Presidente quer que o país produza mais fertilizantes
Marina Roveda Publicado em 11/04/2023, às 08h53
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em seu discurso de posse em 1º de janeiro que o Brasil precisa aumentar a produção de fertilizantes, já que o país atualmente compra 85% do produto do exterior. Especialistas do setor entrevistados pelo G1 apontam que é possível diminuir a dependência do país, mas o Brasil não deve alcançar a independência completa devido ao tamanho do mercado nacional e à escassez de matéria-prima para fertilizantes químicos, que precisam de nitrogênio, potássio e fosfato.
Embora os elementos NPK sejam necessários para todas as plantas, é improvável que o Brasil se torne totalmente autossuficiente em sua produção de fertilizantes. O país lançou o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF) no ano passado para ajudar a diminuir a dependência do exterior até 2050, mas o presidente Lula afirmou que o programa será continuado em seu governo.
A produção de fertilizantes no Brasil é prejudicada pela desindustrialização do setor e pela perda de competitividade ao longo de 25 anos, segundo Bernardo Silva, diretor executivo do Sindicato Nacional da Indústria de Matérias-Primas para Fertilizantes (Sinprifert). Ele aponta que o convênio ICMS em 1997 determinou o pagamento de impostos na comercialização de fertilizantes dentro do país, sem aplicar a mesma medida para importação, tornando mais barato importar fertilizantes do que comprar os nacionais. Isso retirou completamente a competitividade da indústria nacional, levando algumas empresas, como a Vale e a Petrobras, a saírem do setor.
Embora o Brasil possa aumentar sua produção de fertilizantes para diminuir sua dependência do exterior, a produção completa do país é improvável devido à escassez de matéria-prima para fertilizantes químicos. A produção nacional de fertilizantes foi prejudicada pela falta de competitividade do setor, causada pelo convênio ICMS em 1997 que tornou mais barato importar fertilizantes do que comprar os nacionais.