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TJ condena Carrefour por ponta de cigarro jogada em bebê

O acidente aconteceu em maio do ano passado. A servidora pública Andrea Moscardini conta que subia a rampa do mercado com o bebê quando foi avisada por uma

TJ condena Carrefour por ponta de cigarro jogada em bebê
TJ condena Carrefour por ponta de cigarro jogada em bebê

Redação Publicado em 23/09/2016, às 00h00 - Atualizado às 10h49


Brasa queimou pé e danificou carrinho de menino, que tinha sete meses.
Testemunha diz que ‘bituca’ veio de funcionário; indenização é de R$ 10 mil.

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal condenou o Carrefour a pagar R$ 10 mil à mãe de um bebê atingido por ponta de cigarro dentro do supermercado. Testemunhas afirmam que um funcionário atirou a “bituca” no carrinho em que a criança estava. O menino, que na época tinha sete meses, ficou com o pé direito queimado. Ao G1, o estabelecimento disse que não vai recorrer da decisão e que indenizará a família.
Hoje ele está bem, mas ainda tem uma marquinha bem suave. Ele tinha sete meses, então não ficou cicatriz. Levei ao médico e passamos pomada para que ele pudesse dormir, porque ele não conseguia”
Andrea Moscardini,
mãe do bebê

O acidente aconteceu em maio do ano passado. A servidora pública Andrea Moscardini conta que subia a rampa do mercado com o bebê quando foi avisada por uma cliente de que um funcionário atirou brasa de cigarro na direção do garoto. A criança estava chorando, mas, até então, ela achava que pudesse ser por “birra” para sair do carrinho.

Advogado da mãe, Lucas Rodrigues Mendonça conta que a testemunha acabou não prestando depoimento. “Diante do desespero, ela [a mãe] não conseguiu anotar o telefone nem pegar o nome da mulher. Ela até tentou pegar as imagens das câmeras de segurança do mercado, porque disse que se lembrava do rosto, mas o mercado nunca forneceu as imagens.”

Andrea diz que voltou ao local nas três semanas posteriores, mas nunca conseguiu o vídeo. No mesmo período, o bebê tomou medicamentos e passou uma pomada para cuidar do ferimento. “Hoje ele está bem, mas ainda tem uma marquinha bem suave. Ele tinha sete meses, então não ficou cicatriz. Levei ao médico e passamos pomada para que ele pudesse dormir, porque ele não conseguia.”

A mãe conta ainda que, apesar de pequena, a queimadura foi “profunda” e causou ferimento de segundo grau. A gravidade foi comprovada em análise do laudo do Instituto Médico Legal. No dia do acidente, tecido do carrinho chegou a grudar na pele do pé do bebê.

    Solicitação de exame de corpo de delito encaminhada à Polícia Civil (Foto: Andrea Moscardini/Divulgação)

    Solicitação de exame de corpo de delito encaminhada à Polícia Civil do Distrito Federal após bebê ter pé queimado por ponta de cigarro em mercado (Foto: Andrea Moscardini/Arquivo Pessoal)

    “Meu objetivo não era ganhar dinheiro, era combater esse absurdo. Eu queria pedir que eles realizassem uma ação pedagógica com os funcionários para evitar esse tipo de situação novamente”, conta Andrea.

    Mesmo sem o depoimento da testemunha e sem as imagens, a Justiça tomou como base para a análise as fotos da queimadura, o boletim de ocorrência registrado na Políci Civil e o relato da servidora pública. No processo, a defesa do mercado informou que não é comum que os funcionários fumem no estabelecimento ou em áreas próximas e que não há provas que liguem o caso a algum de seus empregados.

    “Eu vi o funcionário fumando. Eu queria as imagens para ter a certeza de qual deles era. Não sei se era do açougue ou padaria, porque estava todo vestido de branco. Não tem como eles dizerem que não era um funcionário”, diz Andrea.

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