Pela primeira vez em uma eleição no Brasil transexuais e travestis vão poder votar usando o nome social no título de eleitor. Um momento importante para Dany
Redação Publicado em 06/10/2018, às 00h00 - Atualizado às 09h56
Pela primeira vez em uma eleição no Brasil transexuais e travestis vão poder votar usando o nome social no título de eleitor. Um momento importante para Dany Coluty, moradora de Araruama, na Região dos Lagos do Rio, e Scarlett Alves, que vive em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio.
Elas estão entre as 6.280 brasileiras e brasileiros, sendo 5 no exterior, que vão para a eleição domingo (7) com o novo título, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“É como se eu tivesse minha carta de alforria, é uma coisa de se sentir mulher e ser finalmente respeitada. A metade da sociedade ainda é preconceituosa, mas essa é uma grande conquista para nós, trans”, disse Dany.
A região sudeste é a que lidera o ranking tendo 2.986 eleitores com o nome social, estando o estado de São Paulo na frente, com 1.805; seguido de Minas Gerais, com 647; Rio de Janeiro, com 426; e Espírito Santo, com 108 pedidos atendidos, de acordo com o TSE.
Dany Coluty está entre as cinco pessoas de Araruama que fizeram a troca do nome no documento. Já em Nova Friburgo, Scarlett Alvez está entre as dez no município que também decidiram pelo nome social no título. Nas cidades das regiões Serrana, dos Lagos, Norte e Noroeste fluminenses o número chega a 83.
“Essa conquista foi maravilhosa, não só pra mim mas para todos que lutavam e lutam por essa conquista”, disse Scarlett.
Dany e Scarlett estão felizes mas sabem que a luta continua, por isso, esperam que a comunidade LGBTI não seja esquecida pelos novos governantes.
“Do jeito que anda não pode ficar, pois na hora de votar ninguém faz desigualdade, mas para criticar e apunhalar-nos nas costas, servimos. Esperamos mudanças, mas direitos e respeito”, completou Dany.
O processo de troca do nome (razão social) no título de eleitor foi aberto de 3 de abril a 9 de maio de 2018. Para realizar a troca, bastava o cidadão comparecer a um cartório eleitoral.
Dany Coluty conta que o seu processo de troca foi um pouco demorado e que estava muito ansiosa.
“A questão toda é que esses documentos mudando é fundamental para nós trans, para não termos que passar por certos preconceitos e certos constrangimentos”, afirmou.
Scarlett revelou que o seu processo ainda está demorando, pois só conseguiu incluir o nome social no CPF e no título de eleitor.
“Ainda estou com o processo em andamento na Defensoria Pública esperando a conclusão do juiz pra definir essa troca de nome definitivo. Mas enquanto não sai o resultado, já uso alguns documentos com o nome social sem constrangimentos. Obstáculos sempre vão ter para todas nós e é só não desistir e nem desanimar”, disse Scarlett.
Scarlett acredita que sempre vai ter preconceito, mas que melhorou muito, principalmente com a inclusão do nome social. Quem quiser entrar com o pedido, segundo o TSE, vai precisar esperar passar as eleições para dar início ao processo.
Serra, Lagos, Norte e Noroeste – 83 eleitores com nome social aptos a votar
Sudeste – 2.986 eleitores com nome social aptos para votar
Nordeste – 1.601 eleitores com nome social aptos para votar
Sul – 816 eleitores com nome social aptos para votar
Centro-Oeste – 475 eleitores como nome social aptos para votar
Norte – 397 eleitores com nome social aptos para votar
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