Diário de São Paulo
Siga-nos

Vendida em 2005, equipe Jordan teve estreia de Schumi, revelou Barrichello e venceu corridas

O dia 24 de janeiro, em 2005, foi marcado pelo anúncio da venda de uma das equipes mais simpáticas – e por que não dizer icônicas – dos anos 1990: a Jordan

Jordan
Jordan

Redação Publicado em 24/01/2021, às 00h00 - Atualizado às 11h58


Escuderia fundada por Eddie Jordan teve trajetória de 15 temporadas, bons resultados e até mesmo uma temporada com chances de título de pilotos com Frentzen, em 1999

O dia 24 de janeiro, em 2005, foi marcado pelo anúncio da venda de uma das equipes mais simpáticas – e por que não dizer icônicas – dos anos 1990: a Jordan foi negociada com um grupo russo de nome Midland. A escuderia mudou de mãos – e nomes – cinco vezes posteriormente: além de Midland, Spyker, Force India, Racing Point e, a partir de 2020, Aston Martin. Mas a gênese do time é a organização fundada por Eddie Jordan.

Famosa pelo desempenho nas categorias de base como Fórmula 3 Inglesa e Fórmula 3000, a Jordan resolveu se lançar à F1 em 1991 – o F1 Memória relembrou o primeiro teste da equipe, feito por John Watson.

A trajetória da equipe na principal categoria do automobilismo durou de 1991 a 2005, e o time correu 250 GPs. Além de revelar pilotos talentosos, a Jordan cravou duas pole positions, venceu quatro corridas e, em dado momento da temporada de 1999, foi postulante ao título de pilotos.

Eddie Jordan durante a temporada de 1991 — Foto: Getty Images

Eddie Jordan durante a temporada de 1991 — Foto: Getty Images

– Na verdade o time venceu cinco vezes, a quinta vitória foi ter sobrevivido com poucos recursos – disse Jordan após vender o time.

Vamos relembrar os principais pontos da história da Jordan na F1:

Começo de gente grande

Andrea de Cesaris com a Jordan-Ford 191 em Mônaco, em 1991 — Foto: Getty Images

Andrea de Cesaris com a Jordan-Ford 191 em Mônaco, em 1991 — Foto: Getty Images

Com o equilibrado e veloz modelo 191 projetado por Gary Anderson, a Jordan fez um excelente ano de estreia na F1. Com Andrea de Cesaris e Bertrand Gachot como pilotos na maior parte da temporada, o time terminou num excelente quinto lugar no Mundial de Construtores, com dois quartos lugares alcançados por De Cesaris como melhores resultados.

A estreia do gênio

Michael Schumacher em 1991 — Foto: Divulgação

Michael Schumacher em 1991 — Foto: Divulgação

No meio de 1991, Gachot foi preso na Inglaterra após se envolver numa briga de trânsito, e foi oferecido à Jordan um piloto alemão chamado Michael Schumacher. O jovem de 22 anos estreou no GP da Bélgica com um show nos treinos e um incrível sétimo lugar no grid, superando De Cesaris. Schumacher abandonou na primeira volta com a embreagem quebrada, mas partiu dali para escrever sua história gloriosa marcada por sete títulos e 91 vitórias.

Bons resultados com Barrichello

Barrichello liderou pela primeira vez na F1 no GP de Portugal de 1994 — Foto: Getty Images

Barrichello liderou pela primeira vez na F1 no GP de Portugal de 1994 — Foto: Getty Images

Em 1992, a Jordan fracassou com os frágeis motores Yamaha, e, para 1993, recorreu aos Hart V10, mais confiáveis. Na carona, chegou o promissor Rubens Barrichello, que elevou o patamar do time. Após uma boa temporada de estreia, Rubinho brilhou em 1994, deu a primeira pole e pódio à equipe e terminou num ótimo sexto lugar na tabela. Após um difícil ano de 1995 com os motores Peugeot, Barrichello deixou a Jordan.

Entressafra e vitória

Damon Hill comemora vitória no pódio de Spa-Francorchamps, em 1998 — Foto: Getty Images

Damon Hill comemora vitória no pódio de Spa-Francorchamps, em 1998 — Foto: Getty Images

A parceria entre Jordan e Peugeot começou com altas expectativs, mas teve mais baixos do que altos. Apenas em 1997, o motor atingiu um bom nível de competitividade, com pódios para Giancarlo Fisichella e Ralf Schumacher, mas a montadora francesa resolveu migrar para a Prost. Ironicamente, os motores Mugen-Honda, que já não despertavam tanto alarde apesar da eficiência inquestionável, foram bem-sucedidos e deram ao time a primeira vitória, com Damon Hill, no GP da Bélgica de 1998, em dobradinha com Ralf.

