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Veja o que é #FATO ou #FAKE nas declarações dos candidatos à Prefeitura de SP na 1ª semana de campanha do 2º turno

Os dois candidatos que disputam a Prefeitura de São Paulo deram início à campanha neste 2º turno.

Veja o que é #FATO ou #FAKE nas declarações dos candidatos à Prefeitura de SP na 1ª semana de campanha do 2º turno
Veja o que é #FATO ou #FAKE nas declarações dos candidatos à Prefeitura de SP na 1ª semana de campanha do 2º turno

Redação Publicado em 21/11/2020, às 00h00 - Atualizado às 12h34


Frases foram ditas em redes sociais, no horário eleitoral e em entrevistas e debates.

Os dois candidatos que disputam a Prefeitura de São Paulo deram início à campanha neste 2º turno.

Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL) postaram em redes sociais, falaram no horário eleitoral e participaram de entrevistas, debates e outros eventos de campanha.

A equipe do Fato ou Fake checou as principais declarações dadas durante a semana pelos dois. A ordem segue a da última pesquisa. Leia:

Bruno Covas (PSDB)

“Estamos entregando nestes 4 anos 85 mil vagas em creche, é um recorde na história da cidade de São Paulo” (no debate da CNN, em 16/11)

 — Foto: G1

— Foto: G1

A declaração é #FAKE. Veja o porquê: A atual gestão, iniciada em janeiro de 2017, criou até setembro deste ano, período mais recente com dados oficiais disponíveis, 73.333 novas vagas em creches municipais, de acordo com a Secretaria Municipal da Educação. O número de crianças de zero a três anos e 11 meses matriculadas em creches da prefeitura em toda a cidade saltou neste período de 284.179 para 357.512.

Além disso, ainda que o número citado pelo candidato do PSDB se concretize até dezembro deste ano, ou seja, 85 mil vagas sejam entregues, a marca não superará as 104.377 criadas entre janeiro de 2009 e dezembro de 2012, quando a então gestão Gilberto Kassab ampliou a quantidade de matrículas em creches de 109.717 para 214.094.

A Secretaria Municipal da Educação disponibiliza em seu site, em razão de um decreto municipal de 2006, balanços trimestrais que apontam a evolução, de 2007 para cá, das quantidades de matrículas e de pedidos de matrículas solicitadas à rede municipal.

De acordo com esses balanços, a criação de novas vagas em creches, por gestão, evoluiu conforme abaixo:

  • 2009/2012 (Gilberto Kassab) – 104.377 novas vagas
  • 2013/2016 (Fernando Haddad) – 70.085
  • 2017/set. 2020 (João Doria/Bruno Covas) – 73.333

Resposta do candidato: “Até o final deste ano, serão totalizadas 85 mil vagas em creche criadas na nossa gestão. 70% das famílias que ainda não foram contempladas com uma vaga recebem o auxílio-creche no valor de R$ 200. Para os próximos quatro anos nossa meta é zerar esse déficit, tanto com a criação de novas vagas nas creches municipais quanto por meio de parcerias com instituições privadas”.

“O último Censo mostrou 6.670 crianças aguardando vaga em creche na cidade de São Paulo” (no debate da CNN, em 16/11)

 — Foto: G1

— Foto: G1

A declaração é #FATO. Veja o porquê: De fato, 6.670 crianças em toda a capital paulista aguardam a abertura de vagas em creches da prefeitura, de acordo com o mais recente balanço disponibilizado pela Secretaria Municipal da Educação (SME), relativo a setembro deste ano, dado oficial mais recente disponível.

O Fato ou Fake checou declaração similar do candidato na 7ª semana de campanha.

“Foi assim que terminamos a obra parada do hospital da Brasilândia” (no debate da CNN, em 16/11)

 — Foto: G1

— Foto: G1

#NÃOÉBEMASSIM. Veja o porquê: Diferentemente do declarado pelo candidato do PSDB, a obra do hospital da Brasilândia não foi totalmente concluída, nem todos os seus 305 leitos foram entregues até agora. A unidade foi inaugurada em maio deste ano com 11,8% dos seus leitos funcionando: 36 de 305. Hoje, estão operando na unidade “87,5% do total de leitos previstos para a unidade”, segundo a prefeitura. “Atualmente, o equipamento atende pacientes de alta complexidade suspeitos e diagnosticados com o novo coronavírus. Hoje são 150 leitos de UTI e 117 leitos de clínica médica em operação, totalizando 267 leitos.”

