Na semana passada, até mesmo Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, usou a rede social para se defender das acusações de que o site prioriza lucro em cima de
Redação Publicado em 10/10/2021, às 00h00 - Atualizado às 18h20
Na semana passada, até mesmo Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, usou a rede social para se defender das acusações de que o site prioriza lucro em cima de informações e conteúdos sensíveis de seus usuários, de que prejudica crianças e de que enfraquece a democracia.
O empresário disse que o Facebook se preocupa ˜profundamente com questões como segurança, bem-estar e saúde mental” e reclama da suposta “falsa imagem que está sendo pintada da empresa”.
“No centro dessas acusações [que está a ideia de que priorizamos o lucro em vez da segurança e do bem-estar] isso simplesmente não é verdade.”
O executivo se comprometeu a fazer mais pesquisas sobre o assunto e compartilhá-las com o público quando estiverem concluídas.
“Em vez de ignorar isso, as empresas de tecnologia precisam criar experiências que atendam às necessidades [das crianças] enquanto mantém elas seguras”.
A ex-funcionária do Facebook Frances Haugen, de 37 anos, trabalhou como gerente de produtos na companhia e era responsável por projetos relacionados com eleições. Ela revelou sua identidade no último domingo (3) em entrevista à emissora americana “CBS News” durante o programa “60 Minutes”.
Foi a partir dos documentos obtidos por ela que o “Wall Street Journal” publicou reportagens em meados de setembro indicando que o Facebook protegia celebridades das regras de conteúdo, que a empresa sabia que o Instagram é “tóxico” para os adolescentes e que a resposta da empresa às preocupações dos funcionários sobre o tráfico de pessoas foi muitas vezes “fraca”.
Durante a entrevista à emissora de TV “CBS News”, Haugen acusou o Facebook de “colocar os lucros acima da segurança” e afirmou que “agiu para ajudar a incentivar mudanças na gigante das mídias sociais, não para despertar raiva”.
“O Facebook ganha mais dinheiro quando você consome mais conteúdo. As pessoas gostam de se envolver com coisas que provocam uma reação emocional. E quanto mais você sentir raiva, mais vai interagir, mais vai consumir“, disse Haugen.
Engenheira da computação de formação, Haugen já trabalhou para outras empresas de tecnologia, como o Google e o Pinterest, e se especializou na criação de algoritmos que decidem o que as pessoas irão visualizar em seus feeds. Segundo ela, o Facebook é “substancialmente pior” que tudo o que já viu antes.
Desde setembro, quando o esquema denunciado por Haugen foi exposto pelo WSJ, as ações do Facebook colhem queda de cerca de 10%.
O Facebook reagiu às reportagens do “Wall Street Journal”. Nick Clegg, vice-presidente de relações globais do Facebook, publicou uma série de tuítes em 18 de setembro apontando o que chamou de “caracterizações errôneas” das matérias.
Segundo ele, as alegações de que o Facebook ignoraria de forma deliberada e sistemática pesquisas inconvenientes são “falsas”. A rede também disse que os documentos vazados foram divulgados ao público “sem contexto” o suficiente e decidiu publicar os materiais com “anotações”.
Ao g1, o Facebook disse que: “Todos os dias, nossas equipes trabalham para proteger a capacidade de bilhões de pessoas de se expressar abertamente e, ao mesmo tempo, manter nossa plataforma um lugar seguro e positivo. Continuamos a fazer melhorias significativas para combater a desinformação e conteúdo prejudicial em nossos serviços. Sugerir que encorajamos conteúdo nocivo e não fazemos nada a respeito simplesmente não é verdade”.
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G1