Ao menos cinco entidades de caminhoneiros ouvidas pelo G1 nesta segunda-feira (28) dizem que aceitam a proposta feita pelo governo para encerrar a greve que
Redação Publicado em 28/05/2018, às 00h00 - Atualizado às 20h33
Ao menos cinco entidades de caminhoneiros ouvidas pelo G1 nesta segunda-feira (28) dizem que aceitam a proposta feita pelo governo para encerrar a greve que já dura 8 dias. Elas afirmam que estão comunicando os grevistas sobre o fim do movimento.
Outras entidades e lideranças, como a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) e o Sindicato Interestadual dos Caminhoneiros Autônomos, não tratam a paralisação como encerrada. Outros representantes ainda afirmam que nem todas as reivindicações foram atendidas. Ainda há protestos pelo país.
Neste domingo (27), o presidente Michel Temer anunciou a redução de R$ 0,46 no litro do diesel por 60 dias, o estabelecimento de uma tabela mínima dos fretes e a isenção da cobrança de pedágio para eixo suspenso de caminhões vazios, em rodovias federais, estaduais e municipais.
O ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) disse não haver previsão de quando a paralisação dos caminhoneiros irá acabar, porque não há uma liderança única do movimento. “São vários líderes. Ouvimos vários desses líderes e, do que ouvimos, elaboramos essa pauta que nós entendemos que atende aos pleitos dos caminheiros e fomos ao máximo do que o governo poderia ceder”, disse.
O presidente da Associação Brasileira do Caminhonheiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, afirmou nesta segunda-feira (28) em Brasília que, depois de terem as reivindicações atendidas pelo governo, os caminhoneiros querem voltar ao trabalho, mas estão sendo impedidos por “intervencionistas” que, segundo ele, “querem derrubar o governo”.
“Não é o caminhoneiro mais que está fazendo greve. Tem um grupo muito forte de intervencionistas aí e eu vi isso aqui em Brasília, e eles estão prendendo caminhão em tudo que é lugar”, declarou. “São pessoas que querem derrubar o governo. Não tenho nada a ver com essas pessoas nem os nossos caminhoneiros autônomos têm. Mas estão sendo usados para isso.”, afirmou.
Segundo ele, o pacote de medidas anunciado pelo governo para atender às reivindicações dos caminhoneiros “resolveu o problema da categoria tranquilamente”.
Em conversa com o G1, o presidente da União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam), José Araújo Silva, o China, disse que muitos caminhoneiros não sabem o que está acontecendo (sobre comunicado de acordo).
“Continuam parados por falta de comunicação. Mas agora não tem como prosseguir a greve. Vão prorrogar o aumento para 60 dias, o que já é uma grande vantagem. Agora precisa bater com o governo outras metas”, afirmou China, sem citar outras reinvidicações.
“O ponto principal era o aumento do óleo diesel. Agora o governo já fez o pronunciamento e cabe às entidades fazerem a comunicação. Não tem como continuar”, informou China, que por volta das 7h30 disse que iniciaria a comunicação com os sete grupos de WhatsApp que faz parte. Cada grupo conta com cerca de 200 caminhoneiros.
Para China, a movimentação deve começar a acontecer por volta das 12h desta segunda-feira (28).
Gilson Baitaca, representante do Movimento dos Transportadores de Grãos de Mato Grosso, que está em Brasília e participou das negociações, diz que a categoria foi muito bem atendida e agora os caminhoneiros começam a deixar os bloqueios nas rodovias de MT.
Porém, há motoristas que não estão ligados ao setor e querem intervenção. Segundo Baitaca, os ligados ao sindicato devem começar a liberar os 30 pontos de manifestação no estado.
Diz que o movimento vai além do sindicato e não pode responder por ele. O sindicato quer se encontrar com o governador de Goiás para pedir a redução do ICMS.
Cláudio Ferreira, assessor da Federação dos Caminhoneiros Autônomos de Cargas em Geral do Estado de São Paulo (Fetrabens) informou que a entidade vai se reunir com o governador de São Paulo às 17h junto com cerca de 20 representantes dos demais sindicatos do estado “para ver se antecipa o término do protesto ao menos em São Paulo”. Ele ainda destacou que “quem está mantendo a greve não é a Federação, e sim os caminhoneiros”.