A previsão é que os 305 leitos estejam funcionando até o fim deste ano, segundo a assessoria de Bruno Covas.

“A unidade está sendo estruturada como um hospital geral e maternidade, que funcionará com 305 leitos (dos quais 20 são de UTI adulto, 10 de UTI pediátrica e 10 de UTI neonatal, além de 91 leitos complementares — de recuperação, indução anestésica e pré-parto), contando com mais de 1.100 profissionais e beneficiando cerca de 2,2 milhões de usuários da região”, informa a prefeitura.

A Brasilândia é um dos distritos mais populosos da cidade e figurou, durante toda a pandemia, entre as regiões da cidade com mais mortes provocadas pela Covid-19. O hospital municipal do bairro foi aberto para atender, inicialmente, apenas pacientes infectados pelo novo coronavírus, uma forma de operação diferente daquela prevista em seu projeto, que é a de um hospital geral de referência equipado para atender a uma população de cerca de 500 mil habitantes da região.

Funcionarão no local Pronto-Socorro, Ambulatório de Especialidades Médicas, Hospital Dia, Unidade de Internação com serviço de Clínica Médica, Pediatria, Cirurgia Geral, Ortopedia, Psiquiatria, Maternidade, Berçário, Unidade de Terapia Intensiva (adulto, pediátrica e neonatal), Centro Cirúrgico e Centro Obstétrico, de acordo com a prefeitura.

Resposta do candidato: “O Hospital da Brasilândia foi inaugurado e entrou em operação em maio deste ano e, gradativamente, foi ampliando o número de leitos abertos, que chegarão ao total de 305 até o final deste ano, ou seja, em cerca de um mês.”

“O prazo médio para se obter um alvará [de uma obra], que era de 530 dias, agora é de 77 dias pelo processo Aprova Rápido dentro da Prefeitura de São Paulo” (no debate da CNN, em 16/11)

 — Foto: G1

— Foto: G1

#NÃOÉBEMASSIM. Veja o porquê: O candidato cita, em uma mesma frase, dados relativos a dois processos diferentes de emissão de alvarás existentes na prefeitura. No processo comum, de fato, em 2016, a mediana de tempo de aprovação de obras na cidade de São Paulo era de 532 dias, número muito próximo ao citado por Bruno Covas (PSDB). Todavia, em 2019, essa mediana caiu para 291 e deve, até dezembro deste ano, cair para 202 dias, segundo a Secretaria Municipal de Licenciamento (SEL). Esses períodos para liberação de alvarás informados pela prefeitura constam, inclusive, de seu Programa de Metas municipal.

Já o período de 77 dias citado pelo atual prefeito e candidato à reeleição diz respeito ao Aprova Rápido, procedimento que, desde 2017, quando foi criado pela prefeitura, já previa a emissão de alvarás em, no máximo, 130 dias, segundo a SEL. Ou seja, pelo Aprova Rápido, nunca houve a possibilidade de um alvará ser expedido em um período de 530 dias, o que torna a comparação do candidato, da forma como foi feita, inexistente. Hoje, a mediana de tempo de aprovação pelo Aprova Rápido é de 76 dias, de acordo com a Secretaria Municipal de Licenciamento.

O Fato ou Fake já checou declaração similar do candidato na 6ª semana de campanha.

Resposta do candidato: “Em dezembro de 2016, a média de tempo de aprovação de alvarás de obras na cidade de São Paulo era de 532 dias. O Programa de Metas municipal prevê a redução do tempo de aprovação para 202 dias até dezembro de 2020. Em dezembro de 2019, a SEL finalizou o exercício com a marca de 291 dias, uma queda de 45,3% em relação ao início da gestão e, até dezembro de 2020, alcançará o planejado de 202 dias. Para pedidos que tramitam pelo Aprova Rápido, procedimento que emite alvarás em no máximo 130 dias, a mediana de tempo de aprovação é de 76 dias. O Aprova Rápido foi o alicerce para a implantação das novas tecnologias adotadas pela SEL, como a adoção do software Aprova Digital, a partir de outubro de 2020, que tornou possível que a entrada, análise e tramitação de novos processos de licenciamento na Prefeitura de São Paulo passasse a ser 100% eletrônica, cumprindo a meta de zerar a entrada de processos físicos na municipalidade e contribuindo para a redução de deslocamentos, do tempo de resposta e trazendo maior eficiência à vida do cidadão e do servidor. Informamos, também, que de acordo com o Indicador ‘Antecedente do Mercado Imobiliário’, da Associação Brasileira de Incorporadoras (Abrainc), em parceria com a Fipe, a cidade de São Paulo encerrou o 3° trimestre/20 com número recorde de emissão de alvarás para empreendimentos verticais em 20 anos, o maior da série histórica iniciada no ano 2000, com 973 alvarás emitidos nos últimos 12 meses.”

