por Fábio Behrend
Publicado em 19/04/2024, às 07h52
Favas contadas
Todo mundo sabe que a Câmara Municipal vai aprovar a adesão da cidade de São Paulo à privatização da Sabesp. A segunda votação do PL 163/24, de autoria do Executivo, será nominal, deve acontecer até a primeira quinzena de maio e ter resultado parecido com a primeira, que aconteceu na quarta-feira: 36 a 18 pelo sim. Mas como estamos em ano eleitoral...
Terrorismo
Fábio Riva, líder do governo, está preocupado com o uso político da privatização pela oposição. Ele ressaltou que o PL “protege a cidade”, pois prevê aumento de mais de 50% no repasse de verbas da empresa para o município, além da recuperação dos mananciais, passivo histórico da empresa com São Paulo.E mandou recado. “Temos que ter responsabilidade com o que vamos contar para a população. Sem fake news. Discordar do projeto faz parte do processo democrático, mas maquiar a informação correta é terrorismo”.
Por que a pressa?
Os líderes da oposição reclamaram da pressa do governo em aprovar o projeto, que terá duas semanas para ser discutido, sem a realização de audiências públicas nas subprefeituras, apenas na própria Câmara Municipal. “Na semana passada tínhamos tempo para realizar as audiências públicas. Agora tudo mudou. Existe algo muito pior por trás dessa correria que a Câmara Municipal está fazendo”, afirmou Elaine do Quilombo, líder do PSOL. “Qual a razão de tanta pressa? 52% da população de São Paulo é contra a privatização da Sabesp porque sabe que será castigada”, questionou o petista Senival Moura.
O centro respira
O primeiro empreendimento multiuso realizado através do retrofit total de um prédio tombado no centro histórico começou a sair do papel. O Edifício 7 de Abril, projeto de Ramos de Azevedo, foi a primeira central telefônica da América Latina e agora têm entrada pela Rua Basílio da Gama. O polo gastronômico e cultural do empreendimento já funciona, por enquanto apenas para eventos fechados. A obra completa, que terá espaço de coworking, hub de mobilidade, praça central aberta ao público e 274 apartamentos residenciais, fica pronta no ano que vem. O empreendimento capitaneado por Bruno Scacchetti é o primeiro de grande porte a contar com os recentes incentivos da prefeitura para a revitalização do centro e está 65% vendido.
Fim da feira?
A prefeitura recuou, por enquanto, da intenção de mudar de lugar a tradicional feira livre noturna que acontece desde o início da década de 1980 nas imediações do Pq. Dom Pedro II, no centro da cidade. São cerca de 200 barracas, onde trabalham mais de mil pessoas que vendem para a população de baixa renda produtos hortifrutigranjeiros com preços bem mais em conta do que o normal e que, embora tenham sido descartados por conta da aparência por comerciantes de outras feiras e mercados da cidade, ainda são bons para o consumo. A feira ocupa as ruas Itapura de Miranda, Cavalheiro Basilio Jafet e Barão de Duprat e seria deslocada para o Pátio Pari, onde há um entreposto de abastecimento da prefeitura.
Denúncias
Os feirantes realizaram um abaixo assinado e teriam procurado Ministério Público, Câmara Municipal e Polícia Civil para apresentar denúncias de corrupção envolvendo a coordenação do Hortifruti do Pari e funcionários de alto escalão da Secretaria Municipal de Abastecimento. Além disso, afirmam que o Pátio Pari não tem condições de abrigar novos comerciantes.
Recuo
Três dias antes da desocupação, marcada para o último dia 8, a prefeitura desistiu da ação que envolveria, além da própria Secretaria de Abastecimento, agentes da Subprefeitura da Sé, GCM e PM. “Analisando a atual dinâmica da região, contando com novas informações que chegaram à coordenação da operação, ficou decidido que a transferência da feira para o Pátio Pari deverá ser feita quando o espaço de destino tiver condições de abrigar todo o comércio que atua naquela área”, diz a mensagem que circulou em um grupo de Whatsapp da prefeitura.
Contato: [email protected]
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