Há quem diga que a literatura é desconectada da vida real. Para essas pessoas, os livros são, na melhor das hipóteses, passatempos úteis para não
Redação Publicado em 23/07/2018, às 00h00 - Atualizado às 11h34
Há quem diga que a literatura é desconectada da vida real. Para essas pessoas, os livros são, na melhor das hipóteses, passatempos úteis para não enlouquecermos com o turbilhão do cotidiano. Tanto é assim que, muitas vezes, leitores vorazes são encarados como sujeitos que vivem no mundo da lua.
Mas, se pararmos para observar, a literatura está firme e forte, entre nós. Basta pensar em algumas palavrinhas que costumamos usar para descrever algumas situações. Dois exemplos:
“Kafkiano”. Vem de Franz Kafka, autor de “A metamorfose”, “O castelo”, “O processo” e várias outras narrativas curtas ou longas. Dizem que Kafka soube, como ninguém, descrever o absurdo do século XX. Muitos de seus textos mostram personagens sufocadas por mecanismos absurdos de autoridade. O problema é que esses mecanismos absurdos de autoridade funcionam com padrões de normalidade para quem não é triturado por eles. Nessas horas, nunca é demais se lembrar do nazismo e do stalinismo, regimes que tentaram destruir aquilo que o ser humano tem de mais nobre. Mas, para além das tragédias da história, o termo “kafkiano” se aplica às situações mais comuns. Seu nome desapareceu do sistema? Algo kafkiano está acontecendo. Você precisa recorrer de uma multa aplicada injustamente? São tentáculos kafkianos batendo à porta. E por aí vai.
“Quixotesco”. Vem, claro, do personagem Dom Quixote, de Miguel de Cervantes. Dom Quixote, no romance de Cervantes, após ler centenas de novelas de cavalaria, abandona sua vida pacata para resgatar e praticar os nobres ideais cavaleirescos numa Espanha que, de acordo com o protagonista, está mudando para pior. Os aspectos cômicos e comoventes do romance de Cervantes surgem justamente do choque dos mundos de Quixote e das pessoas que renegam o mundo da cavalaria. Quem é Quixote? Nobre? Louco? A encarnação máxima da dignidade e da coragem? Cabe ao leitor decidir. Ainda hoje, ser “quixotesco” é remar forte contra a maré; é acreditar numa ideia; é virar a própria vida de ponta cabeça em nome de um ideal justo. Nossos tempos são pobres de Quixotes, infelizmente.
Deu para perceber? A relação da literatura com a realidade é um belo jogo de espelhos, no qual uma reflete a outra. A literatura, sem o combustível da realidade, não teria sentido. Seria vácuo. A realidade, sem a literatura, seria cinza, previsível, tirânica. Seria a morte em vida.
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