Movimentos sociais protestam em frente à Prefeitura de SP contra redução na distribuição de marmitas do programa Rede Cozinha Cidadã

Movimentos sociais entregaram um ofício com pedido de reunião com o prefeito Ricardo Nunes (MDB) nesta quinta-feira (7) para cobrar a promessa de continuidade

Movimentos sociais protestam em frente à Prefeitura de SP contra redução na distribuição de marmitas do programa Rede Cozinha Cidadã -

Redação Publicado em 07/10/2021, às 00h00 - Atualizado às 13h41

Movimentos sociais entregaram um ofício com pedido de reunião com o prefeito Ricardo Nunes (MDB) nesta quinta-feira (7) para cobrar a promessa de continuidade do programa Rede Cozinha Cidadã, que forneceu marmitas para 10 mil pessoas em situação de rua desde o início da pandemia.

Nunes teria voltado atrás da decisão de encerrar o programa no dia 22 de setembro, de acordo com o presidente da Câmara Municipal de São Paulo, vereador Milton Leite (DEM). No entanto, de acordo com representantes dos movimentos sociais, até o presente momento estão sendo entregues apenas 3.200 marmitas por dia das 10 mil previstas.

O comunicado de que Nunes teria voltado atrás da decisão de encerramento do programa foi foi feito pelo presidente da Câmara Municipal, vereador Milton Leite (DEM) e o presidente do Movimento Estadual da População de Rua de São Paulo, Robson Mendonça, que se acorrentou em frente ao prédio do Legislativo municipal para protestar contra o fim do programa.

No meio, o presidente do Movimento Estadual da População de Rua de São Paulo, Robson Mendonça, com o pedido de reunião com o prefeito Ricardo Nunes (MDB) nesta quinta-feira (7) — Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação

O programa Cozinha Cidadã terminaria no sábado (25) e a decisão de Ricardo Nunes de voltar atrás aconteceu depois de a Defensoria Pública do Estado de São Paulo e do Ministério Público de São Paulo acionarem a Justiça contra o fim do programa.

A Justiça, entretanto, negou na segunda (20) a tutela de urgência no caso e afirmou que a retomada do programa era uma decisão política da Prefeitura, e não jurídica.

As entidades solicitam agora uma agenda ampla para discussão das estratégias municipais de segurança alimentar para a população em situação de rua. A reunião pedida por eles terá como pauta a continuação do programa emergencial Rede Cozinha Cidadã, já anunciada pelo prefeito, e a criação, à longo prazo, de novas políticas públicas de segurança alimentar para a população em situação de rua, com a participação da sociedade civil.

A medida foi adotada após a Secretária de Direitos Humanos, Claudia Carletto, ter desmarcado uma reunião agendada com os representantes dos movimentos de defesa dos direitos da população em situação de rua para discutir a continuidade do programa. De acordo com as entidades, eles tentam ser recebidos pelo prefeito desde janeiro de 2021, sem sucesso.

O programa foi implantado em 2020 como uma política pública emergencial de alimentação para população em situação de rua em meio a pandemia de Covid-19, em razão da queda na oferta de alimentos e, ainda, do agravamento das condições socioeconômicas que levaram milhares de pessoas às ruas. A política atendeu 10 mil pessoas em situação de rua durante a pandemia.

Além de garantir a segurança alimentar das pessoas em situação de vulnerabilidade, o programa garantiu a sobrevivência de pequenos restaurantes que mantiveram as portas abertas e os empregos em razão da parceria com o poder público municipal.

Entretanto, de acordo com os movimentos sociais, sem diálogo com o Comitê de Políticas Públicas para População de Rua (Comitê PopRua), a quantidade de marmitas foi sendo reduzida até o encerramento, que aconteceu no dia 25 de setembro. Eles afirmam que atualmente estão sendo entregues apenas 3.200 marmitas por dia das 10 mil marmitas previstas.

As refeições tem sido entregues em três pontos na região central e em alguns pontos dispersos na Vila Leopoldina, Vila Mariana e em Pinheiros, sob a justificativa que são locais sem oferta de Bom Prato ou Núcleo de Convivência. Para os representantes das entidades, locais de grande concentração de pessoas em situação de rua como Santo Amaro continuam desassistidos.

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G1

J.I PROTESTO SPDIÁRIO DIA A DIA

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