O São Paulo é um dos maiores responsáveis pelo aumento de receitas do futebol brasileiro em 2017, de acordo com o estudo anual do Itaú BBA sobre as finanças
Redação Publicado em 18/09/2018, às 00h00 - Atualizado às 09h31
O São Paulo é um dos maiores responsáveis pelo aumento de receitas do futebol brasileiro em 2017, de acordo com o estudo anual do Itaú BBA sobre as finanças dos clubes. O faturamento foi de R$ 469 milhões, um aumento de 24% na comparação com 2016 (a média nacional foi de 17%). O clube do Morumbi exibiu mais uma vez sua grande capacidade de vender jogadores para o mercado europeu.
No ano passado, o São Paulo foi de novo o líder nesse quesito e arrecadou nada menos do que R$ 165 milhões com venda de atletas. Quase o dobro dos R$ 86 milhões do ano anterior.
O problema desse modus operandi é que o clube precisa repor as peças que saíram – invariavelmente gasta quase tudo o que arrecada com jogadores mais velhos, também com altos salários e menos potencial de revenda. O custo do futebol são-paulino em 2017 foi de R$ 210 milhões, contra R$ 189 milhões em 2016.
Embora tenha atravessado mais um ano sem títulos e brigando contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro, o São Paulo aumentou sua arrecadação com publicidade e patrocínio (de R$ 49 milhões para R$ 69 milhões) e conseguiu reduzir sua dívida – de R$ 339 milhões para R$ 314 milhões. Apesar de alguns bons números, o São Paulo continua muito dependente da venda de jogadores para fechar suas contas.
“A gestão baseada em compra-e-venda de atletas apenas coloca o clube num risco absolutamente desnecessário”, diz a conclusão do Itaú BBA sobre as contas do São Paulo.
“Num ano em que não conseguir vender atletas as contas simplesmente não fecharão, pois o custo da base é elevado, o custo direto é alto, ainda há dívidas vencendo e seus custos financeiros, e logo mais o Profut começa a vencer. “
O estudo da situação financeira dos clubes nacionais divulgado ano a ano pelos analistas do Itaú BBA abre sua avaliação relativa a 2017 alertando que se repete um ciclo de “mais dinheiro, mais gastos, nenhuma preocupação com o futuro”. O relatório deste ano, divulgado com exclusividade pelo Globoesporte.com, diz que “seguimos esta jornada nos repetindo e andando em círculos”.
De modo geral, a análise chama atenção para o fato de “despesas e custos continuarem crescendo e ocupando o salto de receitas”, ao passo que “investimentos gerais não mudaram muito, nem as dívidas”. E lembra: “O Profut começará a vencer, as regras de distribuição de direitos de TV mudarão, e isso vai pressionar o fluxo de caixa dos clubes em 2019”.
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