Amostras de monitoramento feitas em 24 pontos de coleta do sistema de esgotamento de Belo Horizonte e Contagem (MG) indicam que a incidência do novo
Redação Publicado em 06/06/2020, às 00h00 - Atualizado às 11h13
Amostras de monitoramento feitas em 24 pontos de coleta do sistema de esgotamento de Belo Horizonte e Contagem (MG) indicam que a incidência do novo coronavírus (covid-19) aumentou significativamente na Bacia do Ribeirão da Onça, onde a presença do vírus chegou a 88% das amostras que coletadas entre os dias 11 e 15 de maio. No levantamento anterior, feito de 27 de abril a 8 de maio, o índice estava em 69%.
Na outra bacia analisada, a do Ribeirão Arrudas, houve “leve queda” do total de amostras positivas, que passaram de 50% para 43%.
Os dados constam de boletim divulgado pelo projeto-piloto Monitoramento Covid Esgotos, a partir dos efluentes gerados por uma população de 2,2 milhões de habitantes, o que corresponde a quase 71% da população urbana de Belo Horizonte e Contagem.
O projeto abrange 24 pontos de monitoramento. Dezoito deles na rede coletora, e os demais em pontos dos ribeirões Arridas e Onça; e em pontos de entrada e saída das estações de tratamentos de esgoto locais.
O monitoramento de esgotos como ferramenta de vigilância epidemiológica não é uma novidade. Em meados dos anos 1850, o inglês John Snow usou essa ferramenta para entender a ocorrência da cólera e identificar as residências de pessoas que morreram por conta da doença no bairro do Soho, em Londres.
A expectativa é de que agora essa ferramenta seja aplicada também para acompanhar a situação da atual pandemia no Brasil, de forma a gerar dados que poderão ajudar os gestores na tomada de decisões inclusive sobre medidas como a de isolamento social.
A iniciativa, que terá duração inicial de dez meses, conta com a participação da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estações Sustentáveis de Tratamento de Esgoto (Inct ETEs Sustentáveis), entidade vinculada à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Segundo o coordenador do Inct ETEs Sustentáveis e professor da UFMG, Carlos Chernicharo, a testagem do esgoto possibilita o diagnóstico do conjunto de indivíduos de uma comunidade.
“Assim sendo, o esgoto passa a ser a amostra de fezes e de urina que representa o conjunto da população”, explicou durante uma videoconferência promovido pela Agência Nacional de Águas (ANA).
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