Prisão ocorreu nas dependências do Comando de Aviação do Exército (Cavex), como parte da operação Overlord, conduzida pelo Gaeco
William Oliveira Publicado em 23/10/2024, às 13h40
Na última segunda-feira (21), um cabo temporário do Exército foi detido em Taubaté, no interior de São Paulo, sob suspeita de envolvimento com uma organização neonazista. A prisão ocorreu nas dependências do Comando de Aviação do Exército (Cavex), como parte da operação Overlord, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) de Santa Catarina.
De acordo com informações divulgadas pelo Gaeco, embora as acusações iniciais contra o militar não estejam diretamente relacionadas às suas atividades no Exército, seu conhecimento aprofundado em táticas de combate e manuseio de armas de fogo eleva consideravelmente o risco associado à sua participação no grupo extremista.
As investigações revelaram que a organização em questão mantinha uma banda musical que se apresentava em eventos neonazistas em diversas regiões do Brasil. Durante esses eventos, eram frequentemente exibidas bandeiras com suásticas e proferidos discursos de ódio.
O Gaeco destacou ainda que os membros do grupo se identificam como skinheads neonazistas e utilizam como símbolo o Sol Negro — um emblema ligado ao ocultismo nazista e à ideologia de supremacia ariana — adornado com um fuzil AK-47 ao centro.
Em comunicado oficial, o Comando Militar do Sudeste (CMSE) esclareceu que o militar detido possuía patente de cabo em caráter temporário e garantiu que "todas as medidas administrativas cabíveis foram tomadas".
"O Exército Brasileiro não admite condutas ilícitas por parte de seus integrantes que afrontem os valores e princípios, sustentáculos da profissão militar", completou.
A operação recebeu o nome "Overlord" em homenagem à famosa ofensiva aliada na Normandia durante a Segunda Guerra Mundial, um evento crucial na luta contra o regime nazista.