Redação Publicado em 08/07/2022, às 00h00 - Atualizado às 07h47
A renda do brasileiro tem sido corroída pela inflação– e são poucas as profissões em que o salário médio de contratação não teve queda real no último ano.
Em apenas 12 das 140 ocupações mais relevantes do mercado de trabalho formal a remuneração média de admissão subiu mais que a inflação no acumulado em 12 meses, segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo(CNC).
O estudo foi feito com base nos dados oficiais do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, a partir da análise das profissões com maior volume de contratações. Juntas, as 140 classificações do recorte são responsáveis atualmente por 72% da ocupação do trabalho com carteira assinada no país.
O levantamento comparou a média salarial dos últimos 12 meses encerrados em maio à média dos doze meses anteriores, descontando da variação a inflação anual de 11,9%, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do IBGE.
Entre as poucas exceções de profissões que conseguiram ganhar da inflação estão ocupações que tiveram alta nas contratações principalmente pelo impacto da pandemia de coronavírus, como as atividades ligadas às áreas de saúde, educação e tecnologia.
No topo do ranking, com ganho de 35,6% acima da inflação em 1 ano, está o médico clínico, cujo salário médio de contratação nos últimos 12 meses até maio foi de R$ 10.833,65. O grupo das ocupações com valorização inclui também professores, profissionais de TI e de gestão de estoques e vendas.
No acumulado em 12 meses até março, 14 das 140 maiores profissões tiveram valorização do salário médio de contratação acima da inflação. Em abril, o número caiu para 8 e, em maio, subiu para 12. Ou seja, a queda do desemprego e a criação de vagas com carteira assinada nos últimos meses ainda não refletiu em uma melhora dos salários pagos para quem está em busca de um emprego.
“O mercado de trabalho tem evoluído positivamente do ponto de vista do emprego, da geração de vagas e até mesmo da redução da taxa de desemprego. O grande problema, que afeta um grupo de pessoas mais amplo que o do desemprego, é a corrosão do rendimento real”, afirma Fabio Bentes, economista da CNC, destacando que já são 10 meses seguidos com a inflação anual rodando acima dos dois dígitos.
Reportagem do g1 mostrou que o salário médio de contratação no país caiu 5,6% em 1 ano, considerando todas as profissões contabilizadas pelo Caged. Em maio, o salário médio real de admissão foi de R$ 1.898, contra um valor de R$ 2.010 em maio do ano passado, em valores corrigidos pelo INPC.
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