Quase metade dos lares brasileiros são liderados por mulheres

O Censo 2022, divulgado pelo IBGE, trouxe um dado significativo: pela primeira vez, as mulheres passaram a assumir mais a liderança financeira dos lares do que o papel de cônjuge ou companheira. Atualmente, 34,1% das mulheres são responsáveis pelas casas onde vivem, enquanto 25% se identificaram como cônjuges do responsável principal.

Em comparação com 2010, a mudança é notável. Naquele ano, apenas 22,9% das mulheres ocupavam o papel de chefe da casa, enquanto 29,7% eram registradas como cônjuges. Essa transformação mostra uma mudança na estrutura familiar e reflete o avanço da participação feminina em várias esferas sociais, especialmente no mercado de trabalho.

O levantamento também aponta que as mulheres agora lideram 49,1% dos lares brasileiros, praticamente alcançando a paridade com os homens, que respondem por 50,9%. Essa evolução é especialmente visível em estados do Nordeste, onde mais da metade dos domicílios são liderados por mulheres.

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Segundo Jefferson Nascimento, analista socioeconômico do IBGE, essa tendência vem se consolidando nas últimas décadas. Ele destaca que, embora a participação feminina na liderança doméstica tenha avançado, as responsabilidades com os filhos continuam recaindo majoritariamente sobre as mulheres, especialmente nas famílias em que elas vivem sozinhas ou são mães solo.

Estamos testemunhando um movimento de transformação social. As mulheres estão cada vez mais presentes em posições de liderança, tanto nas famílias quanto no mercado. Mas é importante reconhecer que, em muitos casos, essa mudança vem acompanhada de uma sobrecarga de tarefas", explica Nascimento.

Além disso, a pesquisa mostra uma disparidade entre estados. Em Santa Catarina e Rondônia, a proporção de mulheres responsáveis pelos domicílios é a menor do país, com 44,6% e 44,3%, respectivamente. Em contrapartida, em outras regiões, principalmente no Nordeste, essa liderança feminina se tornou a norma.