Faixa de Gaza

EUA interrompem entrega de bombas a Israel devido a preocupações com civis

Antony Blinken destaca falta de plano confiável de Israel para proteger civis em Rafah, Gaza

Antony Blinken. - Imagem: Divulgação / Ron Przysucha / Departamento de Estado dos EUA

Marina Milani Publicado em 13/05/2024, às 07h49

Neste domingo (12), o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, defendeu a decisão de interromper a entrega de 3,5 mil bombas a Israel, devido a preocupações sobre sua possível utilização na cidade de Rafah, em Gaza. Blinken destacou a falta de um "plano confiável" por parte de Israel para proteger cerca de 1,4 milhão de civis na região.

Em uma entrevista ao programa This Week da ABC News, Blinken afirmou que o presidente Joe Biden permanece comprometido em auxiliar Israel em sua defesa, mas ressaltou que o carregamento de 3,5 mil bombas, pesando entre 2 mil e 500 libras, foi o único pacote de armas dos EUA retido até o momento.

Essa decisão poderá ser revertida se Israel iniciar um ataque em grande escala contra Rafah, planejado para erradicar os combatentes do grupo militante Hamas que lá se encontram.

"Biden deixou claro a Israel que, se lançar esta grande operação militar em Rafah, existem certos sistemas que não iremos apoiar e fornecer para essa operação", disse Blinken. Ele acrescentou: "Temos preocupações reais sobre como essas armas serão usadas. Israel precisa apresentar um plano claro e crível para proteger os civis, o que ainda não vimos".

Rafah, com sua população de aproximadamente 1,4 milhão de palestinos, tornou-se um ponto crítico de preocupação humanitária devido aos combates e bombardeios recentes, exacerbando uma já terrível escassez de alimentos e água na região.

De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, o número de mortos na operação militar de Israel em Gaza já ultrapassou 35 mil palestinos. A escalada do conflito teve início com um ataque liderado pelo Hamas ao sul de Israel, em 7 de outubro, resultando em centenas de mortes e reféns.

Israel relata que 620 de seus soldados foram mortos nos combates, enquanto as autoridades continuam a enfrentar desafios humanitários e diplomáticos para lidar com a crise em Gaza.

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