O ato de colecionar veio de família. O menino, então com quatro anos, ao ver a dedicação do pai com os selos, decidiu ter a própria coleção. Foi quando Silvio
Redação Publicado em 01/08/2017, às 00h00 - Atualizado às 10h25
O ato de colecionar veio de família. O menino, então com quatro anos, ao ver a dedicação do pai com os selos, decidiu ter a própria coleção. Foi quando Silvio Rosa Santos Martins, fotógrafo de Sorocaba (SP), adquiriu seu primeiro selo em 1976. Desde então, virou filatelista de carteirinha e especialista no assunto.
Hoje com 45 anos, a coleção de Silvio tem cerca de 1,4 milhão de selos e inclui exemplares raros, como o primeiro fabricado no Brasil, em 1843, chamado de Olho de Boi, e o selo em comemoração aos 300 anos de Sorocaba, com o rosto do fundador Baltazar Fernandes estampado, de 1954.
Silvio Rosa Santos Martins reúne os mais de 1 milhão de selos em 100 catálogos (Foto: Arquivo pessoal)
Diferentemente do pai, que preferia selos com obras de grandes nomes da arte – como Leonardo Da Vinci e Pierre-Auguste Renoir -, Silvio adquire selos de todo o mundo.
No Dia Nacional do Selo, comemorado nesta terça-feira (1°), o fotógrafo abriu sua coleção ao G1 e falou sobre os cuidados necessários para manter os selos bem conservados. Todos foram catalogados e separados em 100 pastas.
O selo raro que custou mais caro foi adquirido por R$ 1 mil e retrata os 50 anos da Semana de Arte Moderna, em 1922. Em contrapartida, o item que marca o primeiro campeonato mundial de Ayrton Senna, de 1988, foi encontrado por R$ 50 e também é considerado raro.
Coleção é guardada dividida em 100 catálogos (Foto: Silvio Rosa Santos Martins/Arquivo Pessoal)
Segundo Silvio, não basta apenas colecionar, é necessário que os objetos permaneçam os mais originais possíveis, já que muitos sofrem com a ação do tempo. Quanto mais preservado, mais o selo pode valer no mercado de filatelistas.
Para conseguir os selos, o colecionador conta que é uma verdadeira troca de figurinhas.
“Compro de colecionadores que estão se desfazendo, às vezes tenho selos que não me interessam tanto, como os de futebol, e assim funcionam as trocas. Cada um se beneficia do que o outro tem”, diz.
Além das negociações feitas diretamente com outros colecionadores, o fotógrafo conta que também ia até as agências dos Correios e casas de filatelistas em São Paulo, atrás de novos exemplares.
Primeiro selo postal do Brasil, de 1843, o Olho de Boi de 30 réis (Foto: Silvio Rosa Santos Martins/Arquivo Pessoal)
Entre suas preciosidades, Silvio faz questão de destacar o selo metálico do vaticano, que adquiriu há cerca de oito anos, além do exemplar em pano dos 100 anos do Esporte Clube Paulista Corinthians.
O colecionador já abriu o acervo diversas vezes para participar de campeonatos nacionais e internacionais, e faz questão de exibir os troféus conquistados ao longo dos 41 anos de hobby.
Para participar dos campeonatos, Silvio conta que é importante o selo ser autêntico, pois algumas pessoas tentam burlar as regras com itens falsos, por exemplo, e são automaticamente desclassificados.
Com os selos, o colecionador teve a oportunidade de conhecer países como Portugal, Argentina, Espanha, França e Chile.
“A filatelia é uma fonte inesgotável de pesquisa, é um instrumento auxiliar da história. Como pesquisador da história do Brasil e do mundo, para mim é parte importante nessa pesquisa. Todas as minhas coleções tem embasamento histórico, são verdadeiros acervos da cultura”, conclui Silvio.
Fotógrafo coleciona medalhas adquiridas durantes os campeonatos de filatelismo no Brasil e no mundo (Foto: Silvio Rosa Santos Martins/Arquivo Pessoal)
Coleção com mais de um milhão de selos é de Sorocaba (Foto: Silvio Rosa Santos Martins/Arquivo Pessoal)
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