“A CNTA e a Sindicam/SP já disponibilizaram por WhatsApp e Facebook e está comunicando os caminhoneiros as propostas que foram incluídas no acordo. 90% delas já haviam sido feitas na primeira reunião com a CNTA. E os sindicatos estão levando até os pontos de paralização essas propostas. A decisão é de quem está parado.”
Carlos Alberto Litti Dahmer, presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga de Ijuí – Rio Grande do Sul (Sindicat Ijuí/RS) afirmou ao G1 que assinou o acordo para o fim da greve.
“O Sinditac tem uma posição tranquila bem colocada e assinada com acordo produzido ontem com pontos que Michel Temer anunciou. No meu entender e da categoria, 100% do que pedimos foi atendido. Nós não só concordamos [com o fim da greve] como assinamos isso. Se existem outras pautas ali dentro do movimento, não é dos caminhoneiros. Estamos defendendo a categoria e o que o setor pediu, está sendo atendido”, informou Carlos Alberto Litti Dahmer, presidente da entidade.
Ele afirmou ainda que está replicando a posição do Sinditac nos mais de 50 grupos que mantem no WhatsApp. “Consigo ver [o fim da greve]. Pelo nosso ponto dos autônomos, está resolvido”.
A Confederação Nacional do Transporte (CNT) informou via assessoria de imprensa que “considera que os caminhoneiros foram muito bem atendidos”.
“O bloqueio de caminhões de propriedade das transportadoras é ilegal e pede força policial para que os veículos das empresas voltem a circular normalmente”, completou o comunicado.
A CNTA deixou as bases sindicais decidirem pela manutenção ou não da paralisação. A confederação orientou, no entanto, que os manifestantes que mantiverem a mobilização liberem a circulação dos seguintes itens:
A entidade fez uma assembleia nesta segunda-feira na subsede da CNTA, em Curitiba. “A CNTA pede conscientização de todos os caminhoneiros para que avaliem com cuidado suas decisões sobre a continuidade ou não da paralisação, sob pena de perdermos essas conquistas históricas da categoria”, disse a confederação, em comunicado.
Sergio Malucelli, presidente da Federação das Empresas de Transportes do Estado do Paraná (Fetranspar), disse ver o acordo como “uma solução palatável”.
“Todos os agentes ontem saíram da reunião contentes após a reunião com a governadora, e mesmo depois com a palavra do presidente da República. Todos os itens dos empresários de transportes estavam acolhidos. Os transportadores autônomos também. A redução do combustível aqui no nosso Estado vai representar R$ 0,50 na bomba de gasolina. Isso é importante. O autônomo está recebendo 30% de todos os fretes da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). São coisas que eram uma angústia de anos. O eixo suspenso era uma angústia de anos. O frete mínimo que eles estavam pautando há mais de sete meses também foi conseguido ontem. Então cabe ao transportador autônomo a acolher com muita sensatez e voltar ao trabalho normal”.
Quer levar suas reivindicações à Casa Civil nesta segunda-feira (28). Diz que os autônomos não participaram ativamente das negociações com o governo. Entre as reivindicações deles estão, além da redução do diesel a valores de janeiro, o aumento da pontuação de carteira, de 50 para 100 pontos, a redução do preço do botijão de gás para R$ 60, o cancelamento de multas da ANTT, a criação de uma tabela de frete. a criação de cooperativas de trabalho para dividir as cargas entre os autônomos, entre outras.
Em nota, a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), diz que participou da reunião da última quinta-feira, na Casa Civil, e que “tem a expectativa de que a situação do abastecimento do combustível se normalize o mais rápido possível, mas entende que será necessário empenho das autoridades nos estados e municípios para priorizar o transporte público e assegurar a prestação desse serviço de natureza essencial à população. As empresas estão em contato direto com a NTU, informando os esforços empreendidos para manter os ônibus nas ruas; várias cidades já retomaram o serviço, mas muitas ainda operam com frota reduzida devido à falta de diesel”.
“Assim como os caminhoneiros, o setor de transporte público por ônibus urbano também vinha sofrendo com a política de preços da Petrobras e considera um avanço a redução no preço do diesel na refinaria, de R$ 0,46 por 60 dias, que neutraliza os reajustes no preço desse combustível nos últimos meses, bem como a periodicidade maior para as correções de preços, que passam a ser mensais, permitindo um mínimo de previsibilidade para as empresas operarem”.
“A NTU continuará trabalhando pela busca de um preço diferenciado do óleo diesel para o transporte público por ônibus, como vem fazendo há mais de 20 anos”, afirma o presidente executivo da Associação, Otávio Cunha e reforça que o transporte público é um direito social assegurado na Constituição, assim como saúde e educação.
