A juíza Cláudia Zerati, titular da 2ª Vara do Trabalho de Franco da Rocha, assassinada pelo marido, o delegado Cristian Lanfredi no domingo (20), foi
Redação Publicado em 21/08/2017, às 00h00 - Atualizado às 14h58
A juíza Cláudia Zerati, titular da 2ª Vara do Trabalho de Franco da Rocha, assassinada pelo marido, o delegado Cristian Lanfredi no domingo (20), foi enterrada nesta segunda-feira (21) no Cemitério da Saudade, em Campinas (SP). Amigos e familiares despediram-se da magistrada em uma cerimônia rápida, que terminou em aplausos.
Colega da juíza no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), o juiz Rui César Publio classificou o crime como uma tragédia familiar. “Houve uma tragédia familiar. O marido dela, um excelente advogado, um cara muito bacana, que amava a família, amava ela, estava passando por um momento difícil na vida dele e chegou a essa tragédia.”
Segundo o padrinho da filha do casal informou à polícia, a menina contou que os pais brigaram porque Lanfredi havia se recusado a tomar seu remédio. O delegado estava afastado do trabalho para tratamento.
Publio destacou ainda o trabalho de Cláudia em mais de 20 anos no magistrado. “Era uma excelente colega, excelente juíza, respeitada pela sociedade, pelo tribunal e pelos colegas.”
Um amigo da mãe da juíza, que preferiu não se identificar, disse que esse é um momento de apoio à família. “Não é fácil para um pai enterrar o filho.” Um primo de Cláudia disse que a família não irá se manifestar sobre o crime.
O Tribunal Regional do Trabalho divulgou nota lamentando o falecimento da juíza, titular da 2ª Vara de Franco da Rocha. O expediente está suspenso no Fórum de Franco da Rocha nesta segunda-feira (21).
A Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) e a Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 2ª Região (Amatra) também divulgaram nota manifestando “indignação” com o caso.
“Em 2016, contabilizávamos 4,8 assassinatos a cada 100 mil mulheres, ocupando o 5º lugar no ranking mundial de países, quanto ao feminicídio. Pelos dados do Mapa da Violência 2015, dos 4.762 assassinatos de mulheres registrados no Brasil em 2013, 50,3% foram cometidos por familiares (33,2% pelo parceiro). O machismo mata. E as campanhas publicitárias de ocasião não bastam para contê-lo”, diz a nota.