O melhor ano

Frentzen cruza a linha de chegada para vencer o GP da Itália de 1999 — Foto: Getty Images

Frentzen cruza a linha de chegada para vencer o GP da Itália de 1999 — Foto: Getty Images

Em 1999, com a contratação de Heinz-Harald Frentzen, a Jordan teve o melhor ano de sua história. O competitivo modelo 199 com motor Mugen-Honda permitiu ao alemão vencer duas corridas, em Magny-Cours e Monza, e participar da briga pelo campeonato até quase o fim. Curiosamente, quando liderava em Nürburgring e tinha tudo para empatar na liderança da tabela com Mika Hakkinen (McLaren), Frentzen abandonou porque esqueceu de desabilitar o sistema “anti stall” no momento de seu pit stop… Frentzen terminou em terceiro no campeonato, melhor resultado da Jordan na F1.

Tempos difíceis

Jean Alesi acelera Jordan nos treinos para o GP do Japão de 2001 — Foto: Getty Images

Jean Alesi acelera Jordan nos treinos para o GP do Japão de 2001 — Foto: Getty Images

Em 2000, com Jarno Trulli no lugar do aposentado Hill, a Jordan perdeu um tanto de sua competitividade e caiu de terceiro para sexto no Mundial de Construtores. Para 2001, a equipe passou a contar com os motores Honda de fábrica e melhorou um pouco, subindo para quinto, mas Frentzen foi demitido para dar lugar ao veterano Jean Alesi, que estava prestes a parar de correr. Em 2002, a Honda colocou o japonês Takuma Sato no time, que teve a volta de Fisichella, mas a queda de receita de patrocinadores pesou no começo da decadência da equipe, que ficou sem os motores japoneses e teve de recorrer aos Ford Cosworth.

Do caos à surpresa

Giancarlo Fisichella vence o GP do Brasil de 2003 pela Jordan — Foto: Getty Images

Giancarlo Fisichella vence o GP do Brasil de 2003 pela Jordan — Foto: Getty Images

A temporada de 2003 não era nada promissora para a Jordan, que não tinha um motor ou um chassis dos melhores. Fisichella passou a ter como companheiro o inexperiente Ralph Firman, e nada indicava que a equipe pudesse ter bons resultados. Porém, ah porém, veio o GP do Brasil sob chuva, e o italiano venceu uma corrida caótica. Com uma estratégia inspirada de encher o tanque no início e uma dose de sorte, após uma série de acidentes, Fisichella se viu na liderança. A prova foi encerrada pelas batidas de Mark Webber e Fernando Alonso, mas, por um erro de cronometragem, Kimi Raikkonen (McLaren) foi inicialmente declarado o vencedor. Só que o erro foi corrigido, e Fisichella ficou com aquela que seria a última vitória da Jordan.

Decadência e venda

Barrichello, Schumacher e Monteiro no pódio de Indianápolis, em 2005 — Foto: Getty Images

Barrichello, Schumacher e Monteiro no pódio de Indianápolis, em 2005 — Foto: Getty Images

Após a casual vitória em Interlagos, a Jordan teve as esperadas dificuldades em 2003 e ficou em penúltimo no Mundial de Construtores. Em 2004, com Nick Heidfeld, Giorgio Pantano e Timo Glock (aquele), a equipe somou apenas cinco pontos, no pior desempenho desde 1993. Com a Ford vendendo a Cosworth, o time ficou sem fornecedora de motores, e um acordo de última hora com a Toyota foi costurado para 2005. Depois de rejeitar em anos anteriores ofertas pela escuderia, de montadoras como Peugeot e Honda, Eddie Jordan vendeu o time para o empresário russo-canadense Alex Shnaider. Ainda com o nome Jordan, o time correu em 2005 e alcançou o último pódio, com o português Tiago Monteiro, no GP dos Estados Unidos, após a desistência de todas as equipes clientes da Michelin por questões de segurança relativas aos pneus.

 — Foto: Infoesporte

— Foto: Infoesporte

.

.

.

GE – Globo Esporte.

Compartilhe  

últimas notícias