Representantes do Sindicato Nacional dos Cegonheiros (Sinaceg) estiveram em reunião desde às 6h para decidir qual posição que seria tomada. Por volta das 10h30, informaram em comunicado que “O Sinaceg considera que as medidas anunciadas pelo governo atingem as reivindicações preponderantes dos caminhoneiros, e espera que a normalidade seja restabelecida nas rodovias brasileiras. Reiterando que não tem conhecimento da participação de seus associados em piquetes ou obstruções nas estradas”.
O presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Bens de Alagoas (Sindicam-AL), Valdir Kummer, que representa os manifestantes no estado, diz que não tem previsão para o fim da manifestação, que depende do governo apresentar uma proposta melhor.
“Continuamos a greve, até porque o que o governo deu não é satisfatório. Queremos uma diminuição maior do preço dos combustíveis, algo em torno de R$ 0,80 na bomba. Queremos um desconto real. O governo deu R$ 0,46, só que o diesel teve um aumento de R$ 0,17 na última semana, então o desconto real vai ser de R$ 0,30. Isso não resolve o nosso problema, porque daqui a 60 dias o preço volta ao que está agora”.
“A proposta que o governo fez foi até razoável, a gente poderia aceitar se houvesse confiança nos políticos, mas não há confiança. O problema maior é a falta de confiança nos governantes, por isso a gente está pedindo um desconto maior, mais garantias de que o preço se mantenha em um patamar aceitável pro trabalhador”.
“Agora, esse é o nosso pleito, mas se houver um consenso nacional para aceitar o que está aí, a gente encerra a paralisação. Não são movimentos independentes. Não vai acabar a mobilização em um lugar e manter no outro. Se todo mundo concordar, os caminhoneiros voltam a trabalhar”.
O sindicato, que também atende a Itaquaquecetuba e Suzano, informou durante a manhã que os motoristas vão se reunir para avaliar se a greve termina ou não e devem ter uma definição durante a tarde.
Thiago Rodan, presidente do sindicato, disse não poder dar um posicionamento sobre o fim ou a continuidade da paralisação porque eles não estão à frente do movimento, mas afirmou que “através da sondagem que o sindicato fez, as manifestações continuam”.
Ele afirmou os caminhoneiros não ficaram satisfeitos com a proposta apresentada pelo presidente Michel Temer neste domingo (27), pois a pauta de reivindicação tinha 14 itens e apenas três deles foram apreciados e atendidos. Segundo ele, o sindicato não está fazendo nenhum tipo de mobilização para bloqueio de rodovias e o movimento é espontâneo dos caminhoneiros.
Antônio de Pádua, presidente do sindicato, diz que a entidade apoia o movimento, mas não vai se posicionar sobre o assunto, pois a situação se trata de “uma greve sem comando”.
Emerson Galdino, presidente do sindicato, informou que os caminhoneiros estão dispostos a manter a movimentação no ponto de distribuição no Porto de Cabedelo. No entanto, ele afirmou que esta não é mais uma orientação do sindicato.
Claudinei Pelegrini, presidente da Federação dos Caminhoneiros Autônomos do Estado de São Paulo (Fecam) e presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de Porto Ferreira (SP) e região, disse que espera o fim da paralisação porque os meios de negociação com o governo já foram esgotados.
“O governo cedeu na maioria do que a gente pediu. A pauta que nós apresentamos foi cumprida, mas no meio caminho apareceram outras reivindicações esdrúxulas. As reivindicações principais que eram a redução do preço do óleo diesel, a tabela de frente – que todos os outros modais já tinham – e o famigerado eixo suspenso”.
O sindicalista acredita que os caminhoneiros saem vitoriosos da paralisação.
“Eu acredito que o pessoal tem que entender. Muitos estão insatisfeitos, mas eu estou nesse movimento desde 1990 e o governo nunca nos atendeu tanto como nos atendeu dessa vez. Nós estamos numa grande vitória”, afirmou.
André Costa, presidente da Federação dos Caminhoneiros Autônomos do Rio Grande do Sul, disse que o novo anúncio do governo é um avanço nas negociações. “Para o trabalhador autônomo ainda tem muito a ser feito, mas os principais pontos foram atendidos. A Federação vai ficar em cima do cumprimento dessas medidas”. Ele vê como gradativo o retorno da categoria ao trabalho.
