O goleiro Bruno Fernandes foi absolvido no Processo Administrativo Disciplinar aberto para analisar a denúncia de que ele estaria em um suposto bar na
Redação Publicado em 06/11/2018, às 00h00 - Atualizado às 08h37
O goleiro Bruno Fernandes foi absolvido no Processo Administrativo Disciplinar aberto para analisar a denúncia de que ele estaria em um suposto bar na companhia de duas mulheres. O caso foi mostrado em uma reportagem no dia 18 de outubro. No dia seguinte, a Justiça suspendeu o direito de trabalho externo e determinou que o detento permanecesse no presídio. O PAD, no entanto, apontou que não foram cometidas irregularidades e o goleiro foi absolvido por uma comissão interna do presídio de Varginha (MG) nesta segunda-feira (5).
Bruno Fernandes das Dores de Souza foi preso em 2010 e depois condenado pelo homicídio triplamente qualificado de Eliza Samúdio e por sequestro e cárcere privado do filho Bruninho. Desde abril de 2017, o goleiro está preso em Varginha, onde exercia trabalho externo na Associação de Proteção e Assistência ao Condenado. Foi durante o período em que estava no Apac em que foi gravado no pátio de uma associação anexa ao local.
A reportagem mostrou Bruno na companhia de duas mulheres. Na mesa em que eles estavam, havia uma lata de cerveja, mas o vídeo não mostra o goleiro ingerindo bebida em nenhum momento. A reportagem também exibiu um diálogo por meio de mensagens em um aplicativo de celular.
No entanto, após o vídeo ser divulgado, a própria Apac de Varginha, por meio do assessor jurídico Guilherme Costa, negou que o local fosse um bar e explicou que o espaço é usado normalmente pelos detentos, com conhecimento da associação.
Apac negou que local em que Bruno teria se encontrado com mulheres seja um bar — Foto: Reprodução EPTV
Segundo o advogado que representa Bruno, Fábio Gama, diversas testemunhas foram ouvidas ao longo da última semana e outras quatro foram apresentadas pela defesa nesta segunda-feira. Entre os ouvidos estavam os próprios reeducandos da Apac e a diretoria do local, que explicou o funcionamento e o método utilizado na associação.
Além disso, provas documentais e vídeos também foram analisados pela comissão, que entendeu que não houve descumprimento de regras.
“Provas que comprovam, primeiramente, que não houve a questão de garotas para fazer programa. Segundo que não houve ingestão de bebida alcoólica no loca. Terceiro de que lá, a sede da associação, não é um bar. Quarto que lá na Apac, realmente o método Apac autoriza o uso de celular. E que no presídio não, mas lá sim e, inclusive, foi autorizado”, afirma o advogado.
Goleiro Bruno cumpre pena em Varginha — Foto: Reprodução/EPTV
Com a absolvição, Bruno mantém a contagem de tempo para obtenção de benefícios e, consequentemente, pode requerer a progressão de pena para o regime semiaberto.
“Agora eles vão comunicar o juiz, porque é um processo interno, mas eles vão encaminhar a decisão e, na hora que o juiz tomar conhecimento, reestabelece a condição normal dele, normal, e vai apreciar, daí por diante, o pedido de semiaberto”, conclui Fábio Gama.
O G1 entrou em contato com a Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) para a obtenção de detalhes da decisão, mas até esta publicação não havia tido retorno.
Bruno foi condenado pelo homicídio de Eliza Samúdio e pelo sequestro e cárcere privado do filho Bruninho. Ele também havia sido condenado por ocultação de cadáver, mas esta pena foi extinta, porque a Justiça entendeu que o crime prescreveu.
Em 2017, o goleiro chegou a ser solto por uma liminar do Superior Tribunal Federal (STF) e voltou a jogar futebol, atuando no Módulo 2 do Campeonato Mineiro pelo Boa Esporte, mas depois teve a medida revogada e um pedido de habeas corpus negado. Em 27 de abril de 2017, Bruno se apresentou à polícia em Varginha, onde foi preso e levado para o presídio da cidade.
Em junho de 2018, ele passou a trabalhar na Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Apac) da cidade, após decisão da da 1ª Vara Criminal e de Execuções Penais. Desde então, cumpria pena e trabalhava na unidade.
Eliza Samúdio e o ex-goleiro Bruno — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal/TV Globo
As penas somadas chegaram a 20 anos e 9 meses de prisão. Ao todo, o goleiro, que teve a pena aumentada por ser mandante, mas diminuída na mesma proporção por ser réu confesso, precisa cumprir 7 anos, 6 meses e 15 de pena para ter direito ao benefício do semiaberto – esse número vem sendo diminuído devido às remições por tempo trabalhado e estudo.
Bruno já cumpriu pouco mais de 8 anos da pena, mas uma falta grave cometida em 2013 faz com que não seja computado o tempo total em que esteve preso. Com isso, apenas o período após 02 de abril daquele ano é contado para a obtenção da progressão de pena para o semiaberto. A conclusão total da pena agora está prevista para 11 de maio de 2031.
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