Aos poucos, porém, elas foram conseguindo cada vez mais espaço. Aparecendo cada vez mais nas listas de favoritas e nos quadros de medalhas. Com o passar das
Redação Publicado em 02/07/2021, às 00h00 - Atualizado às 16h18
O primeiro atleta brasileiro a competir nas Olimpíadas foi Adolphe Klingelhoefer, em Paris 1900. A primeira delegação só viajou 20 anos depois, em Antuérpia 1920. Mas a estreia uma representante feminina brasileira no evento só correu em Los Angeles 1932, com a nadadora Maria Lenk.
O atraso na inserção das mulheres do país no cenário olímpico cobrou um preço alto. Depois de alguns “quase” com Piedade Coutinho na natação em Berlim 1936 e Aída dos Santos no salto em altura em Tóquio 1964, o primeiro pódio delas só saiu em Atlanta 1996 – incríveis 64 anos depois do début de Lenk.
Mas aquela de Atlanta não foi qualquer medalha. Naquela edição, que marcou a estreia do vôlei de praia no programa olímpico, quatro brasileiras subiram num mesmo pódio: ouro pra Jackie Silva e Sandra Pires e prata para Adriana e Mônica.
Além das duas láureas nas areias, as mulheres brasileiras também conquistaram uma outra prata (com a seleção feminina de basquete) e um bronze (seleção feminina de vôlei).
Apesar das conquistas, a realidade no dia a dia era bem dura para a ala feminina.
– O investimento era todo nosso. Nós pagamos praticamente a campanha olímpica, saiu toda do nosso bolso. Então isso também coloca a gente num lugar totalmente diferente, sabe? A gente sabe exatamente o quanto custou aquela Olimpíada, qual era o valor dela – disse Jackie Silva.
Aos poucos, porém, elas foram conseguindo cada vez mais espaço. Aparecendo cada vez mais nas listas de favoritas e nos quadros de medalhas. Com o passar das edições, os rostos femininos ficaram mais frequentes.
Tanto que chegou o momento em que “elas” ganharam mais medalhas de ouro do que “eles”. Isso aconteceu em dois Jogos Olímpicos seguidos.
Maurren Maggi dando a volta olímpica em Pequim — Foto: Stu Forster / Getty Images
Em 2008, em Pequim, em Londres, em 2012. Na China, Maurren Maggi se tornou a primeira brasileira campeã olímpica em uma modalidade individual. Já a Inglaterra viu a medalha de ouro inédita para uma judoca do Brasil: Sarah Menezes. Nessas duas edições, o vôlei de quadra feminino subiu ao alto do pódio.
Em 2012, Yane Marques também obteve uma conquista inédita e surpreendente, com um bronze no pentatlo moderno.
– As medalhas brasileiras femininas não são concessão, elas são conquistas. É um processo de conquista que dura quase um século e que somente agora essa equidade começa a ficar mais evidente – afirmou a psicóloga e historiadora olímpica Katia Rubio.
De um total de 129 medalhas brasileiras na história olímpica, as mulheres ganharam 28. A partir de Atlanta 1996, houve medalhas no boxe (Adriana Araújo), taekwondo (Natália Falavigna) e vela (Fernanda Oliveira e Isabel Swan, bronze em 2008, e Martina Grael e Kahena Kunze, ouro em 2016).
Rafaela Silva — Foto: Danilo Verpa/NOPP
Hoje, o clube das mulheres brasileiras multimedalhistas tem 31 atletas, divididas entre quatro esportes coletivos e só Mayra Aguiar no judô, modalidade também da nossa única campeã olímpica e mundial, Rafaela Silva.
Nos campos, nossas mulheres bateram na trave duas vezes e ficaram com a prata, em Atenas 2004 e Pequim 2008. A recordista Formiga está indo para sua sétima Olimpíada.
Nos Jogos de Tóquio, o equilíbrio entre gêneros será o maior da história: 48,8% de mulheres e 51.2% de homens no total de participantes.
Melhor ocasião para elas brilharem, impossível…
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Fontes: Ge – Globo Esporte.