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COLUNA

O Brasil e os Brics

Luiz Inácio Lula da Silva. - Imagem: Divulgação / Ricardo Stuckert
Luiz Inácio Lula da Silva. - Imagem: Divulgação / Ricardo Stuckert
Cesário Melantonio Neto

por Cesário Melantonio Neto

Publicado em 01/09/2023, às 05h34


Com a entrada da Argentina Egito Irã Arábia Saudita Emirados Árabes Unidos e Etiópia os Brics se expandem fortemente no oriente médio.

Será uma nova oportunidade para o Brasil retomar o espaço perdido nessa região.

No governo anterior nenhuma grande iniciativa foi tomada para uma maior aproximação com os países islâmicos.

Etiópia sede da união africana igualmente nos faz lembrar que perdemos influência no continente africano.

A visita do presidente Lula a África aponta para uma retomada de nosso relacionamento diplomático com essa importante região.

A adesão da Argentina foi muito por influência brasileira .

Certamente os Estados Unidos e a Europa devem estar atentos a essas mudanças geopolíticas que atingem seus interesses vitais.

Países como Egito, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, antes da órbita norte-americana, se deslocam em direção a um novo agrupamento por importante escolha diplomática surpreendente.

Irã pela superfície, população e peso econômico agrega mais um fator de peso aos Brics.

Eventuais temores pelos riscos da expansão dos Brics creio serão superados pelas vantagens das adesões.A relação custo-benefício será certamente positiva para o chamado Sul Global.

Estamos a entrar em um mundo multipolar e o Brasil terá um papel importante a desempenhar diplomaticamente na nova ordem mundial.

Com a presidência do G 20 a partir de dezembro o governo brasileiro terá um novo instrumento em mãos para retomar o espaço perdido no panorama internacional.

As próximas e prováveis viagens presidenciais ao México e Cuba estão inscritas neste esforço de reaproximação também com o nosso entorno geográfico a América Latina.

O Brasil tem de preparar-se para conviver com as novas tensões internacionais sem acirramento. Os chineses não esperam do Brasil aliança, mas sim concordância em certos pontos. E os americanos também em mais pontos. Temos o benefício de estarmos suficientemente longe dos principais focos de tensão mundial.

O mundo não é composto por pessoas iguais, mas sim por culturas diferentes,e a grande vantagem é permitir que haja uma certa convivência entre elas.

Os Brics ampliados vão ser um novo ponto focal para o diálogo de culturas, civilizações e até religiões além do seu principal componente político e econômico.

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