa pelo tornozelo em um guarda-roupa.
A mãe, de 43 anos, chegou a ser detida no dia 13 de junho por maus-tratos e contou sobre a angústia e desespero até tomar a atitude drástica. A família mora em uma área conhecida por ser ponto de tráfico de drogas. Responsável pela educação dos quatro filhos, ela afirmou que tomou a decisão de usar as correntes quando a situação saiu do controle.
“Uma vez tivemos que dormir todos na cozinha porque ela estava muito agressiva e ninguém podia ficar no quarto.”
Em outra situação, conforme a mãe, houve uma tentativa por parte da adolescente de explodir um botijão gás. A rotina da família foi comprometida e a mãe teve que abandonar o emprego para tentar resgatar a filha do mundo das drogas.
Sem renda, a mulher passou a vender latinhas e ganha cerca de R$ 20 por semana, mas o trabalho de percorrer ruas em busca das embalagens também foi interrompido devido aos ataques da filha.
A auxiliar de cozinha nasceu em Carapicuíba (SP), mas mora desde criança no interior de São Paulo, onde vivem a mãe e irmãos, que não tem como ajudá-la, já que alguns parentes também são usuários de drogas.
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