O governo da Bolívia deve declarar alerta nacional nas próximas semanas devido ao aumento dos casos de violência contra as mulheres. A presidente interina do
Redação Publicado em 09/01/2020, às 00h00 - Atualizado às 12h33
O governo da Bolívia deve declarar alerta nacional nas próximas semanas devido ao aumento dos casos de violência contra as mulheres. A presidente interina do país, Jeanine Áñez, disse que vai aprovar um decreto para marcar 2020 como o “Ano de Combate à Violência contra a Mulher”.
Seguno o ministro da Justiça, Álvaro Coimbra, o governo está consternado com as estatísticas do ano passado, que terminou com 117 feminicídios. Em 2018, o relatório da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) registrou 128 assassinatos de mulheres no país, colocando a Bolívia em 5º lugar entre os países que mais matam mulheres na região.
A Bolívia, com 2,3 feminicídios a cada 100 mil habitantes, fica atrás apenas de El Salvador (6,8), Honduras (5,1), Santa Lucía (4,4) e Trinidad e Tobago (3,4).
A Procuradoria Geral da República alertou que, apenas em 2020, já foram registrados nove feminicídios, 685 casos de violência física e 163 casos de estupro. O número de mortes, até o momento, é mais do que o dobro do registrado em 2019 – quando foram registradas 4 mortes entre o dia 1º e 7 de janeiro, informou o procurador-geral da Bolívia, Juan Lanchipa.
“Isso chama nossa atenção, e esperamos que as autoridades possam tomar ações preventivas. Sabemos que o governo está assumindo a tarefa de realizar ações de emergência, porque os números nos convidam a tomar ações conjuntas entre instituições para impedir a escalada da violência de gênero e do feminicídio”, afirmou Lanchipa.
De acordo com o Ministério Público da Bolívia, a maioria das mortes ocorreu devido à asfixia causada por seus agressores. Uma morte foi por ferimentos de armas brancas e outra por espancamento.
Para o ministro da Justiça, o “alerta nacional” busca envolver todas as instituições estatais, não apenas do ponto de vista da logística, projetos e planos, mas também da mobilização de recursos econômicos.
Agência Brasil
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