UFC 268: Usman diz que Colby é para ele como Frazier era para Ali: “O cara que nos pressiona”

Após sua quinta defesa de cinturão, nigeriano diz que respeita o rival como competidor e nega chance de enfrentar Israel Adesanya por eventual segundo cinturão: “Não me interessa”

Serenidade e planos pouco ambiciosos no curto prazo. Assim pode ser definido o estado de espírito de Kamaru Usman após a vitória sobre Colby Covington na luta principal do UFC 268 no último sábado. Na coletiva de imprensa após o evento o nigeriano negou ter ficado decepcionado por não ter repetido o resultado da primeira luta, no UFC 245, quando nocauteou o rival no quinto round. Segundo ele, Covington é um rival que o impulsiona para cima, a exemplo do lendário boxeador Joe Frazier, que tinha o mesmo efeito sobre Muhammad Ali.

Kamaru Usman na coletiva de imprensa após o UFC 268 — Foto: Reprodução / YouTube

– Não estou de forma alguma desapontado por não ter nocauteado. Esse cara é muito duro. Vamos ser honestos: Ali precisava de um Frazier. Caras como ele sempre serão grandes, mas precisavam de alguém para pressioná-los. E Colby é esse cara para mim. A maioria das pessoas, e eu me incluo nesse grupo, não gosta do que ele faz e o que ele é fora do octógono. Mas é preciso respeitá-lo como lutador.

Perguntado se o knockdown aplicado no americano no segundo round não o teria deixado empolgado para tentar buscar o nocaute, Usman disse que Covington mostrou maturidade e também estar bem treinado para não se desesperar em um momento de desvantagem que poderia tê-lo custado a derrota mais por nocaute. A postura do desafiante, segundo o campeão, impediu que ele desse brechas para que o nocaute acontecesse.

Mercadão de SP passará por nova reforma; veja as principais mudanças

Justiça de SP amplia lista de medidas protetivas contra filho de Lula após pedido da ex-mulher; entenda

Kamaru Usman Colby Covington UFC 268 — Foto: Getty Images

– É muito difícil você não ficar maluco em uma luta quando acerta alguém daquela maneira. Mas ele fez o dever de casa, está em uma boa equipe. Os caras da MMA Masters são ótimos treinadores e sei que eles o prepararam bem. Ele se manteve perigoso e controlado, e foi isso que não o fez se desesperar. Se ele se desesperasse eu acharia brecha para um golpe e o nocautearia. Eu o respeito como competidor, ele é o segundo melhor da divisão. Foi por isso que eu me mantive alerta e ouvi os meus treinadores, porque eu queria muito nocauteá-lo. Quando eu começo a me sentir um gigante no octógono, me sinto um tanque e busco acabar com quem quer que esteja lá. Mas nesse esporte o aspecto mental é muito importante, já que nós dois somos muito bem preparados fisicamente. Me mantive calmo e fiz o meu trabalho. Somos lutadores, fomos para uma guerra e lutamos por quase uma hora somando as duas lutas. Vou deixar o que falamos entre nós dois.

Um assunto recorrente nas entrevistas de Kamaru Usman é a possibilidade dele enfrentar o compatriota Israel Adesanya pelo segundo cinturão no peso-médio. Segundo o nigeriano, essa hipótese está descartada já que, na sua opinião, é mais importante ter dois representantes do país com um cinturão cada do que somente um campeão com dois cinturões.

Israel Adesanya e Kamaru Usman são os nigerianos donos de cinturões do UFC — Foto: Getty Images

– Enquanto Israel for o campeão, isso não me interessa nem um pouco. A menos que Dana nos dê um ultimato e nos chame para uma conversa séria, perguntando se nós queremos uma parte maior do bolo…(risos). Mas hoje isso não me interessa. Para mim, dois nigerianos com um cinturão são mais importantes do que um nigeriano com dois cinturões.

Com três defesas de cinturão em 2021, Kamaru Usman agora só quer descansar e dar atenção à sua filha. Segundo ele, ela já entende tudo o que a cerca, e precisa ter a real dimensão do que o pai representa. Além de, claro, ter a sua companhia o máximo possível pelos próximos meses.

– No momento a minha maior preocupação é que a minha filha se lembre de tudo o que aconteceu e saiba quem é o pai dela e o que ele conquistou. Quando eu chegar em casa, revir a luta e começar a descompressão, a ficha vai cair. Hoje ela dormiu, mas quero passar algum tempo com ela. Ela já tem sete anos de idade, entende tudo o que acontece, e agora eu quero passar um tempo com ela. Fiquei ausente por dois meses e meio e agora preciso de um tempo com ela. Não quero pensar em lutar, porque já pensei muito em luta esse ano.

.

.

.

Globo Esporte