O Campeonato Paulista segue parado, e o registro de Matheus Davó no Guarani também. Após o juiz Gabriel Baldi de Carvalho, da 5ª Vara Cível da Comarca de Campinas determinar a liberação do registro do jogador junto à CBF, a entidade informou que retirou o bloqueio relativo a esse processo, mas que havia um outro, de uma ação não relacionada.

A ação foi movida pela United Arenas e entrou no sistema ainda em janeiro de 2017. No entanto, como a dívida com a empresa não havia sido paga, o juiz Celso Alves de Rezende, da 7ª Vara Cível de Campinas, determinou a penhora dos direitos econômicos de Davó ainda pertencentes ao Guarani, assim como o bloqueio junto à entidade máxima do futebol brasileiro. A decisão é de 10 de março deste ano, portanto posterior ao acerto do Bugre com o Corinthians para o retorno do jogador.

A dívida com a United Arenas já passa das casa dos R$ 920 mil. A empresa pede ainda o pagamento de uma multa de mais R$ 170 mil.

A diretoria do Guarani tenta um acordo para fazer a liberação e o registro do atleta. Já se fala nos bastidores, no entanto, sobre a possibilidade de devolução antecipada de Davó ao Corinthians, se não for possível fazer o registro. O jogador tem contrato com o Bugre até 30 de maio.

A decisão afeta também o jogador Mateusinho, que saiu do Guarani em 2019 emprestado ao Grêmio, depois retornou, seguiu para o Vitória em definitivo e está atualmente emprestado ao São Bernardo.

Recentemente, em um terceiro processo, advogados chegaram a pedir também a penhora dos direitos econômicos de Gabriel Menino, mas a Justiça entendeu que o pedido havia sido precipitado e negou, por ora, a demanda. O processo ainda está em andamento.

Entenda o caso

Revelado pelo Guarani, Davó pagou R$ 700 mil de indenização ao clube para conseguir sua liberação em setembro de 2019 (por 40% dos 60% dos direitos econômicos que pertenciam ao Bugre) – o jogador tinha uma multa de R$ 8 milhões, mas o Bugre aceitou o pagamento como uma espécie de “remuneração”.

Entre outubro e novembro de 2019, depois de já ter pagado a quantia ao Guarani, o jogador teve os direitos penhorados (havia três processos da empresa RDRN pedindo a penhora, um deles já extinto). O pagamento dos R$ 700 mil feito por Davó foi depositado na conta da empresa que administra o sócio-torcedor do Guarani e repassado no mesmo dia ao clube.

Mesmo assim, a 9ª Vara Cível de Campinas entendeu, em um dos processos restantes, que essa poderia ser uma manobra para driblar o pagamento que deveria ser feito à empresa e bloqueou os direitos do jogador até que a dívida com a RDRN fosse paga.

O Guarani pagou a maior parte desse débito de forma parcelada, mas a empresa afirmou que ainda havia uma parte em aberto, em razão do cálculo de juros, e contestou. A Justiça deu razão e manteve o bloqueio até que o pagamento completo fosse realizado – restando pouco mais de R$ 7 mil.

Após essa decisão, advogados do jogador pediram a liberação somente do registro de Davó no outro processo que estava ativo, uma vez que ele estaria impedido de trabalhar.

A RDRN discordou do pedido e voltou a questionar a saída, mas mesmo assim a 5ª Vara Cível de Campinas entendeu que Davó não poderia ser prejudicado já que a dívida não era dele e liberou o registro. Apesar da decisão, a Justiça intimou o jogador a prestar esclarecimentos sobre a saída do Guarani e o acerto com o Corinthians.

Agora a nova decisão, da 7ª Vara Cível, impossibilita o registro do jogador até que a questão do processo com a United Arenas seja solucionada. Emprestado até o final do Campeonato Paulista, o atacante já ficou fora das quatro primeiras rodadas da competição.

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Fonte: GE – Globo Esporte.