Italo Ferreira realizará um sonho a partir do dia 23 de julho. Munido de prancha na mão, bandeira do Brasil no uniforme e uma ideia fixa, ele começará nesta data a disputar as Olimpíadas de Tóquio, e na condição de favorito – o potiguar será o cabeça de chave número um do torneio.

A possibilidade de ser medalhista na edição que marca a estreia do surfe em Jogos Olímpicos mexe com as aspirações do brasileiro, embora ele não trate o objetivo como obsessão.

– Eu entrego nas mãos de Deus. Não ponho muita expectativa, não, sempre acho que eu tenho que viver e aproveitar. Vou te falar que eu lembro das Olimpíadas é mais na hora das entrevistas, que é quando a galera pergunta sobre. Mas isso é do meu jeito, eu vou vivendo a cada momento. Acho que o circuito mundial, agora em abril, é o meu primeiro e meu maior foco neste momento. Aí quando eu estiver próximo de verdade, quase embarcando para Tóquio, aí eu vou começar a pensar de fato – afirmou, em entrevista ao ge.

A partir da noite desta quarta-feira (pelo horário de Brasília), ele disputa a primeira etapa da perna australiana do circuito mundial de surfe, em Newcastle. Mas o discurso flutua como se estivesse em um tubo.

Alguns minutos depois da resposta comedida, Italo se despe das ressalvas para avaliar o quanto um eventual pódio olímpico vai pesar em seu já recheado currículo. Além dele, Gabriel Medina é o outro brasileiro já garantido no masculino. No feminino, as representantes do país serão Silvana Lima e Tatiana Weston-Webb.

– Ter a oportunidade, a chance de disputar as olimpíadas, o surfe, principalmente para mim, é muito gratificante. Poder levar a bandeira do brasil e ter chances de chegar lá e conseguir o que eu quero, uma medalha, que é um dos meus sonhos hoje – confessou.

Foram justamente ele e Medina que decidiram o título do circuito mundial em 2019 e despontam como favoritos em Tóquio. Mas o potiguar faz questão de lembrar de outros nomes de relevo, como o norte-americano John John Florence, bicampeão mundial.

– Ter uma das medalhas olímpicas na minha mesa, para completar a minha banquinha, é o que eu preciso. Eu venho trabalhando bastante para isso. Mas, sem dúvida, eu sonho, eu desejo, eu almejo ter aquilo também. Vai ser histórico se isso acontecer, então acho que colocar meu nome lá, ter uma medalha de ouro para mim é algo surreal. Só entrego nas mãos de Deus e deixo as coisas acontecerem – comentou.

Italo vê a simples realização dos Jogos, em meio a uma pandemia que já fez mais de 2,7 milhões de vítimas em todo o mundo, como uma façanha. Da qual quer participar.

– Acho que realmente vai ser uma vitória para todo mundo. Porque é um evento muito grande, que mexe com o mundo em geral. Se as Olimpíadas acontecerem, será uma conquista para a humanidade.

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Fonte: GE – Globo Esporte.