Essa pergunta existencial, que ecoa há séculos na humanidade, é o ponto de partida para uma profunda reflexão
por Amilton Augusto
Publicado em 18/04/2024, às 12h32
Os leitores estão acostumados, aqui, com meus textos sobre direito e política, o que já se tornou algo corriqueiro, por diversos anos, mas o que poucos sabem é que eu também escrevo sobre espiritualidade e filosofia, temas que a cada dia ganham mais importância em uma sociedade cheia de dúvidas, incertezas e questionamentos, razão que, dada a liberdade que esse nobre jornal me concede, me traz a publicar esse breve pensamento.
Em meio ao frenético ritmo da vida moderna, muitas vezes nos encontramos perdidos em um labirinto de papéis sociais, rotinas sufocantes e expectativas externas. Mas, e quando estamos sozinhos, livres dos olhares e julgamentos alheios, quem somos de verdade? Essa pergunta existencial, que ecoa há séculos na humanidade, é o ponto de partida para uma profunda reflexão.
Despir as máscaras que vestimos no palco da vida social e mergulhar na essência do nosso ser é um convite necessário à autorreflexão profunda. É um caminho que nos leva a questionar crenças, valores e princípios que norteiam nossas ações, muitas vezes moldados por fatores externos à nossa verdadeira identidade. Tudo isso, porque nos obrigamos a ser quem não somos, tão somente para nos encaixarmos em lugares que não foram feitos para nós.
Ao nos depararmos com a pergunta "Quem é você quando ninguém está olhando?", somos confrontados com a nossa vulnerabilidade e autenticidade. Chegamos a duvidar se realmente somos o que pensamos ser. Um turbilhão de emoções que os trazem angústias e inseguranças, justamente porque perdemos a liberdade do nosso ser. Liberdade que só se faz presente quando deixamos de lado a necessidade de impressionar ou agradar e passamos a explorar os nossos pensamentos, sentimentos e desejos mais íntimos.
Essa jornada de autodescoberta pode ser desafiadora, pois exige coragem para enfrentarmos os nossos medos, inseguranças e as partes de nós mesmos que preferimos esconder. Mas, ao mesmo tempo, é uma oportunidade única para o nosso crescimento pessoal e espiritual. O despertar se torna uma necessidade.
A busca por respostas para as grandes questões existenciais, como "de onde viemos" e "para onde vamos", também faz parte dessa jornada de autoconhecimento. Através da filosofia, da religião, da espiritualidade ou da ciência, cada indivíduo busca encontrar o seu próprio significado para a vida. O importante não é onde irá encontrar, mas a busca incessante, genuína e autêntica, cuja importância está no caminhar, afinal as respostas podem não ser definitivas, mas a jornada em si sempre será enriquecedora e transformadora.
Ao questionar "quem somos" e buscar entender o nosso lugar no universo, abrimos as portas para uma vida mais consciente, plena e significativa. Conectamo-nos com a nossa essência, reconhecemos o nosso propósito e contribuímos para um mundo mais justo, amoroso e compassivo. Mas, jamais podemos nos esquecer que a resposta para tal pergunta se encontra dentro de nós, por isso permita-se desbravar o seu universo interior, explorar suas crenças, valores e princípios e, não se surpreenda se descobrir que há uma pessoa autêntica e extraordinária morando aí dentro, independente das circunstâncias.
Um detalhe não pode deixar de ser destacado, o de que a jornada não se limita apenas ao individual, mas que devemos também nos questionar sobre nossa relação com o mundo ao nosso redor. Qual o nosso papel na sociedade? Qual o meu impacto na vida do outro?
Lembre-se que é sempre sobre o que emanamos e jamais sobre o que pensam a nosso respeito, pois é certo que cada pessoa pensa de um jeito e julga de acordo com suas próprias vivências e percepções, vibrações que não devem nos prender, mas, sim, usarmos tudo isso para reconhecermos nosso lugar no universo e contribuirmos para a construção de um mundo mais justo, sustentável e pacífico.
Por certo que todas essas questões há séculos intrigam filósofos, religiosas e cientistas, das quais as respostas nunca foram fáceis ou definitivas, mas uma coisa que ninguém discorda é a jornada é um processo contínuo, que não existe um destino final, mas, sim, um caminho de aprendizado e crescimento constante, o qual, através da empatia e do amor, podemos transformar o mundo ao nosso redor e criar um futuro melhor para todos, sem julgamentos.
E, assim, ao nos conectarmos com a nossa própria essência, reconhecemos o nosso valor intrínseco, independente de aprovações externas e opiniões alheias. Saber quem realmente somos é muito mais do que uma descoberta, é o renascimento para aquilo que viemos ser. Descobrir a nossa força interior, a nossa capacidade de amar e sermos amados, e o nosso potencial ilimitado para realizar sonhos e objetivos, é entender que somos pura consciência, verdadeira centelha Divina. Portanto, permita-se, sempre, questionar, explorar e viver. Seja quem você veio para ser, pois o mundo precisa da sua luz!
Advogado especialista em Direito Eleitoral e Político. Consultor e comentarista político. Treinador comportamental. Filho do Sr. Amilton e da D. Maria, pai do Otávio e um grande curioso sobre as questões do Universo.
Amilton Augusto é advogado especialista em Direito Eleitoral e Administrativo. Vice-Presidente da Comissão de Relacionamento com a ALESP da OAB/SP (2019-2021). Membro julgador do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB/RJ (2019-2021). Membro fundador da ABRADEP - Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (2015). Membro fundador do Instituto Política Viva. Membro do Conselho Consultivo das Escolas SESI e SENAI - CIESP/FIESP (2019-2022). Coautor da obra coletiva Direito Eleitoral: Temas relevantes - org. Luiz Fux e outros (Juruá,2018). Autor da obra Guia Simplificado Eleições 2020 (CD.G, 2020). Coautor da obra Dicionário Simplificado de Direito Municipal e Eleitoral (Impetus, 2020). Autor da obra “Temas Contemporâneos de Direito Eleitoral e Político" (CD.G, 2022). Palestrante e consultor. Contato: https://linktr.ee/dr.amilton
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