“Não significa [dizer] que ter mais pessoas nesses hospitais reflete a situação da pandemia na cidade de São Paulo. Não há nenhum indício nos dados públicos de qualquer segunda onda, é mais uma notícia produzida às vésperas das eleições para deixar as pessoas com medo, como se aqui a gente tivesse qualquer prazer particular em relação à quarentena” (em entrevista ao portal UOL, em 16/11)

 — Foto: G1

— Foto: G1

#NÃOÉBEMASSIM. Veja o porquê: De fato, os dados de pacientes internados em hospitais por Covid-19 não são exclusivamente a única forma de se avaliar a situação atual da pandemia. Porém, nem todos os casos de Covid-19 são testados. Apesar de o inquérito sorológico da Prefeitura de São Paulo ser feito por amostragem com a população de todos os 96 distritos, só estão sendo testados para acompanhamento os moradores dos 14 distritos com maior taxa de contágio e que habitam na mesma residência de alguém que teve Covid-19 confirmada. Com exceção de quando há sintomas do coronavírus na hora do exame, a testagem feita é do tipo sorológica, que revela se o organismo já teve contato com o vírus no passado — dado que não revela a dimensão atual da pandemia na cidade.

Desse modo, a maior parte das confirmações de Covid-19 vem dos testes realizados em hospitais, que as pessoas procuram ao apresentar sintomas. O Observatório Covid-19 BR, iniciativa independente que reúne pesquisadores brasileiros, calcula a taxa de contágio, para verificar a situação da pandemia, a partir de número de hospitalizados. “Há falta de dados. Seria muito importante que os números de internações fossem atualizados o quanto antes, para maior transparência da situação”, afirma o professor da Unesp Roberto Kraenkel, um dos integrantes do observatório.

A análise de dados públicos feita pelo Observatório Covid-19 BR e também pelo projeto Infogripe, da Fiocruz, mostra que a curva de novos casos graves de Covid e SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave, a maioria sendo por Covid-19) deixou de mostrar queda desde o início de outubro, interrompendo uma trajetória anterior de queda desde o fim de maio. “Isto não caracteriza uma segunda onda ainda, mas pode ser um sinal predecessor e deveria ser encarado com preocupação”, destaca Kraenkel.

Já o pesquisador Domingos Alves, responsável pelo Laboratório de Inteligência em Saúde (LIS) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto, diz que o Brasil “já está na segunda onda de Covid-19”.

“Desde meados de setembro, o problema da subnotificação vem se agravando, porque estão sendo feitos menos testes, e, entre os que são realizados, são cada vez menos os de PCR, que são mais precisos, e mais testes rápidos, que dão muito falso negativo (exames que falham em constatar que a pessoa está contaminada)”, afirma o pesquisador.

Na última segunda-feira (16) o governo de São Paulo reconheceu o aumento nas internações por Covid-19 no estado. Entre os dias 8 e 14 de novembro, as internações de casos suspeitos e confirmados da doença cresceram 18% em relação à semana anterior. A média diária das novas internações subiu de 859 para 1.009.

Resposta do candidato: Procurado, ele não quis se manifestar.

“Fui o mais votado em todas as zonas eleitorais da cidade de São Paulo” (em entrevista à Band, em 16/11)

 — Foto: G1

— Foto: G1

A declaração é #FATO. Veja o porquê: De fato, o candidato Bruno Covas (PSDB) saiu vitorioso em todas as 58 zonas eleitorais de São Paulo neste 1º turno. Ele se saiu melhor, inclusive, na periferia. Nem mesmo João Doria (PSDB), que venceu ainda no 1º turno em 2016, conseguiu ir melhor em Parelheiros e no Grajaú, locais vencidos pela ex-prefeita Marta Suplicy (PMDB).

“O que a gente tem de lá, de registros históricos, o que foi feito aqui é um recorde, com 25 mil unidades habitacionais” (em entrevista ao jornal “O Estado de S.Paulo”, em 19/11)

 — Foto: G1

— Foto: G1

A declaração é #FAKE. Veja o porquê: Mesmo que a promessa de Bruno Covas (PSDB) se concretize, ou seja, ocorra a entrega de 25 mil unidades habitacionais até dezembro deste ano, o número é inferior às quantidades de unidades produzidas por outras duas gestões. Foram elas: Reynaldo de Barros, prefeito indicado pelo então governador Paulo Maluf (ambos da Arena), que entregou 32.772 unidades entre 1979 e 1982; e Luiza Erundina, com 27.399 unidades entregues entre 1989 e 1992.

