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UFC 262: Chandler, sobre Charles do Bronx: “Adversário mais assustador que já enfrentei”

Michael Chandler é um admirador de lutadores icônicos do MMA brasileiro. E quis o destino que sua primeira disputa de cinturão do UFC seja contra um atleta

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Redação Publicado em 11/05/2021, às 00h00 - Atualizado às 11h17


Americano se mostra atento ao poder de finalização do faixa-preta, a quem encara no próximo sábado, pelo cinturão vago do peso-leve, em Houston, e exalta ídolos brasileiros do MMA

Michael Chandler é um admirador de lutadores icônicos do MMA brasileiro. E quis o destino que sua primeira disputa de cinturão do UFC seja contra um atleta canarinho. No próximo sábado, em Houston (EUA), pelo UFC 262, o americano enfrenta Charles do Bronx no combate principal do evento, pelo título do peso-leve, vago após a aposentadoria do russo Khabib Nurmagomedov.

Em entrevista ao Combate, Michael Chandler tratou Charles do Bronx com respeito ao analisar o jogo do brasileiro, recordista de finalizações na história do Ultimate.

– Eu treinei meu jiu-jitsu porque o Charles é muito bom. talvez o adversário mais assustador que eu já enfrentei em toda a minha carreira, não só pelo recorde de finalizações. Não é segredo para ninguém que, se você deixar seu braço, perna ou entrar num triângulo, provavelmente, você vai dormir ou bater. Venho do wrestling, consigo me manter compacto, não vou deixar meu pescoço para que ele possa pegar.

Michael Chandler fez apenas uma luta no UFC — Foto: reprodução

Michael Chandler fez apenas uma luta no UFC — Foto: reprodução

Chandler fala respeitosamente sobre o Brasil e seus lutadores mais relevantes. O americano é fã, por exemplo, de José Aldo, ex-campeão do peso-pena.

– O MMA brasileiro é o mais assustador do planeta inteiro. Na essência, o Brasil é o berço do MMA. Quando você pensa em Royce Gracie, um dos caras que eu mais gosto de assistir, inclusive nos dias de hoje, tem o José Aldo, dono de nocautes devastadores, a lenda Anderson Silva, o Vitor Belfort, que é outra lenda. Temos o Monte Rushmore nos EUA, mas tem apenas quatro rostos de presidentes lá. Fico imaginando um Monte Rushmore dos brasileiros do MMA, teria que ter uns 25 rostos diferentes. Sem o Brasil e sem o espírito brasileiro no MMA, jamais seria o esporte que é hoje.

Confira abaixo:

Como recebeu a notícia de que lutaria pelo cinturão do UFC?

– Foi uma ligação bem inesperada. Quando eles me ligaram, eu disse “sim” antes de eles terminarem de oferecer a luta. Eu estava San Diego, na Califórnia, de férias com minha esposa, meu filho e alguns parentes e amigos. Quando o telefone tocou, eu não esperava mesmo, mas assim que comecei a ouvir: “Como você se sente lutando pelo cinturão vago do UFC?”. Eu não sabia se seria contra o Charles, McGregor ou Poirier…. Não fazia ideia. Àquela altura, nem o Khabib estava oficialmente aposentado.

O Charles está no UFC há 11 anos, vem de oito vitórias consecutivas, e recebeu a chance de disputar o título contra você, que estreou no evento em janeiro deste ano. Como analisa este cenário?

– Se você olhar pelo lado do Charles… É um cara que há dez anos, quando assinou com o UFC, falou “um dia eu vou lutar pelo título, vou trabalhar muito duro para isso”. E finalmente conseguiu esta chance. Ele está muito empolgado, acredita que vai subir lá, vencer e colocar todo aquele trabalho de anos no octógono. Pelo meu ponto de vista, estou no UFC há pouco mais de um ano, é a minha segunda luta, mas travei muitas lutas em alto nível, com um grau de pressão muito grande em outra organização. Tenho 22 vitórias em 27 lutas. Posso ser novo no UFC, mas não no MMA. Sou um cara muito experiente, vou mostrar que sou “OG”, o “original gangster”. São dois caminhos completamente diferentes, que se encontrarão em uma noite. Será a oportunidade de lutar pelo maior, mais desafiador e nobre prêmio do MMA, que é disputar um cinturão do UFC.