Costa destaca que a pauta da categoria era clara desde o início e não previa a discussão sobre, por exemplo, a gasolina. “Temos recebido uma série de relatos de caminhoneiros dizendo que moradores das cidades estão impedindo a saída dos caminhões”.
A entidade responde por cerca de 90 mil caminhoneiros autônomos no estado.
Um caminhoneiro que representa os manifestantes da Refinaria Alberto Pasqualini, em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, disse que continuam com o protesto. “Não reconhecemos nenhum acordo com o governo de ontem pra hoje. Nossa reivindicação não é só pelo diesel, mas pela gasolina, que o pai de família usa, pelo gás de cozinha que impacta muito o orçamento da dona de casa. É pelo Diesel. É por todos os brasileiros . Essa é aa nossa posição de todos os pontos de bloqueios. Todos os portões estão monitorados aqui na refinaria por nós caminhoneiros, motoristas de aplicativos, profissionais autônomos. Não vamos nos desmobilizar”.
Um advogado que representa caminhoneiros autônomos do movimento no Maranhão afirma que a categoria não se sente representada pelos grupos que vem negociando com o governo. Informou que eles querem mudanças na política de preços e não algo temporário, como redução por alguns dias.
O presidente do sindicato dos caminhoneiros autônomos do Pará diz que não vai se pronunciar sobre o assunto.
Um advogado que representa caminhoneiros autônomos do movimento no Tocantins afirma que a categoria não se sente representada pelos grupos que vem negociando com o governo.
As lideranças locais de caminhoneiros informaram que não vão suspender a manifestação e bloqueio da rodovia AP-020, porque ainda têm demandas locais para serem atendidas, relacionadas à redução do ICMS. Uma reunião deve acontecer ainda nesta segunda-feira (28) com o governo, o grupo de manifestantes e entidades comerciais.
Gilson Baitaca, representante dos Transportadores de Cargas Mato Grosso, afirmou que o setor concordou com as medidas anunciadas pelo presidente da República, Michel Temer (MDB), nesse domingo (27).
“Por nós, os bloqueios podem se encerrar e os caminhoneiros voltarem ao trabalho, mas não podemos obrigá-los a liberar as rodovias“, afirmou.
“A greve não acabou, a greve está mais forte do que nunca”, diz o caminhoneiro que se identificou como Fábio, ao G1. Ele se identifica como o líder da paralisação no km 227 da Rodovia Presidente Dutra na manhã desta segunda-feira (28). Segundo Fábio, a greve só vai parar quando houver “redução maior do preço do diesel. Queremos isenção do IPVA para caminhões, placa vermelha, dentre outras reivindicações”.
“Nós não estamos de acordo com aquelas medidas [anunciadas por Temer no domingo]”, afirma. Ele acrescenta que luta não só para a redução do preço do diesel na bomba, “mas gasolina e etanol também”.
Questionado sobre o prejuízo de estar parado há mais de uma semana, Fábio contemporiza: “Graças ao Temer, é um prejuízo que não vai ser tão sentido porque já estava difícil de trabalhar”.
Em Teresina, o caminhoneiro Edivan Ferreira contou que o protesto continua. Ele informou ser o porta-voz de Teresina do movimento “Caminhoneiros pelo Brasil” e disse que a proposta do governo federal, de redução do preço do diesel, não contempla toda a reivindicação da categoria, que também pede a redução do valor do etanol e da gasolina.
Ele afirma que o movimento é formado por caminhoneiros independentes, sem sindicato ou associação. Por enquanto, não há previsão para o fim do protesto e dos bloqueios parciais nas rodovias.
Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, caminhoneiros mantêm protesto na rodovia Fernão Dias em Igarapé. “Agora nós estamos falando pela população. Nós queremos que baixem o diesel, o etanol e gasolina”, disse um dos manifestantes.
Neste fim de semana, a Força Nacional e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) cumpriram decreto do governo federal para desobstruir a rodovia. Nesta segunda-feira (28), caminhoneiros se concentravam na pista marginal da Fernão Dias e em postos de gasolina.
No Distrito Federal, um dos líderes de caminhoneiros na BR-040 disse que não há prazo para o movimento sair das estradas. Na visão dele, os motoristas ainda não estão satisfeitos com as propostas do governo federal.
Outros caminhoneiros autônomos parados no trecho não dão prazo para sair. Eles afirmam que não estão satisfeitos com o preço do diesel, mesmo após anúncios do governo.
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