Os números fazem parte de um levantamento com dados da Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo, que constam de uma dissertação de mestrado apresentada à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP) em 2007, disponível no banco de teses e dissertações da USP.

Além disso, o livro “Governo Gestão Erundina: cronologia de quatro anos de administração do PT na cidade de São Paulo”, do jornalista Ivo Patarra, ex-assessor de Erundina, cita que a gestão entregou quase 30 mil unidades habitacionais entre 1989 e 1992, de acordo com o “Relatório de Gestão: 1989-1992”, documento elaborado pela Cohab.

Um outro ponto importante é que a própria prefeitura admite que o número citado pelo candidato inclui unidades em construção e também construídas com incentivo da administração municipal, ou seja, não são todas obras contratadas pelo município. Sobre isso, a prefeitura informa o seguinte: “Desde 2017, 25 mil unidades habitacionais foram viabilizadas, das quais 14,3 mil foram entregues diretamente pelo município, outras 4,7 mil estão em construção previstas para serem entregues em 2020 e as unidades de Habitação de Interesse Social (HIS) produzidas com incentivo da prefeitura”.

O Fato ou Fake já checou na 2ª, na 4ª, na 6ª e na 7ª semanas de campanha a mesma afirmação do candidato, que não se sustenta.

Resposta: A assessoria do candidato sustenta que o número será recorde e diz que “a expectativa é deixar viabilizada para a próxima gestão, entre recursos próprios e a PPP, Parceria Pública Privada da Habitação, 60 mil unidades habitacionais”. “Queremos que as unidades que não conseguimos entregar neste ano, seja por conta das restrições da pandemia, seja por conta das restrições eleitorais, possamos reiniciar no ano que vem.”

“Tivemos que requalificar 100 km de corredores de ônibus que estavam em situação muito precária na cidade de SP” (em entrevista ao jornal “O Estado de S.Paulo”, em 19/11)

 — Foto: G1

— Foto: G1

A declaração é #FAKE. Veja o porquê: Ao contrário do declarado pelo candidato, a atual gestão, iniciada em janeiro de 2017, requalificou, ou seja, reformou, 28,46 km de corredores de ônibus, número bem abaixo do número citado por Bruno Covas (PSDB), segundo a própria assessoria dele.

Além disso, um relatório sobre o Programa de Metas 2017-2020, publicado em agosto deste ano pela Prefeitura de São Paulo (último dado oficial disponível), aponta que “até junho de 2020, foram requalificados 53 km de corredores/faixas exclusivas de ônibus”. Ou seja, um dado incluindo faixas também.

Lançado em 2019, o Programa de Metas executado por Covas contém uma série de alterações em relação a um outro plano da prefeitura, lançado em 2017 pelo seu antecessor, João Doria (PSDB). O documento original previa a construção e a operação de 72 quilômetros de novos corredores de ônibus até o fim deste ano, meta que foi abandonada sem ter sido, na prática, alcançada.

O Fato ou Fake já checou uma declaração parecida com essa na 3ª, na 5ª semana e na 6ª semana de campanha.

Resposta: “A Secretaria Municipal de Transportes já havia informado à imprensa de forma transparente a revisão da meta. Grande parte dos corredores de ônibus foi implementada sem a devida atenção ao asfalto e estavam muito mal conservados. A Prefeitura focou na requalificação de 100 km de corredores já existentes para poder funcionar bem o que já existe. Portanto, é incorreta a comparação utilizando-se como parâmetro a primeira meta uma vez que já foi revista.”

“25% das crianças moram com pessoas com mais de 60 anos de idade, que é o grupo de maior vulnerabilidade da doença [Covid-19]” (no debate da Band, em 19/11)

 — Foto: G1

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A declaração é #FATO. Veja o porquê: De fato, a primeira etapa do inquérito sorológico infantojuvenil realizado pela prefeitura apontou, entre outros dados, que 25,9% dos alunos da rede municipal vivem com pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, totalizando aproximadamente 250 mil crianças como vetores de contaminação.

