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“Bolsonaro governa para redes sociais”, diz Simone Tebet, presidente da CCJ

A presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, senadora Simone Tebet (MDB-MS), primeira mulher a ocupar o cargo, afirmou na noite desta

“Bolsonaro governa para redes sociais”, diz Simone Tebet, presidente da CCJ
“Bolsonaro governa para redes sociais”, diz Simone Tebet, presidente da CCJ

Redação Publicado em 10/03/2020, às 00h00 - Atualizado às 09h12


Mulher mais importante do Congresso, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) disse que o presidente Jair Bolsonaro não dá ouvidos ao que dizem as ruas do país

A presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, senadora Simone Tebet (MDB-MS), primeira mulher a ocupar o cargo, afirmou na noite desta segunda-feira (9), durante a participação no programa Roda Viva, da TV Cultura, que Bolsonaro “talvez não esteja percebendo que depois de um ano de governo, acaba a lua de mel”. A mulher mais importante do congresso fez críticas ao presidente no sentido de afirmar que ele está destinando atenção política às redes sociais e colocando em segundo plano o que as ruas dizem.

A senadora Simone Tebet , que também foi prefeita de Três Lagoas, sua cidade natal, em dois mandatos, disse que há saídas possíveis e inteligente para o contexto de crise do país que estão sendo deixadas de lado por Bolsonaro . “O presidente da república vive em uma bolha virtual”, disse durante a entrevista. Por outro lado, Tebet afirmou não ver problemas nas decisões do presidente em gerir o país com militares ocupando cargos de destaque.

Em relação ao destino de Sergio Moro, a senadora do MDB acredita que ele vá para a liderança do Supremo Tribunal Federal (STF) como uma estratégia de governo, para deixar a reeleição de Bolsonaro livre de disputas da ala anti-corrupção.

A crise que o Ceará atravessou em relação à segurança pública devido aos motins realizados por Policiais Militares que reivindicavam melhores condições para a categoria, foi um dos assuntos abordados durante a entrevista. Para Tebet, não caberia aos policiais uma greve, muito menos o motim que ocorreu na região e fez mais de 20 mortos em 24 horas.

“A polícia no brasil hoje vive em uma situação precária. É uma remuneração injusta pelo sacrifício que esse policial e essa família dele passam. Eu jamais deslegitimaria o pleito dessas pessoas que estão reivindicando por melhores salários e condições. Mas há várias formas de reivindicar. Felizmente ou infelizmente a greve para a categoria é proibida pela Constituição”, esclareceu.

Tebet , que em 2014 foi eleita para o Senado, com 640 mil votos, ou 52%, sendo a candidata mais votada em 466 dos 474 municípios do Estado, vê com bons olhos as atitudes de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre diante da política nacional. “Eles têm o equilíbrio necessário ao Executivo no momento”. Ela também disse que agora não é momento para a “água ferver” e o que seria necessário nesse momento para evitar um agravamento na crise institucional que o Brasil atravessa é o diálogo.

Mulher no Senado

A senadora Simone Tebet disse que hoje não sofre mais preconceitos de gênero. O que aconteceu por muito tempo foram agressões verbais, discriminações veladas e psicológicas. “O fato de eu estar como primeira mulher na comissão mais importante e técnica do senado abre caminho para novos horizontes para as mulheres”.

A parlamentar disse, ainda que é necessário quebrar paradigmas como a maior parte das mulheres estarem concentradas em comissões que envolvem direitos humanos, enquanto os homens se encarregam das decisões econômicas.

iG

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