PIRACICABA

Piracicaba vivencia pior epidemia de dengue da história e especialistas pedem revisão na vacinação

Epidemia de dengue abala Piracicaba em 2024; idosos são mais vulneráveis

Aedes Aegypti, mosquito transmissor da dengue - Imagem: Reprodução / Muhammad Mahdi Karim / Wikipedia

Sabrina Oliveira Publicado em 02/07/2024, às 12h03

Piracicaba (SP) enfrenta sua pior epidemia de dengue registrando nove mortes em 2024, conforme boletim divulgado pela prefeitura. Dos óbitos confirmados, oito ocorreram entre pacientes com mais de 60 anos, reforçando a vulnerabilidade dessa faixa etária ao vírus.

O médico infectologista Hamilton Bonilha, consultado pelo g1, enfatiza a urgência de revisar a política de vacinação, especialmente após a cidade receber doses com atraso e em quantidade insuficiente. Ele argumenta que a vacinação, atualmente disponível apenas para crianças e adolescentes, precisa ser estendida aos idosos para prevenir formas graves da doença.

Dos nove óbitos, oito são de pessoas acima de 60 anos de idade, ratificando as informações científicas de que a doença é mais grave em idosos. Diante desse cenário, seria fundamental a revisão em relação a possibilidade da liberação da vacinação em idosos, como orienta a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) que recomenda a vacina contra dengue (Qdenga) para quatro anos ou mais. A vacina não evita a doença, mas previne as formas graves e internação hospitalar e, infelizmente além de chegar tarde na cidade com doses insuficientes, beneficia a faixa etária de menor gravidade", argumentou.", explicou o especialista.

A resposta do Ministério da Saúde à demanda por ampliação da vacina incluiu a explicação de que as doses disponíveis são direcionadas conforme recomendações da ANVISA e da Organização Mundial da Saúde (OMS), que atualmente não contemplam idosos na campanha de imunização.

Enquanto a cidade observa uma tendência de queda nos casos com a chegada do inverno e condições climáticas mais secas, o Centro de Vigilância em Saúde de Piracicaba alerta que a dengue é sazonal e tende a ressurgir em períodos mais quentes e úmidos. A população deve manter cuidados preventivos e eliminar possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti.

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