Guilherme Boulos (PSOL)

“A China teve menos mortes do que a cidade de São Paulo, mesmo sendo o país mais populoso do mundo” (no debate da CNN, em 16/11)

 — Foto: G1

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A declaração é #FATO. Veja o porquê: País com a maior população mundial, com 1,4 bilhão de habitantes, a China registrou até esta segunda-feira (16), quando o candidato do PSOL deu a declaração, 4.742 mortes pela Covid-19, de acordo com monitoramento feito pela Universidade Johns Hopkins. Nessa data, a capital paulista contabilizava 13.196 óbitos decorrentes do novo coronavírus, segundo a Secretaria Estadual da Saúde. De fato, o número da cidade de São Paulo representa 178% (bem mais do que o dobro) do que a quantidade de mortes da China.

“Nós temos hoje R$ 19 bilhões no orçamento da cidade. A Câmara Municipal, inclusive, aprovou uma lei para desvincular a possibilidade de utilização na pandemia de recursos dos fundos [municipais], que é em torno de R$ 8 bilhões desses R$ 19 bilhões” (no debate da CNN, em 16/11)

 — Foto: G1

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#NÃOÉBEMASSIM. Veja o porquê: Os R$ 19 bilhões citados pelo candidato correspondem ao montante depositado atualmente nas contas bancárias da Secretaria Municipal da Fazenda. É uma verba classificada, nos balancetes mensais da prefeitura, como “caixa e equivalentes de caixa”.

Orçamento é, na verdade, uma lei que discrimina, detalhadamente e por área, as estimativas de receitas e despesas aprovadas pela Câmara Municipal e executadas pela prefeitura a cada ano.

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou, em março, a desvinculação de cerca de R$ 1,5 bilhão depositado em contas dos fundos municipais. Diferentemente do declarado pelo candidato do PSOL, isso não liberou a utilização de R$ 8 bilhões que estão depositados nas contas da prefeitura. Esse montante, na verdade, é uma verba vinculada, ou seja, com destinação determinada por lei.

Um exemplo comum dessa verba vinculada, também chamada de verba carimbada, diz respeito às chamadas operações urbanas, como, por exemplo, a Operação Urbana Consorciada Faria Lima. Uma verba vinculada a essa operação só pode ser utilizada, na prática, em melhorias feitas pela prefeitura na região da avenida Faria Lima, na Zona Oeste da cidade. A aprovação pela Câmara da desvinculação do dinheiro dos fundos municipais não alterou essa regra.

O Tribunal de Contas do Município informa, por meio de nota, que, “dos aproximadamente R$ 19,7 bilhões de recursos em caixa ao final de setembro/2020, aproximadamente 8 bilhões eram vinculados”.

A Prefeitura de São Paulo diz, também em nota que havia, em outubro, R$ 7,9 bi vinculados e R$ 11,3 bi não vinculados. De acordo com a prefeitura, esses valores são suficientes para “cobrir o fluxo de caixa negativo do último bimestre (natural em função da sazonalidade das receitas e despesas municipais) e para arcar com as obrigações financeiras remanescentes no encerramento do exercício. O pagamento de 13º salário, por exemplo, é uma despesa sazonal que demanda essa poupança ao longo do ano”. “Recursos vinculados são todos aqueles cuja receita tem destinação determinada, seja por convênios seja por legislação municipal, estadual, federal incluindo a Constituição Federal.”

Resposta do candidato: Procurado, ele não quis se manifestar.

“A idade média ao morrer em Moema, no Jardim Paulista, nos bairros mais ricos de São Paulo, é de 81 anos. A idade média ao morrer na Cidade Tiradentes ou no Jardim Ângela está em torno de 57 anos” (em entrevista à rádio Jovem Pan, em 17/11)

 — Foto: G1

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A declaração é #FATO. Veja o porquê: A edição de 2019 do estudo Mapa da Desigualdade, elaborado pela Rede Nossa São Paulo, aponta que, enquanto o morador do distrito de Moema, na Zona Sul da capital paulista, vive, em média, 80 anos, em Cidade Tiradentes, na Zona Leste, essa média é de 57,3 anos. Em toda a cidade, a média de vida é de 68,7 anos, segundo o levantamento.

Outra edição do mesmo estudo, realizado em 2017, aponta que o morador dos Jardins, região nobre da capital paulista, vive, em média, 79,4 anos, quase 24 anos a mais do que a idade média ao morrer do morador do Jardim Ângela (55,7 anos), números próximos aos citados pelo candidato na entrevista à rádio Bandeirantes.

O Fato ou Fake checou declaração similar de Guilherme Boulos durante a 3ª e a 7ª semana de campanha.

