Eficiência ofensiva do São Paulo despenca no returno; veja os números da queda de produção

Que fatores explicam a fase ruim do São Paulo no Brasileirão? Focado apenas na competição nacional, os comandados de Aguirre tiveram uma queda de produção

Eficiência ofensiva do São Paulo despenca no returno; veja os números da queda de produção -

Redação Publicado em 19/10/2018, às 00h00 - Atualizado às 10h34

Tricolor Paulista era equipe que precisava de menos finalizações para fazer um gol no primeiro turno. No returno, desempenho cai e time precisa mais que o dobro de arremates para marcar

Que fatores explicam a fase ruim do São Paulo no Brasileirão? Focado apenas na competição nacional, os comandados de Aguirre tiveram uma queda de produção ofensiva quando comparados os números do segundo turno com os do primeiro turno.

Na primeira metade do Campeonato Brasileiro, o Tricolor Paulista era o líder na tabela e também liderava quando o assunto era ser cirúrgico nas conclusões a gol. Segundo melhor ataque até então, o time marcou 31 gols em 208 finalizações – uma bola na rede em 6,71 arremates. Atlético-MG e Palmeiras eram as outras equipes mais precisas.

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Times mais precisos do primeiro turno do Brasileirão

Time Finalizações Gols Finalizações por gol
São Paulo 208 31 6,71
Atlético-MG 264 36 7,33
Palmeiras 238 29 8,21
Flamengo 251 28 8,96
Corinthians 199 22 9,05
Internacional 248 26 9,54
Chapecoense 199 19 10,47
Grêmio 236 22 10,73
Vasco 249 23 10,83

Os números positivos do ataque ajudaram o time a alcançar o topo da tabela e terminar as primeiras 19 rodadas em primeiro. Porém, passadas dez jornadas do segundo turno, o São Paulo viu o desempenho ofensivo cair acentuadamente. A equipe precisa mais que o dobro de arremates para balançar a rede: 14,25. Com apenas oito gols em 114 tentativas, o Tricolor Paulista tem o sétimo pior ataque do returno, ao lado do Bahia. A média de gols de 1,63 do primeiro turno caiu pela metade para 0,8.

Times mais precisos do segundo turno do Brasileirão

Time Finalizações Gols Finalizações por gol
Palmeiras 119 16 7,44
Santos 94 12 7,83
Atlético-PR 152 19 8,00
Grêmio 127 14 9,07
Internacional 110 12 9,17
Flamengo 148 14 10,57
Vasco 130 11 11,82
Ceará 122 10 12,20
Chapecoense 110 9 12,22
América-MG 89 7 12,71
Botafogo 128 10 12,80
Fluminense 123 9 13,67
Atlético-MG 138 10 13,80
São Paulo 114 8 14,25
Cruzeiro 88 6 14,67
Bahia 120 8 15,00
Corinthians 97 6 16,17
Vitória 116 7 16,57
Sport 112 5 22,40
Paraná 121 3 40,33

Referências técnicas e artilheiros do time na competição, Diego Souza e Nenê marcaram quatro vezes no segundo turno. O camisa 9 marcou três vezes, enquanto o meia fez um. Logo, a maioria dos gols da dupla foi na primeira metade do campeonato. O camisa 10 é quem está a mais tempo sem marcar. O último gol foi contra o Paraná, na 20ª rodada.

Nenê está sem marcar desde a 20ª rodada — Foto: Marcos Ribolli

Passes errados e roubadas de bola

Outros números que ajudam a explicar a série de resultados negativos do São Paulo são os passes errados e as roubadas de bola. No primeiro turno, a equipe errou 22,89 passes, em média, por jogo. Com as dez rodadas da segunda parte do campeonato, a média aumentou. O time viu sua média de passes errados subir para 24,8 por jogo. A estatística ajuda a entender um pouco melhor a produção do time no returno. Muitas vezes a tentativa de passe era aquele último passe pra gerar uma chance real de gol.

Além disso, a retomada da posse de bola, fundamento importante para construção dos contra-ataques, diminuiu de um turno para o outro. No primeiro, o time roubou 366 bolas (média de 19,23), enquanto no returno a média caiu para 16,2. Hudson e Jucilei são os ladrões do bem do São Paulo, com 68 roubadas de bola cada.

Efeito Everton

Em 21 partidas com o São Paulo pelo Brasileirão, Everton saiu de campo derrotado três vezes – contra Palmeiras duas vezes (9ª e 28ª rodadas) e Grêmio (15ª rodada). O desempenho do time é positivo com ele em campo: 11 vitórias, 7 empates e 3 derrotas – 63,49% de aproveitamento.

As lesões de Everton no São Paulo têm impedido o atleta de atuar mais vezes na equipe — Foto: Pedro Vale/Agif/Estadão Conteúdo

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Sem o camisa 22, o rendimento do time cai bastante: apenas 3 vitórias, 3 empates e 2 derrotas – 50% de aproveitamento. O jogador é o líder de assistências na equipe (6) e com cinco bolas na rede, só tem menos gols que Nenê e Diego Souza. O meia do São Paulo tem sofrido com lesões na coxa esquerda desde que chegou ao clube paulista e, por isso, ficou de fora de algumas partidas do time no Campeonato Brasileiro.

*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Cássia Moura, Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, Gustavo Pereira, Leandro Silva, Roberto Maleson e Valmir Storti.

SP DIARIO Sao Paulo

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