O nome de Raoni Barcelos, aos ouvidos do público leigo, causa certo desconhecimento. Entretanto, quem é ligado ao mundo das artes marciais mistas, sabe que
Redação Publicado em 22/02/2021, às 00h00 - Atualizado às 12h31
O nome de Raoni Barcelos, aos ouvidos do público leigo, causa certo desconhecimento. Entretanto, quem é ligado ao mundo das artes marciais mistas, sabe que trata-se de uma das principais promessas de cinturão do Brasil em 2021. E não é de hoje que chama atenção, afinal, o filho do mestre Laerte Barcelos se destaca no esporte desde a época em que figurava nos campeonatos de jiu-jítsu e wrestling.
– O Raoni nasceu e foi criado dentro da academia, que ficava no sobrado da casa, na parte de cima. Foi ali que aprendeu a engatinhar. A princípio, o lugar mais seguro era o tatame, então foi criado ali com a galera aprendendo, fazendo escolinha de jiu-jítsu comigo e a galera mais antiga. O Raoni cresceu nesse ritmo – conta, orgulhoso, Laerte Barcelos, em entrevista ao “Esporte Espetacular”.
Raoni conciliou o jiu-jítsu e a luta olímpica, se tornando especialista nas duas modalidades. Afiou a trocação treinando boxe e muay thai, tornando-se completo. O resultado está dentro do octógono: invicto no UFC, soma cinco vitórias seguidas e desponta como um dos prodígios do peso-galo. É o que atesta Rodrigo Minotauro, Embaixador do Ultimate no Brasil e ex-campeão dos pesados.
– É um garoto diferenciado, foi campeão em todas as modalidades por qual passou. Foi da seleção brasileira de wrestling, disputou o Pan em 2007, no Rio, é um exímio trocador também. É completo, pode muito bem chegar ao título ou muito perto de ser um dos melhores da categoria.
No UFC marcado para o dia 27 de fevereiro, Raoni Barcelos teria o maior desafio da carreira, diante do compatriota Raphael Assunção, entretanto, o pernambucano se lesionou, abrindo a vaga para o estreante argentino Marcelo Rojo. A fome de vitória, porém, é a mesma.
– O Assunção se machucou, e o UFC só anunciou meu adversário faltando uma semana para a luta. É um argentino duro, que vem de boas vitórias, mas o foco é o mesmo, assim como o pensamento. Ninguém vai me atrapalhar até aonde eu quero chegar. É uma luta contra um adversário que não está ranqueado, mas vou passar por cima dele para mostrar para todo mundo e, principalmente, para o UFC, que quero ser o campeão da categoria e preciso lutar contra os melhores.
Se vai chegar ao topo do mundo ou não, o tempo vai dizer. No entanto, fora do octógono, Raoni Barcelos dá continuidade ao trabalho do pai e de seu outro treinador, Pedro Rizzo, na Usina de Campeões, em Manguinhos. O peso-galo dá aulas para crianças carentes e vê o esporte como algo muito além de fama, dinheiro e título.
– Nosso objetivo aqui é formar um cidadão do bem, mostrar um outro caminho para as crianças, um outro mundo. Para mim, isso é maravilhoso. Mas se a gente conseguir formar um campeão, está melhor ainda.
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Fonte: GE – Globo Esporte.