Antônio Tenório é o primeiro atleta a ser vacinado no Brasil rumo às Olimpíadas e Paralimpíadas

O Brasil deu início à vacinação da delegação brasileira que vai às Olimpíadas e Paralimpíadas de Tóquio. O primeiro a receber dose foi o judoca paralímpico

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Redação Publicado em 14/05/2021, às 00h00 - Atualizado às 13h39

Primeiros atletas começaram a ser vacinados nesta sexta-feira, no Rio, em São Paulo, Brasília, Fortaleza, Porto Alegre e Belo Horizonte

O Brasil deu início à vacinação da delegação brasileira que vai às Olimpíadas e Paralimpíadas de Tóquio. O primeiro a receber dose foi o judoca paralímpico Antônio Tenório. A ação conjunta entre os Comitês Olímpico e Paralímpico do Brasil e os Ministérios da Saúde, da Defesa e da Cidadania começou a ser realizada nesta sexta-feira no Rio, em São Paulo, Brasília, Fortaleza, Porto Alegre e Belo Horizonte. Ao todo, os cerca de 1.800 credenciados (entre atletas, paratletas, comissões técnicas, oficiais e jornalistas) serão vacinados.

Outras sete mil doses, aproximadamente, o suficiente para atender 3.500 pessoas, serão repassadas à população, que terá acesso a elas pelo PNI (Programa Nacional de Imunização).

Em São Paulo, o Centro de Treinamento Paralímpico foi o palco das aplicações. O primeiro a receber dose foi o judoca multicampeão paralímpico Antônio Tenório, que há um mês se recuperou da Covid-19 após ficar vários dias internados na UTI.

No Rio de Janeiro, a vacinação foi iniciada com doses da Pfizer no Centro de Capacitação Física do Exército (CCFEx) com a presença do ministro da saúde, Marcelo Queiroga, do secretário especial do esporte, Marcelo Guimarães e de autoridades militares, além de Paulo Wanderley e Marco Antônio La Porta, presidente e vice do COB. La Porta também é chefe de missão da delegação brasileira em Tóquio.

O remador paralímpico Michel Pessanha é vacinado pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga — Foto: Miriam Jeske/COB

Foi Queiroga, por sinal, quem vacinou pessoalmente os dois primeiros componentes da delegação: a maratonista aquática Ana Marcela Cunha e o remador paralímpico Michel Pessanha, pouco depois das 11h.

– Alguns atletas ainda estarão viajando para competir, fazer a fase final de preparação, como eu, que vou para a Europa. Então, é uma segurança a mais. Ainda vamos ter que receber a segunda dose para ter 100% de segurança. E eu estou muito feliz por representar todos os atletas que estarão na delegação – comentou Ana Marcela.

Ana Marcela Cunha é vacinada pelo ministro Marcelo Queiroga — Foto: REUTERS/Pilar Olivares

Outros atletas esperados no Rio eram Larissa Oliveira (natação) e Marcus Vinícius D’Almeida (tiro com arco) e o paratleta Caio Ribeiro (canoagem).

– Estou muito feliz. É uma emoção muito grande, até difícil encontrar palavras para o que estou sentindo. Essa felicidade, essa emoção toda que sinto é o que espero para todos os brasileiros – disse Larissa, que defende o Flamengo.

Marcus Vinícius afirmou que cada dose recebida é um passo a mais para o fim da pandemia.

– Eu ainda vou ter que competir em alguns países, e com isso vou poder continuar meu ciclo bem preparado para os Jogos. E sem aquele medo de chegar perto das Olimpíadas e talvez cair doente e acabar uma preparação de quatro anos – observou o atirador.

A nadadora Larissa Oliveira é imunizada no Rio — Foto: Miriam Jeske/COB

– Ainda estou em preparação para os Jogos, ainda tem muita competição pela frente. Fico tranquila de estar mais segura. Fico esperando a próxima dose aí, bem ansiosa. Aí é seguir para os Jogos e conseguir essa medalha para o Brasil – afirmou a velocista Rosângela Santos, medalhista olímpica em Pequim 2008 no revezamento 4x100m rasos.

A velocista Rosângela Santos recebe vacina no Rio — Foto: Miriam Jeske/COB

Segundo o ministro, o Brasil receberá 4.050 doses da vacina da Pfizer e mais oito mil doses da CoronaVac. De acordo com Queiroga, a quantidade de imunizantes é suficiente para vacinar atletas, comissões técnicas, profissionais credenciados e também a população brasileira, uma contrapartida à vacinação da delegação.

– O esforço para vacinar a população mundial é um esforço de todos os governos. Ter vacina em tão curto espaço de tempo é um milagre da ciência. E hoje representa a esperança de pôr fim à pandemia. As vacinas para os atletas são frutos de uma doação de doses para o Comitê Olímpico Internacional feito pela Pfizer e pela Sinovac. E como foi destacado aqui, o excedente dessas vacinas é destinado ao nosso PNI. O que foi decidido é de maneira pactuada da forma que o SUS é gerido, podem beneficiar não só os nosso atletas olímpicos e paralímpicos como toda a população brasileira – disse Queiroga.

O ministro Marcelo Queiroga com os atletas olímpicos e paralímpicos vacinados nesta sexta — Foto: Miriam Jeske/COB

Em março, o ge noticiou que atletas militares brasileiros seriam vacinados como grupo prioritário das Forças Armadas, de acordo com o Ministério da Saúde. O COB sempre declarou que “a entidade seguirá o PNI”. Agora, ficou a cargo do próprio COB elaborar a lista final com os nomes que irão a Tóquio. A operação vai usar instalações das Forças Armadas em seis capitais brasileiras. Além do CT do Time Brasil, no Maria Lenk, no Rio de Janeiro.

– Esse foi um grande passo que demos para nossa apresentação nos Jogos Olímpicos. Foi um momento decisivo e que talvez, se não acontecesse, seria difícil uma participação segura – afirmou Paulo Wanderley, presidente do COB.

O mandatário do comitê afirmou estar confiante de que as Olimpíadas serão realizadas e bem sucedidas.

– Em 2015, 2016, muito países levantaram questões de crise sanitária no Brasil por causa do zika. Era uma coisa do mundo. Teve atleta que não quis vir para cá. Mas hoje se arrepende tremendamente, porque a Olimpíada do Brasil foi um sucesso, foi uma festa, comentada no mundo inteiro como uma celebração. E é isso o que vai acontecer em Tóquio – complementou Wanderley.

Vários países do mundo estão imunizando suas delegações para competir nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Na última semana, a Austrália, por exemplo, começou a vacinar seus credenciados. Outros países também colocaram atletas no grupo prioritário para a vacinação contra a Covid-19, como Bélgica, Espanha, Nova Zelândia, Alemanha, México, entre outros. O COI já disse publicamente que as vacinas não serão obrigatórias para os atletas disputarem os Jogos.

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Fonte: Ge – Globo Esporte.

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