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Vilão de filme em Hollywood, Edson Barboza aprova atuação: “Vou guardar para a vida inteira”

Nas horas vagas entre uma luta e outra no UFC, o hoje peso-pena Edson Barboza arrumou outro serviço: ator de filmes de ação. Isso mesmo. O brasileiro de 35

Edson
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Redação Publicado em 11/02/2021, às 00h00 - Atualizado às 12h45


Nas horas vagas entre uma luta e outra no UFC, o hoje peso-pena Edson Barboza arrumou outro serviço: ator de filmes de ação. Isso mesmo. O brasileiro de 35 anos, dez deles na maior organização do mundo, agora está nas telinhas e telonas. Ele é o vilão “Marco Blaine” no longa “Born a Champion”, ou “Nasce um Campeão” numa tradução livre para o português. O filme estreou nos EUA no dia 22 de janeiro, e ainda não tem título e nem data para ser exibido no Brasil.

Em conversa com o Combate, Edson falou da experiência durante as gravações na Califórnia, nos estúdios da Warner Bros., como as dicas que recebeu do veterano ator Dennis Quaid, e não fecha as portas para novas oportunidades em Hollywood.

– Foi uma experiência foi única. A gente sempre vê o filme do outro lado, em frente à televisão, e tive a oportunidade de ver os bastidores. E vi como os caras trabalham! A gente sempre acha o serviço do outro mais fácil, mas caramba, os caras trabalham muito! Tive muito pouco tempo durante o filme, mas tive que ficar lá quase duas semanas, e filmava de 7h às 19h. É um trabalho muito duro. Mas foi muito legal, vou guardar para a vida inteira.

O filme é estrelado pelo ator Sean Patrick Flanery, que faz o personagem “Mickey Kelley”, um faixa-preta de jiu-jítsu nos anos 90 nos EUA. Na história, ele leva uma surra do personagem do brasileiro e, mais tarde, num novo encontro, tem a chance de se redimir em busca da honra. Edson lembra que não foi fácil dizer suas falas previstas no roteiro.

– No início pensei: “Ah, vai ser de boa, vou me virar, vai ser tranquilo”, mas aí vi que não seria assim. Filmando com o Dennis Quaid, tinha que falar o que estava escrito no script, e ele pegou, amassou e jogou fora, já que eu não estava conseguindo fazer. Ele disse: “Você sabe o que tem que fazer, então pega e fala, não fica tentando ler, você sabe o que tem que fazer”. Daí foi um pouco mais fácil. E ele me ajudou a entender que não era o Edson Barboza. Ele falou: “Uma coisa que você tem que entender aqui é que você não é o Edson Barboza, é o Marco Blaine, então não se preocupe com o que você vai falar e com o que você vai fazer”. Depois que entendi isso, foi tudo mais fácil.

O convite para o filme é que foi inusitado. Edson Barboza tem quase 300 mil seguidores, e foi por ali que chegou primeiro a proposta, o que o fez não acreditar na história. O empresário dele, Alex Davis, foi quem confirmou o convite e o incentivou.

– Uma pessoa mandou mensagem e dizia que era de tal lugar, dizendo que queria que participasse do filme. Vi a mensagem e pensei: “Quem vai me convidar para fazer um filme pelo Instagram? É mentira. Mas a pessoa insistiu muito durante três dias e mandou dezenas de mensagem. Respondi: “Fala com meu empresário”, e passei o contato do Alex. Ele me liga desesperado: “Junior, parece que é sério, a pessoa quer que você participe do filme”. Falei para ele não viajar, “não sei falar inglês, vou fazer o quê no filme? Não sou ator, não sei atuar”. E ele falou que seria uma oportunidade boa, que ainda iriam pagar um pouquinho. Fiquei sem querer ir, mas ele falou: “Ofereceram o (Donald) Cerrone e o Michael Bisping, e o cara não quer, quer você. Ele falou que teria que fazer o filme com um cara que ele teria medo de lutar, e você é o cara que ele teria medo. O cara quer você de qualquer jeito”. Sem luta marcada, então falei: “Vou lá fazer então”.

Edson Barboza ao lado de Dennis Quaid durante as gravações do filme na Califórnia — Foto: Arquivo Pessoal

Edson Barboza ao lado de Dennis Quaid durante as gravações do filme na Califórnia — Foto: Arquivo Pessoal

E Marco Blaine tem algo de Edson Barboza? O lutador de Nova Friburgo, integrante da American Top Team, na Flórida, revelou detalhes e bastante semelhanças.

– Ele é um striker, é um cara que luta em pé também, e brasileiro. Ele está no MMA também, e tem a oportunidade de lutar com o ator principal duas vezes. É mais ou menos isso, é quase o Edson (risos).

Para filmar as cenas de ação, Edson garantiu que essa parte não teve dificuldades. E nem risco para o ator Sean Patrick Flanery.

– Foi a parte mais fácil fazer a atuação da luta. O ator principal tem uma noção muito boa. Ele é faixa-preta de jiu-jítsu, sabe a luta em pé também, então sabe onde tinha que se posicionar. Não deu para ninguém se machucar de verdade, e pareceu realmente que foi bem real.

Edson Barboza venceu Makwan Amirkhani por decisão unânime em sua última luta no UFC — Foto: Getty Images

Edson Barboza venceu Makwan Amirkhani por decisão unânime em sua última luta no UFC — Foto: Getty Images

Com 21 vitórias e nove derrotas na carreira, e já com toda a experiência que tem no cage, Edson já não vê a experiência de atuar com tanta distância como antes de “Born a Champion”.

– Por que não? Foi um experiência muito legal, vi o quanto os caras trabalham duro. Se chegasse um convite, pensaria. Se tiver luta, a prioridade vai continuar sendo a luta, claro, mas se não tivesse luta, por que não? Seria bem divertido!

Com uma luta por fazer em seu contrato com o UFC, o futuro do lutador na organização ainda é uma incógnita. Ele avisa que tem treinado muito e acredita que merece algum rival do top 10 do peso-pena. Nessa divisão, ele perdeu para Dan Ige em maio do ano passado, e depois venceu Makwan Amirkhani em outubro.

– Estou treinando muito, comecei o ano a mil por hora e querendo lutar o mais rápido possível, mas até agora não conseguimos fechar nada. Tenho mais uma luta no contrato do UFC e estou esperando o que vai acontecer (…). Todo mundo sabe que não escolho muito (o adversário), pode qualquer um do top 10. Acho que mereço. Fiz duas lutas nessa categoria e ganhei as duas. Com o (Dan) Ige não deram para mim, mas acredito que ganhei. Pela minha história no UFC e por tudo o que mostro, acho que mereço um cara que está lá na frente – concluiu.

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Fonte: GE – Globo Esporte.

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