Charles do Bronx e Michael Chandler lideram o UFC 262 — Foto: Reprodução

Charles do Bronx e Michael Chandler lideram o UFC 262 — Foto: Reprodução

Por que acredita que será o novo campeão?

– Acho que posso ser o novo cara do peso-leve pela minha questão atlética dentro e fora do octógono. Você pode não gostar de mim pela minha aparência ou pelas coisas que eu falo, mas você não pode negar o fato de que eu coloco 100% de mim quando estou competindo. Sempre me divirto, tento passar uma imagem muito positiva.

Como vê o jogo do Charles?

– Ele tem muitos pontos fortes, é um dos melhores finalizadores do planeta, talvez o jiu-jítsu mais forte do mundo. Charles tem mãos pesadas, um chute duro, o que o torna um nocauteador perigoso. Tem uma agressividade muito grande, controle do octógono, são muitos pontos fortes. Entretanto, se ele não consegue a finalização ou o nocaute rapidamente, começa a se cansar, e é nessa hora que eu posso brilhar. Vou levar para os 25 minutos, fiz isso várias vezes na minha carreira, já lutei em cinco rounds, então minha capacidade atlética, minha velocidade, minha força, são coisas que poderei explorar. O Charles vai começar forte, vai ser muito físico, um bom entretenimento para os fãs, mas quando começarmos a trocação no octógono, ele vai se cansar e seguirei em alta rotação.

Michael Chandler comemora o nocaute contra Dan Hooker em sua estreia no UFC — Foto: Getty Images

Michael Chandler comemora o nocaute contra Dan Hooker em sua estreia no UFC — Foto: Getty Images

Como termina a luta?

– Previsão… espero um nocaute no primeiro ou no segundo round, mas as pessoas podem esperar uma guerra de 25 minutos. Quando você enfrenta alguém como o Charles, pode estar diante dos 25 piores minutos de sua vida. Ele está invicto há oito lutas para fazer o grande duelo da vida dele. É a chance que tem de brilhar, veremos sua melhor versão. Não será fácil, mas acredito que poderei vencer.

Apesar de estar focado no seu combate, você está na expectativa de saber quem vencerá, entre Dustin Poirier x Conor McGregor? O vencedor deverá ser o próximo na fila pelo título.

– Estou focado na luta contra o Charles. Quando acordo de manhã, a primeira coisa que eu penso é nisso, quando vou dormir, é a última coisa que penso. Claro que tenho umas conversas engraçadas falando de Poirier e de Conor. Fiquei fora do UFC por tanto tempo que me sentia mal aproveitado, pouco visto pela maioria, e agora que estou na maior plataforma do planeta, na divisão mais empolgante, vou me divertir. Devo ter apenas mais uns cinco anos de carreira, tenho que aproveitar cada oportunidade.

Serviço do UFC

Combate transmite todo o card do UFC 262 a partir das 19h30 (de Brasília) neste sábado, primeiro com o “Aquecimento Combate”. Você ainda pode assistir às duas primeiras lutas no SporTV 3 e no Combate.com, que ainda acompanha todo o evento em Tempo Real.

UFC 262
15 de maio de 2021, em Houston (EUA)

CARD PRINCIPAL (23h, horário de Brasília):
Peso-leve: Charles do Bronx x Michael Chandler
Peso-leve: Tony Ferguson x Beneil Dariush
Peso-mosca: Katlyn Chookagian x Viviane Araújo
Peso-pena: Shane Burgos x Edson Barboza
Peso-galo: Matt Schnell x Rogério Bontorin

CARD PRELIMINAR (19h30, horário de Brasília):
Peso-médio: Ronaldo Jacaré x André Sergipano
Peso-pena: Lando Vannata x Mike Grundy
Peso-mosca: Andrea Lee x Antonina Shevchenko
Peso-médio: Jordan Wright x Jamie Pickett
Peso-mosca: Gina Mazany x Priscila Pedrita
Peso-pena: Kevin Aguilar x Tucker Lutz
Peso-leve: Sean Soriano x Christos Giagos

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Fonte: Ge – Globo Esporte.

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