Três ônibus escolares foram incendiados no município de Porto Acre, no interior do estado, na madrugada desta terça-feira (8). Os veículos eram usados
Redação Publicado em 08/08/2017, às 00h00 - Atualizado às 11h43
Três ônibus escolares foram incendiados no município de Porto Acre, no interior do estado, na madrugada desta terça-feira (8). Os veículos eram usados diariamente para transportar crianças principalmente da zona rural. Com esses, sobe para nove o número de ônibus incendiados em ataques criminosos, que começaram no sábado (5) no estado.
Ao todo, cinco ônibus estavam na garagem da Secretaria Municipal de Educação do município, mas apenas três foram consumidos pelas chamas. Não há base do Corpo de Bombeiros na cidade, então uma equipe foi deslocada de Rio Branco, capital acreana.
No local, os bombeiros fizeram o resfriamento da área para que o fogo não atingisse o prédio da secretaria e demais veículos. Conforme informações repassadas pelo vigilante do local, dos três veículos incendiados apenas um funcionava normalmente e fazia o transporte diário de ao menos 80 alunos.
O prefeito de Porto Acre, Bené Damasceno, informou que a prefeitura deve contratar ônibus particulares para fazer o transporte dos alunos, para que os estudantes não deixem de frequentar as aulas. Os ataques, segundo a Segurança Pública, são uma retaliação de facções criminosas após o bloqueio de sinal telefônico nos presídios de Rio Branco.
O secretário de Polícia Civil, Carlos Flávio Portela, afirmou que a Segurança deve instalar bloqueadores de sinal de celular em todas as unidades prisionais do Acre. A informação foi divulgada durante entrevista ao Jornal Acre TV, da Rede Amazônica, em meio a onda de violência que ocorre no estado desde o sábado (5).
Portela informou na mesma entrevista que subiu para 31 o número de presos suspeitos de participação nos ataques criminosos. Ele acrescentou que armas de fogo, veículos e outros materiais que poderiam ser utilizados na execução de novos crimes foram apreendidos durante o final de semana.
O secretário reiterou que o trabalho nesta semana continua nos mesmos moldes, com todo o efetivo envolvido – incluindo policias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros e ainda Exército. No domingo (6), mais de 400 homens foram convocados para o policiamento na capital, além dos 150 que normalmente atuam na cidade.
A onda de violência começou na noite do sábado e manhã de domingo. Até aquele momento, quatro ônibus haviam sido incendiados e o transporte coletivo foi paralisado temporariamente. Foi necessária escolta policial para que os veículos voltassem a circular. O interior do estado também teve ocorrências.
Na sexta (4), a Segurança Pública chegou a remanejar 22 presos para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) no Presídio Antônio Amaro, de segurança máxima – o que também foi apontado com fato motivador aos atentados.
Em Tarauacá, ainda na noite do domingo, a biblioteca da Escola Municipal de Ensino Fundamental Ricardo Damasceno e um ônibus escolar foram incendiados. Na instituição, as chamas foram contidas rapidamente, segundo a prefeitura, não havendo necessidade da interrupção das aulas.
Na madrugada desta segunda (7), criminosos atearam fogo em um carro e motocicleta de um sargento da PM na cidade de Feijó. Os dois veículos estavam na garagem da casa do policial. No local, foram deixados coquetéis molotov e uma garrafa PET de dois litros com gasolina.
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