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Imunizante contra herpes zóster começa a ser distribuído no Brasil; veja os preços

Imagem Imunizante contra herpes zóster começa a ser distribuído no Brasil; veja os preços

Redação Publicado em 20/06/2022, às 00h00 - Atualizado às 14h17


A nova vacina contra a herpes zóster, doença apelidada de cobreiro, começa a ser aplicada no Brasil a partir deste mês. No entanto, o imunizante chega ao mercado com um preço bastante elevado.

A vacina Shingrix foi desenvolvida pela farmacêutica britânica GSK e conta com mais de 90% de eficácia em pacientes a partir de 50 anos, faixa etária na qual o vírus se manifesta com mais incidência. O imunizante tem esquema de duas doses e o preço por aplicação é de R$ 843, ou seja, a vacinação completa sairia em torno de R$ 1.686.

O valor da vacinação pode variar conforme os impostos de cada região e o valor cobrado pelas clínicas, levando em conta o adicional pelo serviço de aplicação da vacina.

Considerada a vacina mais cara do momento, a Shingrix tem um alto custo devido a uma série de fatores, especialmente pela cotação do dólar e o uso de novas tecnologias para a produção de imunizantes que os deixam mais potentes, segundo informações da ABCvac (Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas). No entanto, a tendência de encarecimento pode abranger todas as outras vacinas disponíveis no país.

Além dessas questões, a Shingrix não está disponível no SUS (Sistema Único de Saúde), o que a deixa ainda mais cara e distante dos pacientes de baixa renda. Apesar disso, ela é a 1º vacina contra o herpes zóster que pode ser aplicada em pessoas com sistema imunológico frágil, como aqueles que estão em tratamento contra um câncer, passaram por transplantes ou alguma cirurgia. Com a imunidade baixa, o vírus encontra as condições propícias para se desenvolver.

O imunizante não apenas impede que uma pessoa tenha o herpes zóster, como também protege contra uma séria complicação da doença chamada neuralgia pós-herpética, que consiste na formação de vesículas que podem gerar dores no paciente por um longo tempo. Estima-se que em infectados que se encontram na terceira idade, essas dores podem ser mais impactantes, prejudicando o sono e a capacidade de andar.

De acordo com a GSK, a distribuição da Shingrix já começou com um amplo abastecimento em várias regiões do Brasil e a expectativa é manter esse nível até julho. Em 2021, a farmacêutica obteve lucro de US$ 1,7 bilhão com a venda do imunizante, a maior fatia desse ganho veio de negociações em clínicas nos Estados Unidos, cerca de US$ 1,3 bilhão.

Por outro lado, a Pfizer e BioNTech, conhecidas pelo desenvolvimentos das vacinas contra covid-19, anunciaram em janeiro que estão produzindo o primeiro imunizante de mRNA contra a herpes zóster. A expectativa de muitos especialistas do setor é que, se o medicamento dessas farmacêuticas for lançado no Brasil, ele pode fazer frente ao Shingrix e estimular a redução de seu preço.

Saiba mais sobre o vírus

O herpes zóster é gerado pelo vírus varicella-zoster. Geralmente, a doença apresenta seus primeiros sinais na forma de catapora e na maioria das vezes são percebidos em crianças. Apesar de os adultos também estarem suscetíveis à infecção.

Contudo, ovírus também tem a capacidade de permanecer no organismo do paciente durante a vida inteira e pode se manifestar a qualquer momento, na forma da forma do herpes zóster. Na maioria dos casos, os pacientes que apresentam o quadro têm mais de 50 anos de idade ou têm imunidade baixa, uma situação que facilita a reativação do vírus.

Os principais sintomas da doença são dor e hipersensibilidade em algumas regiões da pele. Além da formação de pequenas bolhas que, em um quadro avançado, podem se transformar em uma crosta capaz de trazer dores ao paciente. As lesões geralmente são notadas na barriga, nas costas e no tórax.

O herpes zóster é tratado com antivirais, analgésicos para a dor e corticoides para ajudar no controle da inflamação

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