Diego Torres é um brilhante jornalista. Escreve para o diário espanhol El Pais e publicou o livro "A Guerra de Mourinho", em 2014, pela editora Leya. Há dois
Redação Publicado em 06/01/2022, às 00h00 - Atualizado às 08h45
Diego Torres é um brilhante jornalista. Escreve para o diário espanhol El Pais e publicou o livro “A Guerra de Mourinho”, em 2014, pela editora Leya. Há dois dias, Torres juntou-se a Jeròme Rothen, ex-jogador do Paris Saint-Germain, e fez observações duras sobre a vida Neymar. Trouxe relatos de seus textos no Instagram citando a Bíblia, discutiu sua recuperação no verão sul-americano em vez do frio francês e observou que Neymar só participou de 53% das partidas do PSG desde sua contratação, em 2017.
A conta é precisa. Entrou em campo 130 vezes, em 246 jogos oficiais do Paris Saint-Germain, o que dá 48% de ausência. Longe da expectativa.
Aqui já se descreveu inúmeras vezes que Neymar, machucado em 2020, viajou para Mangaratiba para trabalhar. Voltou para o Paris Saint-Germain e foi um dos destaques da fase final daquela Champions League, disputada desde as quartas-de-final em Lisboa, por causa da pandemia. Chegou à finalíssima, perdeu para o Bayern, de Lewandowski. Mas foi fera.
Desde então, não houve um único momento brilhante de Neymar.
Na França, o ex-volante Jerome Rothen falou sobre seu ganho de peso, aliado à diminuição de desempenho e ao aumento de lesões. Também sobre o ritmo de vida que leva. As coisas podem estar interligadas e a transformação do corpo pode comprometer o equilíbrio do corpo. Não dá para cravar que seja o caso de Neymar, mas Rothen não comete nenhuma asneira ao comentar sobre atletas.
Diego Torres escreve no El Pais: “Sua potência muscular parece ter chegado ao topo e sua capacidade de recuperação parece declinar.” Também descreve que o ex-volante, Rothen, representa um pedaço significativo da torcida do Paris Saint-Germain e suas críticas iluminam o pensamento da Cidade Luz.
Os ultras do PSG vêm do subúrbio, onde nasceu Mbappé, em Bondy, periferia norte parisiense. Natural que a idolatria seja para um dos nascidos no mesmo lugar, ainda mais que o francês brilhe, com 25 ações para gols em 23 partidas entre Ligue 1 e Champions League, nesta primeira metade da temporada. E Neymar registre seus piores índices, desde a chegada, com 14 jogos e apenas seis ações para gols, três marcados somados a três passes.
Neymar tem disputado felizes campeonatos de pôquer em seu fim de ano em Mangaratiba. Pois ele terá três quatro chances, neste ano recém-iniciado, de mostrar que nunca foi um blefe:
1. brilhar contra o Real Madrid nas oitavas-de-final da Champions League;
2. jogar as finais da Champions League, como fez pelo Barcelona em 2015, ano em que terminou como artilheiro do torneio e único jogador da história a marcar em todas as partidas, das quartas-de-final até a decisão;
3. vencer a Champions;
4. conquistar a Copa do Mundo.
Se fizer tudo isto, Neymar viverá para todo o sempre no Paraíso. Seja em Paris ou Mangaratiba, em Barcelona ou Mogi das Cruzes.
Esta é a quadra de ases do craque que, hoje, parece gostar mais das cartas do que dos campos.
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GE