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UFF monta ventiladores mecânicos para combate à covid-19

A Universidade Federal Fluminense (UFF) já conseguiu concluir a primeira versão dos ventiladores mecânicos que vão suprir as necessidades de instituições de

UFF monta ventiladores mecânicos para combate à covid-19
UFF monta ventiladores mecânicos para combate à covid-19

Redação Publicado em 14/05/2020, às 00h00 - Atualizado às 18h52


Expectativa é entregar 200 equipamentos até o final de junho

A Universidade Federal Fluminense (UFF) já conseguiu concluir a primeira versão dos ventiladores mecânicos que vão suprir as necessidades de instituições de saúde do estado do Rio de Janeiro. Os equipamentos, após a produção, serão doados pela equipe do curso de engenharia elétrica da UFF não só para o Hospital Universitário Antonio Pedro (Huap), da UFF, mas a todas as instituições de saúde que se cadastrarem para recebê-los.

Falando hoje (14) à Agência Brasil, o coordenado do curso de enegenharia elétrica da UFF, Daniel Henrique Nogueira Dias, informou que estão sendo feitos testes para resolução de alguns problemas detectados, de modo a permitir que a segunda versão dos ventiladores mecânicos possa ser montada até amanhã (15). “A gente depende de insumos que estão chegando”, explicou.

Com a segunda versão aprovada e funcionando, o próximo passo será fazer testes clínicos no Huap, onde outra parte da equipe do curso de engenharia elétrica está trabalhando em um sistema para duplicação de ventiladores. “A ideia é levar isso para o Huap e usar os equipamentos que eles têm lá disponíveis, como um pulmão artificial, e a gente começa a fazer os testes, monitorando pressão e fluxo, para ver se eles estão de acordo com o que se espera do que seria a aplicação em seres humanos. Essa é a primeira etapa”, destacou Dias.

Certificação

Com os testes clínicos aprovados, a próxima fase é a certificação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que facilitou muito a parte burocrática de todo o processo, segundo o professor da UFF. A expectativa é conseguir submeter o pedido de certificação à Anvisa já na semana que vem, para dar início à fabricação em escala.

“Algumas das adaptações que estamos fazendo na segunda versão (dos ventiladores) já é pensando na produção em escala, para facilitar a produção rápida disso. São coisas complexas que não podem demorar muito para ser feitas”, afirmou Dias.

O projeto faz parte da Frente UFF, iniciativa que reúne professores, alunos, colaboradores da comunidade interna e externa, no combate os efeitos do novo coronavírus antes, durante e após a pandemia. A Frente trabalha somente com doações.

O projeto de produção do ventilador mecânico somou-se a outro que já estava em andamento na universidade, de confecção de equipamentos de proteção individual (EPIs), como máscaras e roupas de proteção para trabalhadores da área de saúde que estão na linha de frente no combate à covid-19.

Para distribuir os ventiladores, será criado um cadastro para que unidades de saúde que precisam do equipamento façam seus pedidos. “A gente vai tentar atender a todos, dentro da necessidade de cada hospital”, assegurou o coordenador do curso de engenharia elétrica da UFF.

A equipe aguarda a divulgação de resultado de edital da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) para ter acesso a recursos financeiros suficientes para montar 200 ventiladores mecânicos até o final de junho. “Acredito que a necessidade vai ser muito maior do que isso”.

Protótipo

Dias conta que os protótipos se basearam em modelos do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos EUA, dsponibilizados livremente. “O sistema é montado partindo de um projeto que foi desenvolvido pelo pessoal do Instituto de Tecnologia de Massachusetts que o disponibilizou de forma livre e aberta para todo mundo que quisesse pegar e desenvolver. A gente está fazendo nossas adaptações (de componentes) para se adequar às condições que tem aqui no país”.

Uma vez concluído o projeto da UFF, o objetivo da equipe é deixá-lo livre também, para que qualquer pessoa do Brasil ou do mundo possa baixá-lo e utilizá-lo, inclusive para fins comerciais.

A equipe está pensando também em terceirizar boa parte da produção de componentes, como placas de circuito impresso, usadas na parte eletrônica, e que são produzidas atualmente na universidade, para ficar só com a montagem final dentro da UFF. “Acho que isso pode acelerar a produção. A gente só montaria essas peças”, disse Dias.

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