A série de medidas de restrição de circulação adotada pelos governos municipal e estadual paulista desde o início de março conseguiram reduzir a média diária de alertas de congestionamento na cidade de São Paulo em 76%. Mas o patamar atual ainda é quatro vezes mais alto do que no início da quarentena, entre março e abril de 2020.
Os dados são de um levantamento da TV Globo feito com base nos alertas de congestionamento registrados pelo Waze nas ruas da capital.
A média de alertas de congestionamento indicam que na sexta-feira (2), por exemplo, início do feriado de Páscoa, foram registrados 3.212 alertas. No dia 2 de abril de 2020, na primeira fase da quarentena contra o coronavírus, o número de alertas era menor: 747
No gráfico, a linha azul representa os alertas de trânsito do ano passado e, a linha vermelha, deste ano.
Comparação da média diária de alertas de congestionamento do Waze na cidade de São Paulo em 2020 e 2021, de janeiro até 2 de abril — Foto: Ana Carolina Moreno/TV Globo
Os índices no dia 13 de março de 2020, quando começou o isolamento voluntário, sofreram queda brusca até o dia 24 de março, quando começou oficialmente a quarentena.
A linha vermelha, que mostra os índices de trânsito de 2021, indica que desde o início da fase vermelha o número de carros na rua vem diminuindo. No dia 15 de março, quando iniciou a fase emergencial, era o dobro do índice atual.
SP tem manhã com menos trânsito do que o normal no primeiro dia do feriado antecipado — Foto: Ronaldo Silva/Futura Press/Estadão Conteúdo
A série de medidas de restrição de circulação adotada pelos governos municipal e estadual de São Paulo desde o início de março conseguiram reduzir a média diária de congestionamento na capital, mas o patamar ainda é mais alto do que no início da pandemia.
Veja abaixo as medidas tomadas desde o início de março para tentar aumentar o isolamento social e reduzir os novos casos e internações por Covid-19:
Medida 1: fase vermelha
Em 2021, o fim de fevereiro e início de março foi o período que registrou os maiores índices do ano, mais de 14 mil alertas por dia, quase metade do registrado em 2020, antes de a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretar a pandemia do novo coronavírus. Em 6 de março, primeiro dia da fase vermelha no Estado de São Paulo, a média diária de alertas era de 13.533.
A medida foi a primeira no ano que conseguiu ver surtir um efeito nos alertas de congestionamentos. Nos dez dias seguintes, houve queda de 55% na média, que chegou a 6.147 em 15 de março.
Medida 2: fase emergencial
Essa foi a data em que a cidade de São Paulo e o resto do estado entraram na chamada “fase emergencial”, com regras ainda mais rígidas que a fase vermelha, com menos serviços considerados essenciais e toque de recolher entre as 20h e as 5h.
A medida teve um impacto extra na redução de circulação de veículos na cidade. Em 26 de março, 11 dias depois, a média de alertas diários já havia baixado para 4.939, o que representa uma redução de 64% na comparação com o patamar de 6 de março.
Medida 3: pausa sanitária
Desde 26 de março e até este domingo (4), a cidade está na chamada “pausa sanitária”, com a antecipação de feriados para tentar reduzir ainda mais a circulação de pessoas.
Os dados do Waze mostram que a pausa teve efeito: a média de alertas caiu de 4.939 em 26 de março para 3.212 nesta sexta-feira (2). É a média mais baixa desde 7 de janeiro, quando a cidade ainda vinha do recesso de fim de ano.
Início da quarentena teve impacto maior
A medida, porém, não teve o mesmo efeito que o início da quarentena, em 2020. No ano passado, o isolamento voluntário foi recomendando pelas autoridades em 13 de março, uma sexta-feira. Naquele dia, a média de alertas era 30.352, um patamar considerado “normal” para a cidade de São Paulo em época pré-pandemia e sem férias, feriados ou carnaval.
Já a quarentena oficial começou em 24 de março. Nesse dia, apenas com o distanciamento voluntário o patamar já havia despencado 85%, para 4.497 alertas em média. Mas ele seguiu caindo. Em 2 de abril de 2020, a média foi de 747 alertas de congestionamento registrados por dia, uma queda de 98% em relação a 13 de março.
