A imagem se espalhou. E já emocionava: a mãe no estádio narrando para o filho, deficiente visual, o que acontecia no clássico entre Palmeiras e Corinthians,
Redação Publicado em 12/09/2018, às 00h00 - Atualizado às 14h28
A imagem se espalhou. E já emocionava: a mãe no estádio narrando para o filho, deficiente visual, o que acontecia no clássico entre Palmeiras e Corinthians, no domingo passado, na arena palmeirense. Mas a história que forma esta união é ainda mais tocante.
Nickollas Grecco tem 11 anos e, ao nascer, já teve que lutar pela vida. Ele veio ao mundo com apenas cinco meses de gestação. Pesava 500 gramas. A prematuridade do nascimento impediu a formação de suas retinas. Por isso, ele não enxerga.
Foram quatro meses de internação no hospital. E só no fim do período ele ganhou uma mãe (e uma futura narradora). Só aí ele conheceu Sílvia.
– Doze casais declinaram por algum motivo. Não, o motivo eu sei: está marcado, ele tinha que ser meu filho. Faz parte da nossa história – diz Sílvia.
Nickollas na arquibancada: é ali que ele gosta de torcer pelo time do coração — Foto: Carol Andrade
E a história envolveu o amor pelo Palmeiras. Sílvia passou a narrar os jogos para Nickollas: se ele não podia ver os lances, podia senti-los como poucos. E foi assim, com o sentimento pulsando no coração alviverde, que ele conheceu o estádio por dentro: vestiu a camisa, entrou no vestiário, pisou no gramado, tocou o símbolo que tanto ama, encostou na taça da Libertadores. Por fim, escutou o hino – o som que mais mexe com ele.
– Não é impressionante? É impressionante. Ele fica com uma vibração, todos os músculos, tudo vai mexendo, o sorriso largo. É contagiante – comenta Sílvia.
Nesta quarta-feira, o Palmeiras volta a campo – às 21h45 (de Brasília), contra o Cruzeiro, em casa, pelas semifinais da Copa do Brasil. Nickollas estará novamente na torcida. Com Sílvia a seu lado.