O Ministério Público (MP) instaurou um inquérito civil para investigar um suposto caso de improbidade administrativa cometida por parte de cinco vereadores de
Redação Publicado em 04/08/2018, às 00h00 - Atualizado às 14h09
O Ministério Público (MP) instaurou um inquérito civil para investigar um suposto caso de improbidade administrativa cometida por parte de cinco vereadores de Iacanga (SP) durante uma viagem oficial a São Paulo.
O inquérito foi aberto com base em uma nota fiscal emitida por um estabelecimento que fica no bairro de Pinheiros, na capital. O local, na definição usada pelo MP no inquérito, “se destina à prostituição”.
Em junho, os vereadores Dorival Lupiano de Assis (PR), Rafael Geovani Delaporta Sedemark (Solidariedade) e Vagner Rodrigo Crepaldi (PTB) foram a São Paulo entre os dias 13 e 14 com o carro oficial da Câmara. A viagem incluía visita à Assembleia Legislativa do Estado.
Vereadores informaram que vão se manifestar assim que tomarem ciência dos fatos.
O documento apresentado pelos parlamentares para o reembolso das despesas foi de R$ 370. Porém, com base em uma resolução interna da Câmara de Iacanga, a presidência da Casa exigiu mais detalhes dos gastos.
Para ser ressarcido, o vereador precisa colocar o CNPJ da Câmara, e por isso a mesma nota também apareceu no Portal da Transparência, que mostra os gastos públicos.
Ao checar o CNPJ da empresa, a presidente da Câmara, Mariene Alvares Boiani (PSB), chegou à conclusão de que o estabelecimento seria, na verdade, uma espécie de “boate de luxo”.
“Verificamos que o local se tratava de um comércio que não é muito apropriado para agentes políticos frequentar, principalmente sendo pagos com dinheiro público”, disse a parlamentar.
A investigação sobre os gastos públicos envolvendo os vereadores de Iacanga seguiu e ganhou mais um capítulo. A presidência descobriu que em junho do ano passado a mesma “boate de luxo” tinha sido visitada por parlamentares da cidade.
Na época, os vereadores Vagner Crepaldi, Leonel Roma (PV) e Dorival Ferreira de Campos Filho (PSB) gastaram R$ 340. A nota com o pagamento também consta do Portal da Transparência.
A presidente da Câmara diz que chamou os colegas para pedir esclarecimentos e eles disseram que as despesas se referiam apenas a “refeição”. Mariene Alvares Boiani, então, acionou o MP para que investigasse o caso.
A Promotoria pediu à Assembleia Legislativa informações sobre as atividades dos vereadores de Iacanga durante o período em que eles estiveram na viagem oficial.
Segundo o MP, assim que as informações chegarem, os vereadores envolvidos serão chamados para prestar esclarecimentos no fórum da cidade.
A Câmara de Vereadores está em recesso e as sessões serão retomadas no próximo dia 15. Segundo a presidente, não está descartada a abertura de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar o caso.
Procurados pela reportagem, os vereadores Leonel Roma, Dorival Ferreira de Campos Filho, Vagner Rodrigo Crepaldi e Dorival Lupiano de Assis disseram por telefone que ainda não foram notificados pelo Ministério Público e vão se manifestar assim que tomarem ciência dos fatos.
A reportagem não conseguiu contato com o vereador Rafael Geovani Delaporta Sedemak.