“São R$ 130 bilhões de dívidas [dívida ativa na cidade de São Paulo]” (em entrevista ao jornal “O Estado de S.Paulo, em 18/11)

 — Foto: G1

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A declaração é #FATO. Veja o porquê: De acordo com o Relatório Anual de Fiscalização elaborado pelo Tribunal de Contas do Município (TCM), o saldo da dívida ativa do município de São Paulo, em 31 de dezembro de 2019, era de R$ 130,3 bilhões.

Esse valor, dado oficial mais atualizado disponível, representa “o conjunto de créditos tributários e não tributários em favor da Fazenda Pública, não recebidos no prazo para pagamento definido em lei ou em decisão proferida em processo regular, inscrito pelo órgão ou entidade competente, após apuração de certeza e liquidez”, de acordo com o TCM.

O Fato ou Fake checou declaração similar do candidato durante a 7ª semana de campanha.

“A [Guarda Civil Metropolitano] GCM de São Paulo tem menos efetivo do que a GCM do Rio de Janeiro, sendo que São Paulo tem uma população que é o dobro da do Rio de Janeiro” (em entrevista ao jornal “O Estado de S.Paulo”, em 18/11)

  — Foto: G1

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A declaração é #FATO. Veja o porquê: O efetivo atual da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo é de cerca de 6.200 agentes, enquanto a Guarda carioca possui pouco mais de 7.400 homens. A população da capital paulista estimada peloIBGE neste ano é de 12,3 milhões, pouco menos do que o dobro dos 6,7 milhões de habitantes da cidade do Rio de Janeiro.

“Ainda há mais de 23 mil mães esperando vaga para os seus filhos na creche [na cidade de São Paulo]” (no debate da Band, em 19/11)

 — Foto: G1

— Foto: G1

A declaração é #FAKE. Veja o porquê: Diferentemente do declarado pelo candidato do PSOL, 6.670 crianças em toda a capital paulista aguardam a abertura de vagas em creches da prefeitura, de acordo com o mais recente balanço disponibilizado pela Secretaria Municipal da Educação (SME), relativo a setembro deste ano, dado oficial mais recente disponível. O número citado por Guilherme Boulos representa, portanto, mais que o triplo do dado oficial.

Resposta do candidato: Procurado, ele não quis se manifestar.

“Hospital da Brasilândia, que começou inclusive no governo anterior, ao seu e do Doria, Bruno, vocês não conseguiram entregar o hospital. Só tem 12% dos leitos abertos” (no debate da Band, em 19/11)

 — Foto: G1

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#NÃOÉBEMASSIM. Veja o porquê: É fato que o hospital da Brasilândia começou a ser construído durante a gestão Fernando Haddad, em 2015, e que foi aberto com 11,8% (36 de um total de 305) de seus leitos em funcionamento, em maio deste ano. Todavia, diferentemente do declarado pelo candidato, de lá para cá, o número de leitos em operação aumentou ao longo do tempo. Hoje, estão operando na unidade “87,5% do total de leitos previstos para a unidade”, segundo a prefeitura. “Atualmente, o equipamento atende pacientes de alta complexidade suspeitos e diagnosticados com o novo coronavírus. Hoje são 150 leitos de UTI e 117 leitos de clínica médica em operação, totalizando 267 leitos.”

Resposta do candidato: Procurado, ele não quis se manifestar.

“Você [Bruno Covas] fez quatro hospitais de campanha, apenas um na periferia” (no debate da CNN, em 16/11)

 — Foto: G1

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A declaração é #FAKE. Veja o porquê: Diferentemente do declarado pelo candidato do PSOL, a gestão do prefeito Bruno Covas (PSDB) construiu dois, e não quatro, hospitais de campanha: o do estádio do Pacaembu, na Zona Oeste, e o do Anhembi, na Zona Norte. Nenhum dos dois ficava na periferia da capital paulista.

O número citado por Guilherme Boulos, na verdade, representa a soma dos dois hospitais de campanha administrados pela prefeitura com os dois abertos pelo governo do estado para o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus: o do complexo do Ibirapuera, na Zona Sul, e o de Heliópolis, o único localizado em um bairro da periferia da cidade (na Favela de Heliópolis, também na Zona Sul).

Resposta do candidato: “O sentido se mantém: Covas não fez hospitais de campanha na periferia.”

Fato ou Fake — Foto:  G1

Homem negro é espancado até a morte em supermercado do grupo Carrefour em Porto Alegre — Foto: Reprodução/Vídeo

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G1

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